7 dezembro 2015, Macauhub http://www.macauhub.com.mo (China)
A 6ª edição do Fórum China/África serviu
para aprovar um pacote de financiamento chinês de 60 mil milhões de dólares
destinado ao continente e para transmitir uma mensagem de confiança no
relacionamento já existente que foi acolhida de forma positiva pelos dirigentes
de Angola e de Moçambique.
Desde o 1º Fórum China/África, o comércio
entre a China e África aumentou 21 vezes, superando 222 mil milhões de dólares
em 2015, mas a ambição relevada pelos líderes angolanos e moçambicanos na
cimeira de Joanesburgo traduz-se também no apelo a mais investimento
industrial, transferência de tecnologia e financiamento de projectos.
O ministro das Finanças angolano, Armando
Manuel, afirmou que a intervenção do presidente chinês na Cimeira
“desmistificou o juízo de que as relações da China com África tinham no seu
âmago as matérias-primas de que África dispõe”, avançando “uma estratégia muito
precisa para
responder aos três aspectos no domínio das infra-estruturas, do
capital humano e dos recursos financeiros” necessários aos países africanos.
Quanto ao pacote de 60 mil milhões para
projectos de desenvolvimento em África, 5 mil milhões devem ser doações e 35
mil milhões de recursos de crédito preferencial, não incluindo as acções
espontâneas da banca comercial chinesa, segundo Armando Manuel, citado pela
imprensa angolana.
O ministro das Finanças destacou ainda a
perspectiva evocada pela China de “deslocação da indústria chinesa para as
economias africanas”, enquanto para o ministro da Agricultura, Afonso Canga,
Angola deve aproveitar a disponibilidade financeira e tecnológica da China e o
objectivo é um programa de investimentos no sector agrícola com investidores
dos dois países.
Max Tonela, ministro da Indústria e
Comércio de Moçambique, manifestou à Rádio Moçambique a ambição de uma maior
transferência de tecnologia e instalação de indústrias chinesas de mão-de-obra
intensiva.
Num encontro com o seu homólogo Xi
Jinping, o presidente moçambicano, Filipe Nyusi, apresentou a agricultura e
recursos minerais como dois dos sectores prioritários para o início da
industrialização do país, necessária para abandonar o modelo actual de
exportações em bruto e passar a apostar na venda de produtos processados.
A Rádio China Internacional noticiou que
Xi Jinping pediu por seu turno que a China e Moçambique aprofundem as
colaborações nas áreas de petróleo e gás natural, mineração, processamento,
agricultura, infra-estruturas e finanças.
O presidente angolano, José Eduardo dos
Santos defendeu na sua intervenção na Cimeira que a Declaração de Joanesburgo
reflecte a “profundidade e a visão estratégica” do Fórum e que o Plano de Acção
2016-2018 abre uma “nova era de cooperação e progresso”.
À margem do encontro, Santos reuniu-se com
uma delegação do Banco Industrial e Comercial da China (ICBC), o maior do
mundo, que financiou a construção do maior projecto habitacional em Angola, a
cidade do Kilamba, e está a financiar a construção da central de ciclo combinado
do Soyo.
O Presidente chinês, Xi Jinping, pediu ao
seu homólogo angolano, durante um encontro entre ambos, uma maior dinâmica na
cooperação entre a China e Angola, sublinhando que as relações bilaterais
“atravessam o melhor momento de sempre”, com “confiança política recíproca” e
“complementaridade económica.”
Já José Eduardo dos Santos frisou o
“sucesso” da sua visita de seis dias a Pequim, em Junho passado, em que foi
garantido um novo empréstimo da China a Angola, de seis mil milhões de dólares.
Angola e a China estão a negociar a um
ritmo muito acelerado um novo acordo de introdução de facilidades na concessão
de vistos e outro sobre conversão monetária, além de um acordo para protecção
recíproca de investimentos, anunciou o embaixador da China em Angola, Cui
Aimin, nas vésperas da cimeira.
Também em Joanesburgo esteve o presidente
de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, que, além de se avistar com o presidente
chinês, manteve contactos com uma empresa chinesa da área do audiovisual que
pretende investir no arquipélago.
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