sábado, 27 de março de 2010

Venezuela/Presidente Chávez: América Latina será una potencia mundial

Agencia Bolivariana de Noticias (ABN) http://www.abn.info.ve

Caracas, 26 marzo 2010 (ABN) - El presidente de la República Bolivariana de Venezuela, Hugo Chávez Frías, afirmó que los mecanismos de integración que han surgido en los últimos tiempos en Ameŕica Latina y El Caribe, como lo son la Alternativa Bolivariana de las Américas (Alba) y la Unión Suramericana de Naciones (Unasur), constituyen nuevos espacios de integración que permitirán que en esta región del mundo se consolide una de las potencias más grandes del planeta.

La aseveración la realizó en jefe de Estado durante una rueda de prensa realizada en el Palacio de Carondelet, ubicado en Quito en Ecuador, a propósito de la firma de 13 acuerdos de cooperación, suscritos la tarde del viernes, como parte del VII Encuentro bilateral trimestral de ambas naciones.

El mandatario nacional explicó que el nacimiento de estos organismos surgió de la necesidad de la existencia de espacios de debate efectivos, que permitieran la discusión de las realidades de cada nación con soluciones viables, diferentes a los que predominaban en la región.

Con respecto al nacimiento del Alba, Chávez, recordó que surgió cuando el imperialismo pretendía consolidar en la región el Área del Libre Comercio de las Américas (ALCA), que pretendía establecer acuerdos comerciales en la región, a través de los cuales los países más pobres saldrían perjudicados.

Explicó que el Alba en la actualidad es un núcleo sólido que está enmarcado en el proyecto político del socialismo y, que cada nación integrante del bloque lo desarrolla a su ritmo y de acuerdo a sus propias realidades.

“El Alba comenzó planteándose como una alternativa con sólo dos países, Cuba y Venezuela. Luego toda esta dinámica política permitió la llegada en Bolivia del presidente Evo Morales y más tarde la llegada del presidente Rafael Correa en Ecuador. Después se produjo la reelección del presidente Ortega en Nicaragua (...) Y así fue creciendo la alianza que incluyó la conciencia del Caribe negro”, puntualizó el mandatario.

A la Unasur el jefe de Estado la definió como un espacio de aprendizaje en el cual naciones con visión progresistas confluyen con naciones políticamente distintas. Insistió el jefe de Estado que estas diferencias deben ser respetadas entre cada bloque.

“La Unasur es un espacio más complejo que tiene contradicciones fuertes en lo político que a veces amenazan con detener la macha del desarrollo de la región”, finalizó.

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O LATIFÚNDIO QUER MAIS MONOPÓLIO. O BRASIL, A REFORMA AGRÁRIA

26 março 2010/Vermelho EDITORIAL https://www.vermelho.org.br

Historicamente, no Brasil, os grandes fazendeiros sempre tiveram uma noção absoluta do direito de propriedade, ao mesmo tempo em que também consideraram o Estado como instância para assegurar seus interesses e garantir seus ganhos.

Esta concepção privatista de duas faces, que abolutiza o direito de propriedade e privatiza o Estado, transparece com clareza no documento que a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), divulgou dia 25/3, com suas pretensões a serem encaminhadas aos candidatos a presidente da República, a governadores e ao Congresso Nacional.

São propostas óbvias, vindas da organização que articula os grandes latifundiários brasileiros. Em defesa do direito absoluto de propriedade, querem garantias contra ocupações de terras promovidas pelos lutadores pela reforma agrária e condenam “a publicação e edição de normas que ferem o direito de propriedade”, cuja garantia absoluta é seu cavalo de batalha. Outra reivindicação nessa linha é a revisão da Norma Regulamentadora (NR) 31, de 2005, que estabelece as obrigações dos fazendeiros em relação à saúde e segurança do trabalho. O descumprimento desta norma é um dos critérios que caracteriza a exploração do trabalho escravo pelos grandes proprietários rurais, tornando-a inaceitável para estes setores acostumados, desde os tempos da escravidão, a explorar livremente trabalhadores pessimamente pagos, mal alimentados e alojados e com condições de precárias, insalubres e inseguras.

Quando se trata da intervenção do Estado (dos cofres públicos, mais exatamente) em seu favor, querem uma política agrícola que assegure a renda do produtor rural e evite a oscilação de preços, além da “desoneração tributária das cadeias produtivas” – cadeias que envolvem desde a lavoura, o processamento da produção por empresas gigantes (como o conglomerado Sadia/Perdigão, por exemplo), até as gôndolas dos supermercados. O documento da CNA não deixa claro se quer cortar impostos apenas dos plantadores ou de todos os setores que fazem os elos entre eles e os consumidores.

A CNA compõe, juntamente com as federações estaduais da indústria (como a mais poderosa delas, a FIESP), a Confederação Nacional da Indústria e a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), a cúpula que articula as classes proprietárias brasileiras. A CNA reúne os setores mais retrógrados e atrasados, com privilégios enraizados no passado colonial e escravista que atravessaram incólumes todo o período republicano. E que, mesmo tendo passado pela modernização conservadora que transformou latifúndios em grandes empresas agrícolas capitalistas, continuam se beneficiando da blindagem do monopólio da posse da terra e da exploração do trabalho que, em pleno século 21, passa frequentemente ao largo da legislação trabalhista e dos direitos dos trabalhadores. É o setor que dirige e organiza a resistência contra a reforma agrária que o país e o povo necessitam, aliados principalmente a setores financeiros com interesses na propriedade privada da terra.

Muitas das reivindicações dos produtores rurais são necessárias, principalmente para os pequenos e médios produtores e para a segurança alimentar dos brasileiros.

