8 dezembro 2015,Brasil 247 https://www.brasil247.com
(Brasil)
"Viemos
a público repudiar a tentativa de golpe imposta por Eduardo Cunha, por não
haver elementos que fundamentem esta atitude, a não ser pelo desespero de quem
não consegue explicar o seu comprovado envolvimento com esquemas espúrios de
corrupção. Não se trata neste momento de aprovar ou reprovar a administração
nem a forma como a Presidenta da República governa, mas defender a legalidade e
a legitimidade das instituições do nosso país", diz o manifesto dos
artistas e intelectuais em defesa da legalidade. "Por outro lado,
defendemos o cumprimento do Regimento da Câmara dos Deputados e da Constituição
Federal, ambos instrumentos com fartos elementos que justificam a cassação do
mandato de Eduardo Cunha.
Caso contrário, toda a classe política e as
instituições brasileiras estarão desmoralizadas, por manter no exercício do
poder um tirano que utiliza seu cargo de forma irresponsável para manutenção dos
seus interesses pessoais"; já assinam o texto nomes como Chico Buarque,
Emir Sader, Eric Nepomuceno, Frei Betto, Paulo Betti, Fernando Morais, Chico
César e Jorge Mattoso
247 – Está disponível o texto do manifesto de
artistas e intelectuais em defesa da democracia e a favor da cassação de
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que utiliza o cargo para tentar solapar a
democracia. Já assinam o texto nomes como Chico Buarque, Emir Sader, Eric
Nepomuceno, Frei Betto, Paulo Betti, Fernando Morais, Chico César e Jorge Mattoso.
Confira abaixo:
MANIFESTO EM DEFESA DAS
INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
O Brasil vive um momento histórico em que a legalidade e as instituições democráticas são testadas, o que exige opinião e atitude firme de todos e todas que têm compromisso com a democracia.
Desde as eleições de
2014, vivemos um grande acirramento político que permeia as mais diversas
relações humanas e sociais. Essa situação ganhou novos ingredientes a partir da
eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara dos Deputados e, de forma
especial, após este ser denunciado pelo Ministério Público Federal por seu
envolvimento em atos de corrupção, possuindo contas bancárias no exterior e
ocultando patrimônio pessoal.
Absolutamente acuado
pelas denúncias, pelas fartas provas do seu envolvimento em atos ilícitos e
enfrentando manifestações em todo Brasil contra a agenda conservadora e
retrógrada do ponto de vista de direitos que lidera, Cunha, que já não tem mais
nenhuma legitimidade para presidir a Câmara, decidiu enfrentar o Estado
Democrático de Direito. A aceitação de um pedido de impedimento da Presidenta
da República no momento em que avança o processo de cassação do deputado é uma
atitude revanchista que atenta contra a legalidade e desvia o foco das atenções
e das investigações.
Neste sentido, viemos a
público repudiar a tentativa de golpe imposta por Eduardo Cunha, por não haver
elementos que fundamentem esta atitude, a não ser pelo desespero de quem não
consegue explicar o seu comprovado envolvimento com esquemas espúrios de corrupção.
Não se trata neste momento de aprovar ou reprovar a administração nem a forma
como a Presidenta da República governa, mas defender a legalidade e a
legitimidade das instituições do nosso país.
Por outro lado,
defendemos o cumprimento do Regimento da Câmara dos Deputados e da Constituição
Federal, ambos instrumentos com fartos elementos que justificam a cassação do
mandato de Eduardo Cunha. Caso contrário, toda a classe política e as
instituições brasileiras estarão desmoralizadas, por manter no exercício do
poder um tirano que utiliza seu cargo de forma irresponsável para manutenção
dos seus interesses pessoais. Apelamos às e aos parlamentares, ao Ministério
Público e ao Supremo Tribunal Federal, autoridades cuidadoras da sanidade da
política e da salvaguarda da ordem democrática num Estado de Direito, sem a
qual mergulharíamos num caos com consequências políticas imprevisíveis. O
Brasil clama pela atuação corajosa e decidida de Vossas Excelências.
Não aceitamos rompimento
democrático! Não aceitamos o golpe! Não aceitamos Cunha na presidência da
Câmara dos Deputados!
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