Luanda, Angola, 23 fevereiro 2009 – A TAP segue na frente na corrida a uma parceria com a angolana Taag, mas a também portuguesa Euroatlantic e a sul-africana SAA disputam a ligação a uma das mais estratégicas e bem equipadas transportadoras aéreas africanas.
No final da semana passada, a agência noticiosa portuguesa Lusa referia, citando um comunicado da companhia aérea angolana, que a parceria com a TAP estava “próxima”, abrangendo as áreas de formação e manutenção, mas também os projectos de criação do Centro de Manutenção Aeronáutica de Angola, Centro de Formação Aeronáutica, Central de Carga Aérea e outros relativos a serviços auxiliares.
"No âmbito do fortalecimento das relações bilaterais entre as duas congéneres", adianta, uma delegação da TAP, liderada pelo presidente-executivo da companhia, Fernando Pinto, reuniu-se nos dias 17 e 18 deste mês, em Luanda, com a administração da Taag.
Fonte oficial da companhia aérea angolana adiantou que se tratou de um primeiro contacto ao mais alto nível, "informal e inicial", e que a eventual fusão entre as duas companhias aéreas não está a ser discutida.
A rota Lisboa-Luanda tem sido das que mais cresce para os portugueses, em linha com a intensificação das relações económicas e comerciais entre os dois países, e a TAP tem manifestado o interesse em aumentar o número de ligações para Angola, actualmente sete voos por semana.
As transportadoras aéreas estão a trabalhar juntas na resolução de dossiers vitais para o futuro de ambas, nomeadamente a retoma dos voos da Taag para a Europa e, segundo tem referido a imprensa portuguesa, está em cima da mesa juntarem-se numa parceria estratégica.
Segundo a newsletter Africa Monitor, inicialmente a TAP beneficiava de “nítida preferência”, por ser considerada pela autoridades angolanas como bem gerida e prestigiada, com uma dimensão média e capacidades importantes na manutenção, além de uma estratégia de crescimento focada no triângulo do Atlântico Sul.
Contudo, segundo noticiou recentemente a mesma publicação, foram abertas negociações com a SAA tendo em vista o plano de reorganização e reestruturação da companhia.
Não era admitida, referia, a figura de uma fusão entre as duas companhias, mas sim a colaboração no levantamento da interdição que impende sobre todas as companhias angolanas.
Ambas têm em comum a plataforma tecnológica Boeing - enquanto a TAP opera quase unicamente aparelhos Airbus e também terá sido prejudicada por comentários de Fernando Pinto e uma alegada falta de receptividade do ministro dos Transportes português, Mário Lino.
O processo de “refundação” da Taag é encabeçado por dois dos mais aptos especialistas angolanos no domínio da organização e funcionamento de companhias de transporte aéreo: Pimentel Araújo, presidente da Comissão de Gestão e Adriano Carvalho, presidente da Comissão de Refundação.
Inicialmente Luanda admitia três cenários para a concretização de uma parceria: uma “joint-venture” em que o parceiro assume a gestão da Taag, a alienação de parte do capital da transportadora angolana ao parceiro gestor e uma privatização alargada a investidores angolanos.
Em paralelo, o governo português prevê privatizar parte da TAP em 2009, abrindo a porta a uma eventual troca de participações no âmbito da parceria.
Também a portuguesa Euroatlantic, que chegou a ser parceira da Taag na privatização da STP Airways, confirmou através do seu presidente contactos “adiantados” com os dirigentes angolanos, de acordo com o site Brasilturis.
Paralelamente, a Taag está a apostar na sua expansão internacional, e em Março iniciará um terceiro voo semanal para a China. (macauhub)
Nenhum comentário:
Postar um comentário