Mas em seu programa a CNA confunde, interessadamente, as pretensões do latifúndio com as necessidades de pequenos e médios produtores rurais, entre eles os milhões de lavradores da pequena agricultura familiar, que os grandes fazendeiros procuram transformar em base social para seu próprio programa e defesa de seus interesses.Um programa de governo avançado, no setor rural, precisa levar em conta a diversidade da realidade social no campo e, antes de tudo, promover uma ampla reforma agrária. Estender a legislação trabalhista, ambiental e fiscal aos grandes latifundiários; proteger os pequenos com uma legislação ambiental específica que leve em conta suas particularidades e com medidas fiscais para assegurar a produção e sua remuneração. Promover o caráter social da propriedade, de acordo com a Constituição de 1988, e ampliá-lo incorporando o conceito de caráter ambiental da propriedade rural.

O documento da CNA mostra que os grandes proprietários não querem isso. Mas estas são as necessidades que o Brasil, o povo brasileiro e os pequenos e médios produtores rurais podem considerar prioritárias e que, ao contrário do que aquele documento pretende, precisam ser asseguradas e aprofundadas.

Brasil/A VISITA DE LULA A ISRAEL E À PALESTINA

Toda a imprensa nacional e internacional deu imensa cobertura à visita do presidente Lula a Israel e à Palestina ocupada. Os grandes jornais enviaram diversos jornalistas para cobrir esse importante evento da diplomacia brasileira. Em 134 anos, Lula é o segundo chefe de Estado a visitar a Terra Santa, sendo o primeiro deles Dom Pedro II.

18 março 2010/Vermelho https://www.vermelho.org.br

Lejeune Mirhan *

Tenho participado de um grupo de intelectuais estudiosos da questão árabe e palestina. Inconformados com a cobertura deturpada da grande mídia, uma parte desses brasileiros e arabistas resolveram publicar um manifesto, que faço publicar esta semana como sendo minha coluna semanal. A ideia é que este manifesto possa receber adesões que podem ser enviadas para o e-mail lejeunemgxc@uol.com.br. Abaixo, a íntegra do Manifesto.

Porque apoiamos a diplomacia do Governo do presidente Lula

Desde o último dia 14 de março, o presidente da República Federativa do Brasil empreende importante e estratégica viagem – tão esperada – tanto para Israel como para a Palestina. Importantes e significativos setores da grande mídia brasileira e mesmo de alguns intelectuais insistem em descaracterizar a viagem, que ocorre em momento particular da vida política do Oriente Médio.

Nós, brasileiros e estudiosos do mundo árabe, vimos a público nos manifestar em total apoio à política diplomática do presidente Luis Inácio Lula da Silva, em sua senda pela soberania nacional, pela soberania de todos os povos e nações da terra e que os governos e seus respectivos povos tenham liberdade de decidir com soberania, os seus próprios destinos, sem ingerência externa de nenhuma natureza.

Manifestamos total e irrestrita solidariedade ao povo palestino, que sofre bloqueio econômico, moral e político de Israel desde maio de 1948, submetendo milhões de seres humanos a uma das maiores tragédias que a humanidade pode presenciar nos últimos 60 anos.

Senão vejamos:

1. Lula foi criticado por não ter visitado o túmulo de Theodor Herzl. E o fez corretamente. Essa pessoa é responsável por um dos maiores mitos que Israel vive no mundo, qual seja, a de que “a humanidade deveria dar uma terra sem povo a um povo sem terra”, a uma alusão aos judeus e os palestinos, que, milenarmente vivem naquela região. Entendemos que o roteiro de um presidente visitante deve ser estabelecido em comum acordo com as duas chancelarias e não de forma unilateral e imposta ao governante visitante como Israel tentou fazer;

2. Avigdor Liebermann boicota a visita. Essa outra polêmica figura da política israelense, que ocupa o cargo de chanceler (ministro das Relações Exteriores de Israel), decidiu boicotar a visita do presidente Lula ao país e ao parlamento (Knesset). Mais uma vez, essa controversa figura, homem de extrema direita, promove uma das maiores gafes da diplomacia internacional. Nunca em tempo algum, um chanceler de um país que recebe um mandatário de outro estado deixou de comparecer a um cerimonial. Mas, o que pouca gente na verdade soube é que Liebermann, querendo um encontro particular e privado com Lula, teve negado seu pedido. O que fez muito bem o nosso presidente;

3. Coro da mídia brasileira com Israel. Ficamos estarrecidos e impressionados com o comportamento colonizado da mídia brasileira na cobertura da visitado primeiro chefe de estado do Brasil à Palestina desde 1886 (há 134 anos). Ecoando em língua pátria o que leem nos jornalões escritos em inglês, em especial New York Times e Financial Times, os editoriais de Estadão, Folha e O Globo reverberam a crítica ao presidente Lula por este não ter mencionado sequer a palavra “Irã” em todos os seus pronunciamentos feitos em Israel, em especial o do parlamento israelense. E, mais uma vez, acerta o nosso presidente. A pauta não pode ser imposta ao governante visitante pelos que o recebem, mas deve ser feita de comum acordo;

4. Programa nuclear iraniano. A onde do momento, o frenesi da mídia colonizada é arrancar de qualquer forma, do presidente Lula, uma declaração de condenação ao programa nucelar iraniano. Acerta o presidente Lula ao não fazer isso. Em primeiro lugar, pelo simples fato de que nossa diplomacia respeita a soberania e a autonomia dos povos e governos para decidirem o que é melhor para seus povos. Em segundo e mais importante, dar essa declaração sonhada pelos neoliberais brasileiros e subservientes ao império americano seria dar um tiro em nosso próprio pé. Até porque desenvolvemos o mesmo programa nuclear que o Irã desenvolve, de enriquecimento de urânio para fins pacíficos, para fins medicinais, energéticos e científicos. Nada mais. Até porque, o Brasil e o Irã, somos signatários do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares;

