Lisboa, Portugal, 16 agosto 2011 (macauhub) – Angola vai avançar com uma nova estratégia de desenvolvimento da agricultura, usando recursos da exploração petrolífera, entre outros, para aumentar o contributo do sector primário para a criação de riqueza e emprego no país, de acordo com a folha de informação Africa Monitor.
A Africa Monitor, que se publica em Lisboa, adiantou que o presidente José Eduardo dos Santos é o mentor da ideia e encabeça uma comissão recentemente constituída para delinear a estratégia de desenvolvimento agrícola, que integra o ministro de Estado e chefe da casa Civil da Presidência de Angola, Carlos Feijó, o agrónomo Carlos Alberto e o jurista Ngunu Tiny.
A necessidade de um esforço do Estado para valorizar o sector agrícola e agro-industrial, com a aplicação de recursos petrolíferos, tem como objectivo que o sector primário volte a ter a importância passada no panorama da economia angolana, adianta a publicação.
O impulso da agricultura é visto também como via para uma importância estratégica acrescida, compensando a futura diminuição das reservas de petróleo.
Entre os países que mais têm persuadido as autoridades angolanas a dedicar importância ao sector agrário estão a China e os Estados Unidos da América, cujo novo embaixador, Christopher McMullen, escolheu como destino das suas primeiras visitas ao interior do território as províncias de Benguela, Cuanza Sul e Huambo.
Todas estas províncias são dotadas de excepcionais aptidões agrícolas, e a primazia foi vista como demonstração de interesse pela agricultura local, adianta a Africa Monitor.
Aqueles dois países têm também vindo a disponibilizar a Angola apoios para desenvolver a agricultura, que no caso da China envolvem linhas de crédito.
O sector agrícola foi o mais dinâmico da economia de Angola durante a administração portuguesa do território, até 1974, contribuindo com metade das exportações e empregando 40 por cento da população activa, com 6500 grandes empresas agrícolas.
O país chegou a ser o 3º maior produtor mundial de café, além de importante produtor de milho, algodão, cana de açúcar e sisal.
A necessidade de diversificação económica, face à dependência da produção de petróleo e diamantes, tem vindo a ser reconhecida pelas autoridades angolanas e o potencial agrícola angolano é considerado actualmente subaproveitado ou desaproveitado.
Uma das medidas em estudo na comissão, adianta a Africa Monitor, é a reversão legal para a posse plena do Estado de fazendas e terras desaproveitadas.
Um estudo recente concluiu que apenas 1 por cento das 2 mil fazendas da província de Benguela apropriadas por privados nos últimos anos tem o adequado aproveitamento agrícola.
O fortalecimento do sector é também visto como uma via para atacar problemas sociais e económicos como o desemprego e satisfazer necessidades básicas da população, garantindo a segurança alimentar e uma distribuição mais equitativa da riqueza do país.
Entre os problemas com que o desenvolvimento da agricultura se tem defrontado destacam-se a falta de fontes de energia, que tem afectado o projecto de desenvolvimento agro-industrial Aldeia Nova (Wako Kungo), além de deficientes mecanismos de escoamento de produção.
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