3 dezembro 2015, Vermelho
http://www.vermelho.org.br (Brasil)
A
Comissão Brasileira de Justiça e Paz, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), condenou nesta quinta (3) a decisão do presidente da Câmara, Eduardo
Cunha sobre o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Para a
entidade, a atitude "ameaça ditames democráticos, conquistados a duras
penas" e agrava a situação do país. "Auguramos que a prudência e o
bem do país ultrapassem interesses espúrios", diz a nota.
Manifestando “imensa apreensão”, a comissão diz que a
atitude de Cunha “carece de subsídios que regulem a matéria” e que a sociedade
está sendo levada a crer que “há no contexto motivação de ordem estritamente
embasada no exercício da política voltada para interesses contrários ao bem
comum”.
A CNBB questiona no texto os interesses contidos na decisão de Eduardo Cunha e a sua legitimidade. “Que autoridade moral fundamenta uma decisão capaz de agravar a situação nacional com consequências imprevisíveis para a vida do povo?", diz
o texto, que Afirma ainda que o Brasil tem solidez suficiente
para não se deixar levar por "aventuras políticas que dividem ainda mais o
país".A CNBB questiona no texto os interesses contidos na decisão de Eduardo Cunha e a sua legitimidade. “Que autoridade moral fundamenta uma decisão capaz de agravar a situação nacional com consequências imprevisíveis para a vida do povo?", diz
A nota defende uma união nacional, "sem quaisquer partidarismos, a fim de que possamos construir um desenvolvimento justo e sustentável”. Confira abaixo a íntegra do texto:
Para onde caminha o Brasil?
A Comissão Brasileira Justiça e Paz, organismo da CNBB, no ensejo da ameaça de impeachment que paira sobre o mandato da Presidente Dilma Rousseff, manifesta imensa apreensão ante a atitude do Presidente da Câmara dos Deputados.
A ação carece de subsídios que regulem a matéria, conduzindo a sociedade ao entendimento de que há no contexto motivação de ordem estritamente embasada no exercício da política voltada para interesses contrários ao bem comum.
O País vive momentos difíceis na economia, na política e na ética, cabendo a cada um dos poderes da República o cumprimento dos preceitos republicanos.
A ordem constitucional democrática brasileira construiu solidez suficiente para não se deixar abalar por aventuras políticas que dividem ainda mais o País.
No caso presente, o comando do legislativo apropria-se da prerrogativa legal de modo inadequado. Indaga-se: que autoridade moral fundamenta uma decisão capaz de agravar a situação nacional com consequências imprevisíveis para a vida do povo? Além do mais, o impedimento de um Presidente da República ameaça ditames democráticos, conquistados a duras penas.
Auguramos que a prudência e o bem do País ultrapassem interesses espúrios.
Reiteramos o desejo de que este delicado momento não prejudique o futuro do Brasil.
É preciso caminhar no sentido da união nacional, sem quaisquer partidarismos, a fim de que possamos construir um desenvolvimento justo e sustentável.
O espírito do Natal conclama entendimento e paz.
Carlos Alves Moura
Secretário Executivo
Comissão Brasileira Justiça e Paz
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