5. Falsas expectativas sobre a visita. Mais uma vez, a mídia inventa falsas expectativas sobre a visita do presidente Lula à Israel e à Palestina. Chegaram a dizer que Lula “pretendia ser o grande mediador da paz no Oriente Médio” (sic). Nunca foi esse, nem de longe, um dos objetivos da vista presidencial ao OM. Ao criar e inventar essas falsidades, a mídia prepara terreno para carimbar a missão do presidente como “fracassada”, muito ao contrário dos objetivos estabelecidos pela nossa chancelaria. De forma clara, altiva e soberana, o presidente Lula foi à Israel e à Palestina enfatizar e reiterar o seu apoio total ao processo de paz, interrompido por Israel. Foi para dizer que o Brasil apoia a imediata criação do Estado Palestino com fronteiras de 1967. Foi levar sua solidariedade para com os palestinos. Foi dizer o que até o maior amigo de Israel, que são os Estados Unidos, vêm dizendo: os assentamentos judaicos devem ser imediatamente congelados na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. E, claro, como bom caixeiro viajante, foi abrir novos mercados para produtos brasileiros, ampliando a nossa pauta de exportações. Nesse sentido, Lula cumpriu tudo que foi estabelecido. E a viagem pode ser considerada amplamente vitoriosa;

6. Tensões de Israel com os EUA. A visita do presidente Lula coincide com um momento delicado e muito particular do Oriente Médio. Com a perspectiva de certo fracasso da política traçada por Barak Obama para a região, através de seu negociador George Mitchell e sem força política quase nenhuma para controlar Israel, o governo do primeiro Ministro Netanyahu se sente no direito de anunciar, no dia da chegada do presidente Lula ao país e do retorno do vice-presidente americano, Joe Biden, a construção de 1.600 novas moradias na parte árabe de Jerusalém. Segundo vários analistas internacionais, mesmo os EUA seguindo como parceiro estratégico e zeloso da segurança de Israel, nunca as relações estiveram tão tensas como agora. Fala-se que pelo menos desde 1975, quando presidia os Estados Unidos Geraldo Ford e era secretário de Estado Henry Kissinger.

Nós, brasileiros, arabistas e apoiadores da causa árabe e palestina não poderíamos nos calar neste momento, de uma avalanche midiática que se coloca como uma mídia colonizada, a serviço do império do Norte. Apoiamos a diplomacia soberana de nosso país, do governo do presidente Lula e de seu chanceler Celso Amorim, que orgulham a pátria e o povo brasileiros.

E deixamos aqui de forma irrestrita a nossa solidariedade ao povo palestino, em particular:

• Todo apoio à criação do Estado Palestino com fronteiras mínimas de antes da Guerra dos Seis dias de 1967, com Jerusalém como sua capital;
• Todo apoio à volta das negociações de paz entre palestinos e israelenses;
• Direito ao retorno dos milhões de palestinos refugiados;
• Libertação dos mais de dez mil prisioneiros políticos palestinos das masmorras israelenses;
• Fim ao bloqueio da Faixa de Gaza;
• Fim imediato da construção do Muro da Vergonha que divide a Cisjordânia;
• Fim imediato da construção do Muro que separa Gaza do Egito;
• Devolução aos palestinos de todos os seus monumentos e locais sagrados de sua história;
• Pela unidade do povo palestino.

São Paulo, 17 de março de 2010.

Lejeune Mirhan, sociólogo; Samuel Sérgio Salinas, procurador de justiça aposentado e sociólogo; Claude Fahd Hajjar, psicanalista; Tamman Daaboul, editor e Mauro Korban, profissional do direito.

* Presidente do Sindicato dos Sociólogos do Estado de São Paulo, escritor, arabista e professor. Membro da Academia de Altos Estudos Ibero-Árabe de Lisboa e da International Sociological Association.

EUA E SEUS DIREITOS HUMANOS: 640 TENTATIVAS DE MATAR FIDEL

22 março 2010/Pátria Latina http://www.patrialatina.com.br

Agora que os Estados Unidos e seus aliados, em sua campanha midiática contra Cuba, se proclamam defensores da vida humana, os cubanos recordam que isso pode ser desmentido, entre outras coisas, pelas 640 tentativas de assassinar Fidel Castro.

Não é segredo para ninguém que este insólito número de atentados contra a vida do dirigente de um país fez parte da estratégia oficial elaborada pelas mais altas autoridades norte-americanas e cuja aplicação foi ordenada aos seus organismos de inteligência e espionagem.

Nestes dias, foi lembrado o 50º aniversário da portaria assinada pelo então presidente dos Estados Unidos, Dwight Eusenhower, em março de 1960, dando luz verde a todas as operações secretas destinadas a derrubar o governo cubano, entre as quais sempre se destacaram os ataques terroristas e um projeto de eliminação física de Fidel Castro.

Documentos tornados públicos pelos arquivos inclusive da Agência Central de Inteligência (CIA), confissões de presos nos esforços para consumar os fatos ou daqueles que se aventuraram na invasão da Baía dos Porcos, audiências parlamentares esclarecedoras e meia dúzia de filmes revelando tais planos são as melhores provas existentes.

A insólita variedade de formas escolhidas para eliminar o líder da revolução cubana poderia parecer um elemento novelesco se elas não tivessem constituído ações concretas aprovadas em mais alto nível nos Estados Unidos.

Desde tentar envenenar Fidel Castro durante o consumo de um alimento ou de um charuto, até comprar a traição de alguém que o mataria durante um comício na Universidade de Havana, passando por muitas outras formas de homicídio, todas foram tentativas frustradas pela eficiência da Segurança do Estado cubano.

Os complôs para atingir este objetivo no exterior foram extremamente perigosos e seus mal sucedidos autores sempre foram protegidas pelas instâncias estadunidenses, que lhes encomendaram tais projetos de magnicídio.

Um dos últimos foi aquele preparado no Panamá, por ocasião da celebração de uma cúpula Pan-Americana de Chefes de Estado e de Governo, frustrado pela denúncia de Cuba e que, se tivesse se materializado, teria custado um imenso número de vidas, ao explodir o salão nobre da Universidade na qual Fidel Castro falaria a uma multidão de estudantes.

