Londres, Reino Unido, 22 agosto 2011 (macauhub) – Diminuir o peso do dólar na economia e aumentar o uso da moeda angolana, o kwanza, tornou-se num dos principais objectivos do Banco Nacional de Angola, afirma a Economist Intelligence Unit.
O objectivo, refere a EIU em relatório sobre a economia angolana, é melhorar a eficácia da política monetária e reduzir pressões inflacionistas, depois de anos sem alcançar a meta de reduzir a inflação para um dígito e numa altura em que esta ronda 14,5 por cento.
A mais recente medida do BNA para aumentar o uso do kwanza foi, em Junho, o reforço das restrições concessão de crédito em moeda estrangeira.
Os bancos comerciais e instituições financeiras em Angola estão impedidas de conceder empréstimos denominados em moeda estrangeira, embora sejam admitidas algumas excepções, nomeadamente para instituições e empresas estatais com receitas e créditos em moeda estrangeira e para financiamento de investimentos a longo prazo.
A medida foi anunciada pelo BNA como visando reduzir a dependência excessiva de dólares norte-americanos, cuja oferta está sujeita a flutuações nas exportações e na dívida externa, refere a EIU.
A medida é a mais recente numa série de acções levadas a cabo pelo governador do BNA, José Massano, visando reduzir o nível de dólarização da economia e encorajar o uso do kwanza, adianta.
Ao conceder empréstimos em moeda estrangeira, os bancos estão como que a envolver-se na criação de dinheiro, sobre o qual as autoridades não têm nenhum controlo, assim deixando a economia doméstica potencialmente exposta a significativa volatilidade, refere o relatório.
O FMI reviu recentemente em alta a previsão da inflação de Angola para 2011, de 11,3 por cento para 14,6 por cento.
O governo prevê que a inflação recue para 12 por cento e o banco BPI prevê que fique no patamar dos 13 por cento.
A inflação angolana é também importada, dada a dependência do estrangeiro em cerca de 90 por cento do índice de preços ao consumidor, e resultante de demoras na importação e escoamento de bens nas alfândegas.
Outras medidas do BNA para promover o uso da moeda nacional foram, em Novembro do ano passado, a regra de que os bancos comerciais passem a deter 80 por cento do seu capital em kwanza até 2012.
Um mês mais tarde, o BNA limitou a compra de moeda estrangeira por residentes angolanos a 5.000 dólares, ou 15.000 dólares para os que viajam para o estrangeiro.
Segundo a EIU, a procura de dólares continua alta, apesar dos repetidos apelos do banco central a favor do uso do kwanza.
As condições do banco para apoiar o kwanza são positivas, detendo reservas de moeda externa de cerca de 21,2 mil milhões de dólares em Abril, em consequência da subida das exportações de petróleo.
No primeiro trimestre do ano, a cotação dólar-kwanza manteve-se estável, em torno do patamar dos 93,50, segundo o último relatório do banco BPI.
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