10 dezembro
2015, Jornal Notícias http://www.jornalnoticias.co.mz (Moçambique)
Moçambique
poderá registar um crescimento económico de sete por cento no próximo ano,
segundo as previsões do Governo avançadas ontem, em Maputo, pelo Primeiro-Ministro,
Carlos Agostinho do Rosário.
Falando no
Parlamento, durante a apresentação das propostas do Plano Económico e Social e
do Orçamento do Estado para 2016, Carlos Agostinho do Rosário explicou que
apesar de factores adversos a economia moçambicana continuará a crescer de
forma sustentável no ano que vem.
O crescimento
económico é medido pelo Produto Interno Bruto (PIB), a ser impulsionado pelo
desempenho positivo previsto nos sectores de agricultura, electricidade e gás,
construção, comércio, indústria extractiva, transportes, pescas e serviços
financeiros.
Nos
objectivos macro-económicos para o ano de 2016, o Governo pretende, igualmente,
manter a taxa média de inflação controlada em torno de
5,6 por cento; atingir o
valor de 3,6 mil milhões de dólares americanos de exportações; e constituir
reservas internacionais líquidas no valor de 2,7 mil milhões de dólares, o
suficiente para cobrir 4,3 meses de importações de bens e serviços não
factoriais.
Na ocasião,
Do Rosário referiu que para o sector real da economia, na Agricultura, o
Executivo perspectiva uma campanha agrícola caracterizada pelo aumento da
produção em todas as culturas, o que permitirá atingir um crescimento do sector
agrário em torno dos 6,5 por cento.
No que tange
à indústria extractiva, o Executivo espera atingir um crescimento de 10,0 por
cento, a ser impulsionado pelo aumento da produção de carvão mineral que
atingirá 7 milhões de toneladas, induzido pela melhoria das condições
logísticas na Linha de Sena e no Porto de Nacala.
“Ainda na
indústria extractiva esperamos aumentar em 50 por cento a produção de areias
pesadas, particularmente na produção de tantalite, ilmenita e zircão, como
resultado da expansão da utilização da capacidade produtiva instalada nos
projectos de exploração das areias pesadas de Moma e Angoche, na província de
Nampula, e Chinde, na Zambézia”, frisou o Primeiro-Ministro.
Já na
componente de hidrocarbonetos, o plano de produção para 2016 é de 170 milhões
de gigajules de gás natural e 600 mil barris de condensado, representando uma
estabilização dos níveis de produção.
Sector social
No que tange
à componente social, o Primeiro-Ministro afirmou que as grandes prioridades se
circunscrevem no desenvolvimento do capital humano, de modo que as
pessoas tenham acesso e beneficiem dos serviços de educação, saúde, água,
energia, protecção social, administração pública e justiça cada vez mais
próximas às suas áreas de residência e com maior qualidade.
Assim, para
2016, projecta-se matricular sete milhões de alunos no Ensino Geral, cerca de
69 mil no Técnico-Profissional e 185 mil no Superior. Na Saúde, o Governo
garante a contratação de três mil novos profissionais, dos quais 280 médicos,
2300 técnicos médios, com destaque para 1100 enfermeiros gerais e de saúde
materno-infantil.
No que se
refere ao estímulo da actividade produtiva, o Executivo prevê criar 300 mil
postos de trabalho, dos quais 97 mil empregos para o sector público, para além
de prestar assistência técnica a 2530 pequenas e médias empresas.
Num breve balanço
da actividade económica do primeiro semestre do ano em curso, Carlos Agostinho
do Rosário disse que apesar da atmosfera económica internacional pouco
favorável, a economia nacional manteve um desempenho positivo.
Segundo o
governante, foram factores, de cariz interno, que afectaram negativamente a
economia, como as cheias, que assolaram o centro e norte do país no princípio
do ano, a seca e estiagem que atingiram alguns distritos de Gaza, Inhambane e
Maputo.
A nível
internacional foi a contínua queda dos preços das principais mercadorias de
exportação e o fortalecimento do dólar americano sobre várias moedas do mundo,
incluindo o metical. Neste contexto, o crescimento da economia foi de 6,3 por
cento, contra os 7.5 inicialmente previstos; até Outubro, a inflação média
manteve-se controlada em torno de 2.5 por cento abaixo de 5.1 por cento
previstos e as reservas internacionais mantiveram-se suficientes para cobrir
cerca de 3,7 meses de importação de bens e serviços não factoriais.
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