Ali apareceu como autor, mais uma vez, o conhecido terrorista Luis Posada Carriles, preso, condenado por um juiz e indultado depois por um governo panamenho e acolhido de braços abertos por grupos terroristas em Miami, para que continue seus velhos hábitos.

Estas centenas de projetos de assassinato que não tiveram êxito não pareceram nunca uma violação do direito à vida para aqueles que os ordenaram, organizaram e executaram, e que nunca perderam a esperança de serem capazes de consumá-los.

Para os cubanos, é fácil identificá-los agora como os mesmos que dirigem a campanha midiática contra Cuba e que se proclamam defensores dos direitos humanos, acompanhados por aqueles que nunca levantaram um dedo sequer para condenar este tipo terrorismo de Estado como contra a nação antilhana. (Prensa Latina)

Angola/Dirigentes da SADC devem tomar medidas para impedir o alastramento da tuberculose

Luanda, 25 março 2010 - O vice-ministro da Defesa, Salviano Cerqueira "Kianda", afirmou hoje, quinta-feira, em Luanda, que os dirigentes dos países membros da SADC têm a obrigação colectiva de impedirem que o flagelo da tuberculose se desenvolva nos militares dos exércitos dos estados da região austral de África.

O governante angolano falava na sessão de encerramento do workshop militar regional sobre a tuberculose nos países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que decorreu nesta capital de 23 a 25, onde participaram delegados dos serviços de saúde militar desta instituição regional.

"Somos instituições cuja missão principal é a defesa da soberania e da integridade nacional dos nossos respectivos países que já totalizam 210 milhões de habitantes, sendo por isso necessário preservar a saúde dos nossos militares", referiu o dirigente angolano.

Salientou que a quando da criação da SADC o seu estatuto preconizou, entre outras metas fundamentais para a comunidade, a complementariedade de estratégias e programas nacionais e regionais, a maximização colectiva dos recursos de cada país, e o combate ao HIV-SIDA, visando assim a promoção da paz e segurança na região.

"É nesse quadro estratégico que vemos com satisfação o esforço desenvolvido pelo grupo de saúde militar do comité inter-estatal de defesa e segurança da SADC, ao criar a coordenação das doenças transmissíveis, com a missão de impulsionar a organização e funcionamento dos subgrupos técnicos para a malária, tuberculose e HIV/Sida", frisou.

Salviano Cerqueira precisou que a estruturação do programa aprovado para este encontro completou o diagnóstico da tuberculose em cada exército, permitiu a exposição de matéria científica ligada à doença e criou as condições para a obtenção de amplos consensos, através da discussão dos grupos de trabalho.

Este facto, prosseguiu, constitui assim numa proveitosa jornada de trabalho, em que se registou a participação activa das delegações e convidados.

Segundo o vice-ministro, as conclusões saídas desta reunião são a expressão do corolário exitoso das actividades programadas, sendo por conseguinte marcos de referência para a funcionabilidade do subgrupo técnico militar para a tuberculose no futuro.

Acrescentou que a presença dos chefes dos serviços de saúde militar, garantiu e reforçou o processo de tomada de decisão e supervisão, para a cabal implementação das decisões constantes no documento final.

Assistiram ao acto de encerramento, que decorreu no centro de conferências "28 de Agosto" (quartel general do Exército das FAA), a vice-ministra da Saúde, Evelise Frestas, representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Sub-Comité de Saúde militar da SADC, o chefe da Direcção dos Serviços de Saúde das FAA, tenente-general Aires do Espírito Santo Africano, adidos de defesa acreditados em Angola e convidados.

No evento, os participantes cumpriram com um programa científico, baseado em conferências com temas ligados à situação da tuberculose no mundo, em Angola e nos serviços de saúde militar dos países da SADC.

Diagnósticos e tratamento da tuberculose, doenças comunitárias na região da SADC, endemias de pesquisa actual sobre a tuberculose e biosegurança em tuberculose foram, dentre outros, temas em debate.

São membros da SADC Angola, África do Sul, Botswana, Lesotho, Moçambique, Malawi, Madagáscar, Namíbia, RDCongo, Swazilândia, Ilhas Maurícias, Tanzânia, Zâmbia, Zimbabwe.

Segundo estimativas de 2009 da OMS, constantes do seu 13º relatório anual sobre a tuberculose, existem mais de 11 milhões de pessoas no mundo vivendo com esta doença, das quais anualmente morrem 1,3 milhões, e entre estas mais de meio milhão são também seropositivas. (Angola Press)

Pemba, em Moçambique, vai ter novo aeroporto internacional

Maputo, Moçambique, 26 março 2010 - Um novo aeroporto internacional vai ser construído em Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, dado que o custo de ampliar e modernizar o actual é de uma dimensão semelhante ao de edificar um novo, de acordo com o diário Notícias, de Maputo.

O jornal acrescenta que tendo em atenção a celeridade que se pretende na concretização da iniciativa, a empresa Aeroportos de Moçambique (AdM) vai lançar em Abril próximo um concurso público para a selecção da empresa que irá executar a obra.

Informações tornadas públicas durante a visita, quarta-feira, do primeiro-ministro, Aires Ali, à empresa Aeroportos de Moçambique, indicam que inicialmente o projecto era de ampliar e modernizar o actual aeroporto de Pemba, dado que as suas dimensões actuais mostram-se inadequadas para a intensidade do tráfego que de momento se verifica.

A construção do novo aeroporto internacional de Pemba será em regime de concessão, sendo que os fundos para o efeito já estão assegurados e o local para a sua instalação foi encontrado, segundo garantidas dadas pelo presidente da AdM no encontro com o primeiro-ministro.

A construção do aeroporto internacional de Pemba figura como um dos pontos fortes do pacote de projectos de ampliação e modernização das infra-estruturas e equipamentos aeroportuários do país, sob égide da AdM.

