9 dezembro
2015,Sputnik http://br.sputniknews.com (Rusia)
Sputnik/Alexander Vilf
Segue a
íntegra do briefing do porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor
Konashenkov.
Mais uma vez gostaria de chamar a atenção para o fato de que, durante toda
a operação na Síria, nós apresentamos dados do controle objetivo das nossas
ações de combate, inclusive o controle dos alvos atingidos.
Além do mais, fazemos isso
regularmente, ao contrário dos nossos colegas da coalizão anti-Daesh, que só
discursam sobre os seus êxitos, escondendo a parte factual.
Claro que é a sua escolha.
Mas nos incomoda o fato de a mesma atitude ser muitas vezes usada na
tentativa de
avaliar as nossas ações de combate contra grupos terroristas
na Síria.
Para a comunidade
internacional já é óbvio, como se diz, who is who [“quem é quem” em inglês] na
luta contra o terrorismo internacional.
Por mais que nós eliminemos com força e precisão os militantes, os nossos
colegas nos criticam sempre, tentando por várias maneiras desviar a atenção da
opinião pública.
Vou dar vários exemplos.
Na semana passada, surgiu a informação sobre a alegada instalação de uma
nova base aérea russa de povoação de Shairat.
Não é preciso ser um brilhante especialista militar para compreender que só
bastam 30-40 minutos para qualquer avião russo atingir o ponto mais distante na
Síria a partir da base de Hmeymim, onde o grupo de aviação russa está baseado.
Qualquer necessidade de ação rápida que implique a instalação de novas
“bases aéreas” russas no território da Síria, tal como foi inventado pelos
“estrategas de sofá”, não existe e não existiu.
Vou também comentar informações, que citam fontes anônimas no Pentágono,
sobre a alegada presença de nossos aviões no ataque aéreo realizado em 6 de
dezembro contra as tropas do governo sírio na região de Deir ez-Zor.
Primeiramente vêm os fatos.
Segundo os dados do Estado-Maior do
exército sírio, em 6 de dezembro, desde as 19h40, durante 15 minutos, a
aviação da coalizão ocidental efetuou um ataque contra o acampamento da 168ª
brigada da sétima divisão das Forças Armadas da Síria, localizada dois
quilômetros a oeste do aeródromo de Deir ez-Zor.
Foram mortas quatro e feridos 12 pessoas.
Vou lembrar que nós coordenamos as nossas sorties na Síria com a
gerência do movimento aéreo e com o Estado-Maior de tropas de governo sírio.
Não estavam aviões russos sobre a região.
Em conformidade com o memorando assinado, nós avisamos oportunamente eles
sobre o tempo e as rotas de voos do nosso grupo aéreo na Síria.
Os representantes do Pentágono já afirmaram que em 6 de dezembro os aviões
da Força Aérea norte-americana estavam operando na região, a 55 quilômetros do
local do ataque.
Tudo isso é verdade mas não é a verdade completa.
No céu sobre o povoado de Deir ez-Zor estavam dois pares de aviões de
combate de outros dois países da coalizão anti-Daesh.
Se os norte-americanos nada têm a
ver com o ataque, então porque os representantes do Pentágono fazem silêncio
sobre presença de aviões dos seus aliados na região, onde foi realizado um
ataque contra as divisões das tropas do governo sírio?
Será que a razão é que a aviação da coalizão recebe toda a informação sobre
os alvos do Daesh na Síria do mesmo Pentágono?
E mais do que isso, os ataques aéreos errados da coalizão estão levando
mais vidas de sírios.
Poucos dias atrás, em resultado de um ataque da coalizão na aldeia de
Al-Khan, segundo informaram ativistas do Conselho Sírio de Direitos Humanos,
mais uma vez morreram dezenas de civis.
Então, talvez os nossos colegas da chamada
coalizão devam abrir as cartas!
Pois nós desde o início da operação já muitas vezes sugerimos aos
norte-americanos organizar a troca de informações disponíveis sobre a
localização de alvos dos terroristas na Síria.
Se não torna-se, como se diz na Rússia, “grande gabador, pequeno fazedor”.
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