O diplomata angolano, que falava durante o encontro de despedida com a presidente do partido no poder na África do sul, Congresso Nacional Africano (ANC), Baleka Mbete, sublinhou que os dois Estados têm relações de longa data que vão desde os acontecimentos históricos, culturais aos de irmandade.
Em sua opinião, estes laços que datam desde os primórdios da luta de libertação nacional são cada vez mais evidentes, uma vez que “muitos sul-africanos consideram Angola sua segunda casa”.
O embaixador referiu existir acordos nos mais variados domínios entre os dois países que passam pela diplomacia, polícia, questões migratórias, saúde e ensino, comunicação social, urbanismo, ambiente, pescas, juventude e desportos, entre outros.
O diplomata sublinhou que outras áreas de cooperação que as autoridades angolanas gostariam ver dinamizadas com a África do Sul têm a ver com a agricultura, assistência social, energia e águas, geologia e minas, comércio, indústria e habitação.
A África do Sul é potencial em termos de recursos humanos e Angola quer aproveitar toda esta gama para troca de experiência - argumentou Miguel Neto.
Na sua visão, aquele país pode ser útil, por exemplo, na reconstrução da parte sul de Angola, uma área que até então se encontrava devastada devido ao conflito armado.
Além da habitação, os sul-africanos também têm uma boa experiência na construção de estradas e pontes, o que poderá ajudar a atenuar os mais variadíssimos problemas que a população angolana enfrenta.
Depois do embaixador angolano agradecer a hospitalidade das autoridades sul-africanos e a sua cooperação no exercício da missão que lhe foi incumbida, as duas individualidades falaram dos efeitos da batalha do “Cuito Cuanavale”.
Como reconhecimento do sacrifício consentido pelo povo angolano na luta de libertação da África Austral, a presidente Nacional do ANC disse que a África do Sul adoptou um “Projecto Histórico” que inclui, entre outros, o suporte educacional e visita anual à cidade angolana do Cuito Cuanavale.
As autoridades sul-africanas pretendem igualmente contribuir no projecto de desminagem e conceder apoio médico-psicologico às vítimas da guerra e das minas.
“A batalha do “Cuito Cuanavale” vai ser motivo de referência durante os 100 anos do ANC a ser celebrado proximamente em toda a África do Sul” - concluiu Baleka Mbete.
A batalha do “Cuito Cuanavale” ocorreu em 23 de Março de 1988, cujo confronto terminou a favor das Forças Armadas Angolanas, o que forçou a promoção de conversações quadripartidas que levou a assinatura do acordo de Nova Iorque e, consequentemente, a independência da Namíbia.
O embaixador Miguel Gaspar Fernandes Neto vai representar Angola no Reino Unido e na Irlanda do Norte.
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