Recentemente arrancaram obras da conversão do aeródromo de Vilankulo em aeroporto internacional, havendo, igualmente, intervenções em curso ou já finalizadas nas infra-estruturas aeroportuárias de Tete, Chimoio, Quelimane e Beira. (macauhub)

segunda-feira, 15 de março de 2010

Brasil/Em Israel, Lula defende Estado palestino "seguro e viável"

São paulo, 15 março 2010 (Reuters) - Em discurso no Parlamento de Israel, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a necessidade de negociações e a solução de dois Estados para o impasse no Oriente Médio, ressaltando que um futuro Estado palestino precisa ser viável.

"Defendemos a existência de um Estado de Israel soberano, seguro e pacífico. Ele deverá conviver com um Estado palestino igualmente soberano, pacífico e seguro e viável, sobretudo pelo traçado dos seus territórios", disse Lula no Knesset, na primeira viagem oficial de um presidente brasileiro a Israel.

Lula remeteu ao seu passado, para mostrar que o diálogo não significa uma fuga dos conflitos.

"Em minha trajetória pessoal, como sindicalista e dirigente político... não fugi aos conflitos, mas busquei resolvê-los pelo diálogo ainda quando ele parecia exercício ingênuo, tarefa impossível", disse.

Criticando o início da construção de novas residências em Jerusalém, Lula lembrou que "o que está em jogo aqui... não é somente o futuro da paz nesta região, mas a estabilidade de todo mundo".

O presidente disse ainda que o Brasil deveria servir como exemplo, onde milhões de árabes e seus descendentes vivem em harmonia com milhares de judeus. E insistiu na necessidade da busca por uma solução do conflito na região.

"É chegada a hora de abrir um círculo virtuoso de negociações... superando desconfianças e desentendimentos, em nome de valores mais elevados. A história recompensará os que seguirem este caminho."

Lula começou sua viagem ao Oriente Médio por Israel, onde chegou no domingo. O presidente irá ainda aos territórios palestinos, onde também terá encontros com autoridades locais, e por último visitará a Jordânia na quarta e quinta-feira.

Entre os temas internacionais tratados pelo presidente, além da retomada de negociações israelo-palestinas, está a disposição do Brasil de contribuir para o processo de paz no Oriente Médio.


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ISRAEL E NOVOS DESASTRES À VISTA NO ORIENTE MÉDIO

O escandaloso tratamento que o governo do primeiro-ministro de Israel Binyamin Netanyahu deu ao representante dos EUA em visita a Israel prepara o cenário para nova cadeia de desastres no Oriente Médio. Netanyahu fez Obama engolir à força a expansão das colônias exclusivas para judeus, apesar das súplicas de Obama para que a construção fosse "congelada" em nome de se reiniciarem escandalosas conversações "indiretas" (") de paz.

14 março 2010/Vermelho http://www.vermelho.org.br

por Franklin C. Spinney, Counterpunch*

Ao mesmo tempo, a retórica cada vez mais beligerante de Israel sugere que esteja em preparação um ataque preventivo às instalações nucleares iranianas... ataque que terá consequências adversas difíceis de avaliar hoje, para os EUA e para o mundo, segundo o próprio presidente norte-americano do Conselho dos Comandantes do Estado-maior dos EUA almirante Mike Mullen, um canarinho patriota nessa mina de carvão, insistindo em dissuadir os israelenses de mais essa decisão enlouquecida. Esses são os mais recentes movimentos da bem-sucedida estratégia de Netanyahu e seus arrogantes colegas para converter em lembrança distante -- e humilhante! -- o discurso do presidente Obama no Cairo.

Não bastasse isso, outra complicação já toma forma no horizonte, para atormentar nosso atordoado presidente: segundo reportagem da BBC de 9/3/2010, Israel e Síria já deram conhecimento aos participantes de uma conferência da OECD sobre energia, de que planejam construir novas usinas nucleares, para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis. À primeira vista, nada haveria de escandaloso na decisão, pelo menos se se considera que o presidente Obama também tem planos para construir novas usinas nucleares nos EUA, para reduzir as emissões de gases que provocam o efeito estufa.

Bem feitas as contas, Israel e Síria têm até maior necessidade de energia nuclear que os EUA, porque os EUA têm reservas muito maiores de carvão, petróleo e gás natural per capita do que Israel ou Síria. Claro que o Oriente Médio não é exatamente o que se pode chamar de cenário "normal" e, se "o passado é prólogo", claro que as ambições nucleares de Israel "para finalidades pacíficas" serão tratadas de modo muito diferente das da Síria ou de qualquer outro país islâmico. Esse viés incendiará os discursos e as tensões, e minará ainda mais a posição já muito frágil dos EUA no Oriente Médio; além de encorajar comportamento ainda mais agressivo de Israel -- que está agindo como adolescente malcriado, não como nação madura que precisa conquistar reconhecimento moral e legitimidade em um mundo civilizado.

Não obstante o evidente desprezo de Netanyahu por Obama, ninguém se surpreenda se Obama apoiar a reivindicação de Israel e, inclusive, oferecer financiamento para o sonhado novo reator israelense. De fato, todos devem esperar que esse financiamento aconteça em troca da promessa de Israel de que comprará tecnologia de guerra dos EUA (com dinheiro que os EUA emprestarão a Israel antes de perdoar a dívida). O mais provável é que ou Obama ou a secretária Hilária acabem por denunciar o idêntico plano da Síria para acumular capacidade nuclear civil, como exemplo de inusitada, acanalhada, imoral agressão contra o 'mundo livre'.

O tratamento desigual a favor das ambições nucleares de Israel já atingiu níveis absurdamente perigosos, sobretudo porque Israel provoca agressiva, violenta e indiscriminadamente tantos os aliados quanto os inimigos.

