sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Moçambique/Media ainda não exploram as TIC’s – indica estudo sobre Panorama de Desenvolvimento da Comunicação Social

Os media moçambicanos ainda não exploram minimamente as potencialidades de produção e disseminação de informação oferecidas pelas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), ao mesmo tempo que a distribuição e circulação de imprensa escrita continua limitada aos principais centros urbanos, segundo conclui um estudo sobre o Panorama de Desenvolvimento da Comunicação Social em Moçambique divulgado esta semana.

12 fevereiro 2010/Notícias

Segundo o estudo, a infra-estrutura principal de suporte, ou espinha dorsal, na área das telecomunicações em Moçambique, completou um importante ciclo de expansão em Maio de 2009 quando foi finalizada a ligação, por fibra óptica, a todas as províncias. A conclusão deste empreendimento significou que ficaram asseguradas as condições para garantir a transmissão de dados, Internet rápida de banda larga, sinal de rádio e televisão e outros serviços baseados na computação de pacotes, telefonia fixa e telefonia móvel, entre outros serviços.

O relatório constata na abordagem que faz da capacidade infra-estrutural dos media que Moçambique tem vindo a fortalecer-se, com impacto na expansão da rádio e da televisão. Quer a Rádio Moçambique, quer as rádios comunitárias, bem como as novas televisões comerciais, têm vindo a beneficiar da expansão da banda larga e da telefonia móvel.

Contudo, segundo o estudo, persistem constrangimentos importantes neste domínio, nomeadamente de equipamento técnico de emissão e de produção obsoletos e insuficientes no sector público de rádio e televisão, fraca qualidade de energia eléctrica, sobretudo nos distritos, falta de fiabilidade na conectividade, escassez de capacidade técnica, exploração e domínio limitado das Tecnologias de Informação e Comunicação para a produção e disseminação de informação.

Olhando para a rádio pública, a análise aponta que uma das razões que pode explicar o atraso tecnológico reside na dificuldade de conciliar o seu crescimento em canais com a sua disponibilidade financeira, agravada pela impossibilidade de atrair e segurar pessoal técnico qualificado. A substituição do material na sua maioria no sistema analógico, implica a transição para o digital, para o que a estação não dispõe dos necessários recursos financeiros.

Por ser o mais importante e mais abrangente meio de comunicação social no país, o sector de radiodifusão é aquele em que o acesso e uso de recursos tecnológicos podem originar maior impacto na sociedade.

No que se refere à imprensa, refere que o número de empresas gráficas cresceu de forma galopante nos últimos dez anos, facto que torna a impressão bastante rápida e eficiente.

No entanto, entre os principais obstáculos que opõem o crescimento robusto e sustentável dos media em Moçambique, destaca-se o Imposto sobre o Valor Acrescentado, os transportes, as taxas alfandegárias e o combustível.

A penetração dos jornais para o interior do país é muito limitada. Existem locais onde os principais jornais não chegam, havendo também províncias que recebem o jornal uma vez por semana, ou irregularmente.

Defende que as empresas jornalísticas devem acordar e implementar iniciativas visando a redução dos custos de transporte aéreo e o estabelecimento de uma rede comum de distribuição até aos distritos.

Constata que os estudos sobre a circulação dos jornais são escassos e os dados fornecidos pelas próprias empresas carecem de auditorias externas independentes para a sua confirmação.

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