A eliminação da taxa de potência na facturação do consumo de energia eléctrica dos sistemas de irrigação e a redução do preço do Kilowatt/hora em 20 porcento terá como impacto imediato a diminuição do valor da factura em cerca de 45 porcento e a redução do uso de combustíveis líquidos para a rega. Esta medida, tomada pelo Conselho de Ministros na última terça-feira tem em vista a promoção do uso de energia eléctrica para tornar a actividade agrícola mais competitiva e, em particular, impulsionar a produção de alimentos.
15 fevereiro 2010/Notícias
Ainda no quadro das decisões do Conselho de Ministros, os equipamentos sobredimensionados dos sistemas de fornecimento de energia aos regadios serão substituídos.
O Governo espera que este conjunto de medidas crie um impacto imediato na agricultura, uma vez que estas componentes acabavam interferindo na facturação dos consumos de energia eléctrica para o sector agrícola.
Segundo uma nota do gabinete do Primeiro-Ministro, a medida foi tomada considerando que alguns constrangimentos de carácter técnico-económico não permitiam que os consumidores de energia maximizassem os benefícios decorrentes da disponibilidade da corrente eléctrica que já é uma realidade em muitos locais do nosso país, reduzindo o impacto que se esperava do aumento do acesso à rede eléctrica, cujo ritmo é cada vez maior.
“O aumento do acesso à energia eléctrica e a promoção do seu uso em actividades sociais e de geração de rendimento, constitui uma das prioridades do Governo de Moçambique no domínio do sector de energia”, indica a nota.
Os elevados custos da energia eléctrica têm sido apontados pelos camponeses como sendo entrave à competitividade dos seus produtos no mercado.
O governo lançou em 2007 a Estratégia da Revolução Verde, visando impulsionar o desenvolvimento do sector, para em 2008, avançar com a materialização do Plano de Acção de Produção de Alimentos. A ideia é que sejam removidos os principais constrangimentos que prejudicam a produção de comida no país, para que se possa avançar rapidamente na materialização das acções inscritas naqueles dois instrumentos.
A estratégia assenta na disponibilização dum pacote inicial de insumos para a produção de cereais para produtores de alto potencial, além de investimentos em infra-estruturas e equipamento, como parte do fortalecimento da ligação entre os produtores e consumidores.
A preocupação do Governo neste momento tem a ver com o facto de 61 dos 128 distritos do país estarem a enfrentar situações de seca, em resultado da escassez de chuvas desde o início da campanha agrícola, em Outubro de 2009. Caso a situação persista, a produção de cereais, cuja previsão aponta para a colheita de 2.8 milhões de toneladas, na campanha 2009/2010, poderá conhecer uma redução de 25 porcento, uma vez que cerca de um milhão de hectares estão em situação de risco.
A expectativa é que a maximização do aproveitamento dos sistemas de rega possa reverter o cenário actual e recuperar os índices de produção em risco.
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