A desigualdade de tratamento reflete-se no duplo padrão de aplicação do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (NPT), que todos os membros da Agência de Energia Atômica devem assinar. O NPT visa a evitar o aumento no número de armas nucleares e tecnologia dessas armas, a estimular o uso pacífico da energia nuclear e, em termos gerais, visa ao desarmamento. O Tratado estabelece um sistema de salvaguardas sob a responsabilidade da IAEA, que também desempenha papel central nas áreas de transferência de tecnologia para fins pacíficos.

Síria e Israel são membros da IAEA; Israel, de fato, é fundador da IAEA, nos termos do Estatuto de criação da agência em 1957; a Síria assinou em 1963. Mas, nos termos do mesmo Estatuto, a Síria assinou, sim, mas Israel não; nem na fundação, nem até hoje.

Isso porque, como todos sabemos, Israel mantém antigo programa de produção de armas nucleares, iniciado em 1949. Hoje, Israel é dona do único arsenal operativo de armas nucleares em todo o Oriente Médio.

Embora Israel jamais tenha assumido que tem capacidade nuclear, protegida sob uma chamada "política de ambiguidade estratégica", suas armas nucleares são segredo que todos conhecem. Relatórios secretos da inteligência dos EUA, divulgados em 22/4/2004 em relatório da UPI, demonstram que Israel tem arsenal operativo de 82 ogivas nucleares (i.e., as ogivas e os meios para dispará-las). Em 2008, o Comando Conjunto [ing. Joint Forces Command] de fato entregou o ouro num relatório não secreto (Joint Operating Environment, pág. 37), em que se confirma a capacidade nuclear de Israel. A maioria das estimativas conhecidas calculam que haja de 80 a 200 bombas atômicas no arsenal israelense. Israel é o único país do Oriente Médio a ter armas atômicas e os meios para disparar essa s armas.

A questão de como lidar com desejos equivalentes de Israel e Síria de construírem reatores para finalidades civis é ainda mais complicada porque (1) os EUA já criaram um precedente perigoso no caso da Índia e (2) o presidente Barack Obama tem promovido a energia nuclear como tecnologia "verde", importante para reduzir as emissões de CO2 na atmosfera, emissões essas que muitos (mas não todos) cientistas entendem que seja causa, provocada pela ação do homem, do aquecimento global.

Considere-se, então, o que segue:

Em 2005, o presidente Bush aprovou um negócio para fornecer à Índia combustível nuclear e tecnologia para construir e operar reatores para finalidades civis. Bush aprovou esse negócio, sabendo perfeitamente que a Índia, como Israel, também tem arsenal operativo de armas atômicas; e que a Índia, como Israel não assinou o Tratado de Não Proliferação, embora a Índia, como Israel, também seja membro da IAEA. (De fato, a Índia está hoje no Comitê Diretor da IAEA!)

O governo Obama levou o plano de Bush um passo à frente, quando concordou com negócio ainda mais cínico, que "casou" a venda de dois reatores nucleares dos EUA e uma promessa, feita pela Índia, de comprar armas de fabricantes norte-americanos (em disputa de 12 bilhões de dólares contra fabrica ntes europeus, para a compra de 125 aviões caça, para a Força Aérea Indiana).

O presidente Obama está explorando a histeria liberal em torno da hipótese do aquecimento global, para reaquecer a indústria nuclear dos EUA. Por essa ação, está também oferecendo oxigênio para revigorar o lobby doméstico da indústria nuclear, apesar das "críticas" de fachada contra a expansão do armamento nuclear. E a questão de como proteger nossos cidadãos contra a ameaça mortal dos rejeitos e detritos de material nuclear é hoje ameaça mais real e mais grave do que todos os hipotéticos riscos de algum aquecimento global.

Devemos esperar, portanto, que se firme uma aliança óbvia entre o poderoso lobby nuclear e os poderosos lobbies israelenses, a empurrar os EUA para que ajudem Israel nos negócios de compra e venda de tecnologia nuclear, sob o guarda-chuva das políticas atuais norte-americanas de assistência à segurança de Israel.

Assim sendo, pode ser apenas questão de tempo, antes de que as políticas "verdes" de Obama sejam seqüestradas pelos próprios israelenses que, hoje, não se incomodam por humilhar publicamente o governo de Obama. O mais provável é que se construa um negócio de troca de usinas-e-armas nucleares similar ao que a Índia propôs (e obteve), certamente em termos mais generosos, dada a excepcional predileção do governo dos EUA por exportar tecnologia de ponta para Israel e, depois, perdoar as dívidas.

Se isso acontecer -- mesmo que o negócio apenas transpire --, servirá para evidenciar a chocante hipocrisia de uma provável oposição dos EUA às ambições da Síria (ou de qualquer outro país islâmico) de produzir reatores nucleares para uso civil. Esse desenvolvimento só fará enfraquecer ainda mais a posição moral dos EUA no mundo islâmico e estimular os países islâmicos, cada vez mais, a construir cada um o seu próprio arsenal atômico, se mais não for, para finalidades de segurança e autodefesa. Ainda pior: recompensar Israel, cujo governo parece dedicado a desmoralizar o governo Obama, de fato, qualquer movimento favorável a Israel, agora, só estimulará a obsessiva beligerância do atual governo de Israel.

Mas hoje, como no tempo do negócio com a Índia, todas essas possibilidades estão sendo mantidas fora do radar da opinião pública, enquanto os zangões lobbystas zumbem frenéticos nos porões do Versailles do rio Potomac.

*Franklin "Chuck" Spinney é ex-analista militar do Pentágono. Vive hoje num barco no Mediterrâneo. Recebe e-mails em chuck_spinney@mac.com

Artigo original encontra-se em http://www.counterpunch.org/spinney03122010.html
Tradução de Caia Fittipladi para a Aliança RECOs - redes de Cooperação Comunitária Sem Fronteiras

sexta-feira, 12 de março de 2010

Brasil/RETALIAÇÕES COMERCIAIS CONTRA OS EUA: A LEI É PARA TODOS

10 março 2010/Vermelho EDITORIAL http://www.vermelho.org.br

A questão das retaliações comerciais do Brasil contra os EUA, autorizadas em novembro pela Organização Mundial do Comércio (OMC) poderão resultar em uma guerra comercial entre os dois países, prevê o jornal inglês Financial Times.

