Braga, 4 fevereiro 2009 (Lusa) - O pesquisador brasileiro André Barbosa defendeu nesta quarta-feira a criação de um espaço afro-ibero-latino-americano de coordenação político-diplomática entre os países lusófonos e hispanófonos, garantindo que "traria vantagens geopolíticas e geoestratégicas".
Em apresentação no Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais, Barbosa considerou que a proposta "é viável e adequada ao atual contexto internacional, marcado, não somente por um choque de civilizações, mas sobretudo por uma verdadeira glotopolítica, ou geografia da língua".
Segundo Barbosa, "tal espaço seria dotado de um enorme potencial", dado que "o seu caráter pluricontinental e plurioceânico permitiria o controle das principais rotas marítimas internacionais e de pontos estratégicos em termos militares e de defesa".
Ele argumentou que "as suas características físicas conferir-lhe-iam projeção em termos de recursos energéticos e de produção alimentar - principais causas da crise econômica internacional".
Na opinião dele, "este espaço representaria, ainda, um foro de confluência de diversas organizações regionais, configurando-se como uma verdadeira plataforma interinstitucional".
"Além de vantagens estratégicas para os seus integrantes, o espaço afro-ibero-latino-americano acarretaria benefícios especificamente direcionados para a lusofonia e os países lusófonos", defendeu.
Contribuiria, ainda, "para a superação dos desafios internos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), por meio da redefinição do paradigma, da natureza e das suas prioridades".
Barbosa disse também que o espaço "fortaleceria a diplomacia cultural da lusofonia face à anglofonia e à francofonia na África", e auxiliaria na "desatlantização" da CPLP, ao deslocar o seu eixo para o Oceano Pacífico".
"O espaço impulsionaria o fortalecimento dos países lusófonos individualmente considerados, e as suas aspirações em matéria de política externa", concluiu.
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