O projecto de construção de uma refinaria de petróleo na região sul do país, mais concretamente na província do Maputo, começou a dar os primeiros passos com vista à sua concretização. As obras deverão ter início em finais deste ano, com a conclusão prevista para 2013. Denominado Oilmoz, o projecto está avaliado em cerca de oito biliões de dólares e deverá gerar, na fase de construção, perto de 15 mil postos de trabalho e dois mil na de laboração. Além da refinaria propriamente dita, a projecto integra a construção de outras infra-estruturas, como uma fábrica de petroquímicos, central termoeléctrica de 500 MW, estação de tratamento de lixo e de resíduos, um "tank farm" (parque de tanques), para armazenamento de crude e combustíveis refinados, um terminal portuário em off-shore e casas para funcionários.
6 fevereiro 2009/Notícias
Fausto Cruz, um dos responsáveis do Oilmoz, anunciou ontem no decurso da cerimónia que serviu para anunciar o arranque do projecto, estarem em curso e numa fase bastante adianta negociações com um consórcio bancário com vista ao fecho financeiro, ao mesmo tempo que estão em curso estudos de viabilidade técnico-ambiental para a instalação da refinaria. Na sequência destes trabalhos, o local inicialmente escolhido para a localização do projecto foi alterado, como forma de evitar danos ambientais na região.
Dados avançados na cerimónia de ontem indicam que a refinaria terá capacidade para processar 350 mil barris de petróleo por dia, que irão abastecer o mercado nacional e regional. Actualmente, alguns países da SADC, nomeadamente África do Sul, Moçambique, Angola, Congo, Zâmbia, Zimbabwe e Tanzan A @`sentam um défice global de 500 mil barris por dia. Só Moçambique necessita de pelo menos 17 mil barris por dia.
"Foi a pensar nestes números que desenhámos o projecto Oilmoz e acreditamos que a outra parte da procura será satisfeita tendo em conta outros projectos que existem a nível da região", disse Fausto Cruz.
Para além dos accionistas individuais da Oilmoz, a cerimónia de lançamento do projecto contou com a participação de representantes do Governo, empresários locais e responsáveis do Shell Global Solutions, um dos principais parceiros da iniciativa. A Shell, uma companhia com larga experiência no sector petrolífero a nível mundial, vai assegurar a formação, fornecimento de tecnologia e aquisição de todo o petróleo processado pela refinaria.
O Oilmoz também possui acordos com fornecedores credenciados de crude, havendo igualmente garantias de que, em caso de descoberta de petróleo em subsolo moçambicano, o crude nacional terá prioridade na refinaria.
O Ministro da Energia, Salvador Namburete, manifestou a vontade de ver o empreendimento a se concretizar o mais rapidamente possível, ao mesmo tempo que garantia a abertura do Executivo para colaborar em tudo o que for possível para acelerar a implementação do projecto.
Mateus Katupha, presidente do Conselho de Administração da Petromoc, a principal distribuidora de combustíveis líquidos em Moçambique, também falou da iniciativa, tendo considerado que a mesma surge como uma oportunidade para se ultrapassarem as dificuldades de distribuição de combustíveis no país e na região.
Leonardo Simão, em representação da Fundação Joaquim Chissano, disse que esta organização é parceira da iniciativa e a sua principal missão será a de assegurar o desenvolvimento de projectos sociais, como forma de contribuir para a elevação da qualidade de vida da população circunvizinha.
"Um dos grandes desafios é que a população terá que sentir que o projecto traz benefícios. Sabemos que o projecto vai necessitar de pessoal formado e especializado. Para isso, a formação profissional merecerá atenção especial da nossa organização", disse Simão.
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