Aparentemente ninguém ganha com isso. Daí a prudência com que o governo brasileiro vem tratando o assunto, emitindo sinais do desejo de uma saída negociada para o impasse. O que está em jogo vai além das aparências e diz respeito a uma disputa política que se acentua com as reiteradas tentativas estadunidenses de manter velhas práticas diplomáticas que foram ultrapassadas com o novo protagonismo mundial da diplomacia brasileira e a ênfase na soberania nacional e na rejeição da subordinação do país a potências externas.

Março foi o mês da visita da secretária de Estado Hillary Clinton, que voltou para Washington sem conseguir dobrar o governo brasileiro a acatar as sanções que os EUA querem impor contra o Irã. E agora é a vez do secretário do Comércio Gary Locke desembarcar em Brasília a pretexto de negociar uma saída para o impasse comercial. Ele veio, contudo, de mãos vazias, sem nenhuma proposta além da declaração, que inclui uma ameaça implícita, de que os EUA não querem uma guerra comercial com o Brasil.

É preciso saber se os EUA estão em condições de fazer ameaças. Do ponto de vista legal, o Brasil agiu dentro das normas da OMC e tem o direito internacional a seu lado. Do ponto de vista comercial, os EUA deixaram de ser o principal parceiro comercial do Brasil (posição que a China passou a ocupar) e sua margem de manobra e autonomia é grande o suficiente para enfrentar arrogâncias desse porte. Do ponto de vista político – e é o que importa aqui – ao consolidar sua autonomia o Brasil confronta os interesses dos EUA cujos limites aparentemente estão sendo alcançados sem que o governo de Washington (e o Congresso dos EUA) indique ter se apercebido disso.

O impasse é inédito e diz respeito à contradição entre os interesses da maior potência imperialista e a vigência das normas do comércio internacional que devem ser acatadas por todos os seus signatários.

O descumprimento das normas da OMC significaria a desmoralização dos acordos duramente alcançados nos últimos anos. E seu cumprimento contra os EUA, que se colocaram à margem dessas normas ao adotar subsídios ilegais para os produtores locais de algodão, significa que nenhuma nação está à margem da lei internacional, nem mesmo a mais poderosa delas.

Sem propostas concretas dos EUA, a intenção do governo brasileiro de chegar a uma saída negociada não pode prosperar. Mas não há outro caminho: a época das imposições imperialistas dos EUA acabou e a única maneira de “salvaguardar a credibilidade e legitimidade do sistema de soluções de controvérsias” (como diz a nota divulgada pelo Itamaraty) é o respeito aos acordos internacionais e ao multilateralismo.

CNBB defende mudanças urgentes no Estado brasileiro, com participação democrática

12 março 2010/Conselho Indigenista Missionário (CIMI) http://www.cimi.org.br

Em coletiva realizada na tarde desta quinta-feira, 11, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geraldo Lyrio Rocha e o vice-presidente, dom Luis Vieira apresentaram o novo documento aprovado pela reunião do Conselho Permanente da CNBB, intitulado “Por uma reforma do Estado com participação democrática”.

Na entrevista os bispos afirmaram, entre outros pontos, que é preciso rever o atual modelo econômico vigente que privilegia a concentração de rendas. “O atual sistema é concentrador e excludente. É necessário que encontremos um modelo de inclusão social”, declarou dom Geraldo.

Segundo o presidente da CNBB, novos agentes devem ser considerados no contexto atual de sociedade para que uma verdadeira mudança de estruturas aconteça. “Entre os novos agentes, temos a mulher, os povos indígenas, os afro-descendentes, que antes não tinham espaço nenhum e agora, com muitas lutas, vêm conquistando cada vez mais o seu lugar”, afirmou o bispo.

Afro-descendentes e povos indígenas
Ao lembrarem das lutas de afro-descendentes e povos indígenas como novos agentes do estado democrático, os bispos colocaram que, a respeito das cotas, a CNBB não pensa na ordem técnica - na porcentagem de pessoas que devem entrar nas universidades com tal sistema - mas no mérito da questão. “Os negros trazem a marca da escravidão neste país e todas as cicatrizes do sistema escravocrata, então o sistema de cotas é o mínimo que se pode fazer em relação a esse histórico”.

Dom Luis Vieira, que também é bispo de Manaus, foi questionado sobre como a CNBB avalia a atuação do estado na demarcação de terras indígenas e afirmou: “O ritmo das demarcações de terras não está como se espera. Sabemos que a terra é uma questão vital para estes povos tradicionais e há várias áreas para serem demarcadas em todo o país. Também sabemos que o governo enfrenta dificuldades, oposições no congresso, grupos econômicos...mas infelizmente não está no ritmo que queremos”.

Crises
Os bispos foram questionados sobre os casos de corrupção descobertos no Distrito Federal e Dom Geraldo foi enfático. “O fato expõe de maneira quase emblemática a fragilidade do sistema atual”, disse. Segundo ele, se já houvesse uma reforma política, uma situação como esta não estaria acontecendo. “A reforma do Estado é urgente para que situações assim não se repitam”, considerou.

Mas, de acordo com os bispos, a crise não se resume apenas a questões econômicas ou mesmo de corrupção: “Ela é mais complexa, é algo maior. É necessário que todos repensem a crise de forma mais profunda para uma nova civilização que se desponta”, afirmou dom Luis Vieira, citando também a crise ambiental que se observa em todo o mundo.

Os bispos ressaltaram a necessidade de uma prática democrática mais significativa. “Não se pode favorecer grupos que buscam no Estado a satisfação de seus interesses particulares”, afirmaram. A CNBB defende em seu documento que “faz-se necessária uma mudança de estruturas, buscando redemocratizar o Estado, ampliando a participação popular, construindo uma Democracia participativa”. Eles citaram “práticas de esperança” que já acontecem como: os conselhos paritários, o acompanhamento do legislativo, acompanhamento de execução orçamentária, a atuação das pastorais sociais, das Comunidades Eclesiais de Base e das Semanas Sociais e campanhas que a igreja desenvolve.

Até amanhã o documento deverá ser publicado na íntegra pela CNBB.

Brasil/INFORME Nº 904: ENTIDADES SE SOLIDARIZAM E DEMONSTRAM APOIO AO CACIQUE BABAU

11 março 2010/Conselho Indigenista Missionário (CIMI) http://www.cimi.org.br

Rosivaldo Ferreira da Silva, o cacique Babau, já está na Superintendência da Polícia Federal, em Salvador. Ele foi detido na madrugada desta quarta-feira (10) durante ação violenta da Polícia Federal (PF). No momento de sua prisão, ele estava em casa, na comunidade Tupinambá da Serra do Padeiro, no município de Ilhéus (BA).

Minutos antes de sua prisão, Babau recebeu um telefonema, o que para a comunidade foi uma armadilha para identificar a casa do mesmo, pois logo em seguida alguém gritou seu nome e bateu na porta de sua casa. De acordo com depoimento à Polícia Federal de Ilhéus, na tarde de ontem, ao abrir a porta ele foi abordado por duas pessoas que portavam armas. Não conseguindo identificá-las e com medo de se tratar de um seqüestro travou com eles luta corporal. Somente depois os policiais se apresentaram como agentes da Polícia Federal.

A ação da PF aconteceu por volta das 2h40 da manhã, no entanto os agentes só chegaram com Babau à delegacia de Ilhéus entre 6h30 e 7 horas da manhã. Em depoimento, ele disse que antes os policiais pararam para lanchar em um lugar conhecido como Posto Flecha e em outro local, onde há caminhões e guinchos desativados, para esperar amanhecer e poderem justificar a ação arbitrária que realizaram.

Ida para Salvador
No momento de sua chegada à Superintendência da Polícia Federal de Salvador, na noite desta quarta-feira, Babau recebeu o apoio de amigos, familiares, entidades que lutam pela garantia dos direitos humanos e lideranças indígenas da região. Marta Timon Frias, diretora executiva da Associação Nacional de Ação Indigenista (ANAÍ), informou que eles não conseguiram falar com Babau, mas que pelo vidro do carro em que estava, ele sorriu e afirmou que estava bem.

Hoje, Babau receberá visitas de representantes de organizações indígenas e do deputado federal Luís Couto (PT/PB). O grupo Tortura Nunca Mais também irá à Superintendência da Polícia Federal visitar Babau e levar apoio às suas lutas pela garantia dos direitos de seu povo e dos demais povos indígenas do país.

Solidariedade
Diversas manifestações de apoio estão sendo enviadas aos familiares e ao próprio Babau. Para a promotora de Justiça de Camacãn, Cleide Ramos, a ação da PF apresenta diversas ilegalidades, como execução da prisão durante a madrugada e sem apresentação do mandado de prisão e impedimento do acesso da família à Babau. “Esses fatos são completamente ofensivos às garantias penais dos tratados de direitos humanos”, declarou. Ela ainda lembra que durante visita realizada à comunidade em 2008, produziu relatório onde propõe ações mais ofensivas contra tais abusos.

Carlos Eduardo, representante do Sindicato dos Bancários do Extremo Sul da Bahia, afirmou que mais essa ação violenta da Polícia Federal não vai somente contra o movimento indígena e suas lideranças, mas fere frontalmente os movimentos sociais do país e que, por isso, se solidarizam com os Tupinambá.
“Proponho que representações sejam apresentadas à Corregedoria da Polícia Federal, à Secretaria de Segurança Pública da Bahia, à Comissão de Segurança Pública da Câmara, à Secretaria Nacional de Segurança e ao Ministério da Justiça, além da divulgação de nota pública à imprensa”, disse.

Em nota divulgada na tarde de ontem, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também manifestou repúdio a ação truculenta e arbitrária da Polícia Federal. “Não se pode admitir e muito menos aceitar que a Polícia Federal utilize-se de expedientes próprios do período da ditadura militar na sua relação com o povo Tupinambá”, afirmou a entidade.


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Brasil/NOTA: CIMI REPUDIA NOVA AGRESSÃO DA POLÍCIA FEDERAL AOS TUPINAMBÁ

10 março 2010/Conselho Indigenista Missionário (CIMI) http://www.cimi.org.br

Na madrugada desta quarta-feira (10), cinco policiais federais, fortemente armados, arrombaram e invadiram a casa de Rosivaldo Ferreira da Silva, o cacique Babau, na comunidade Tupinambá da Serra do Padeiro. Segundo seus familiares, no momento de sua prisão, Babau foi violentamente agredido e ameaçado de morte.

De acordo com membros da Comunidade Indígena da Serra do Padeiro, durante a ação policial parentes do cacique se esconderam debaixo da cama, com medo de sofrer abusos e agressões por parte da PF. Vários móveis da casa foram quebrados. Para a comunidade, pela conduta dos policiais a impressão que ficou foi no sentido de que pretendiam levar Babau sem ninguém perceber, tanto que eles agiram durante a madrugada e após entrarem na casa fecharam a porta. Ainda segundo a comunidade, os policiais o obrigaram a engolir um comprimido, que suspeitam pudesse ser um calmante.

O clima na Serra do Padeiro é de muita apreensão. Até o início da manhã, a comunidade se questionava sobre a origem dos invasores, se eram realmente policiais federais. No entanto, a informação de que a ação foi realizada pela Polícia Federal já foi confirmada e a família de Babau está na sede da PF de Ilhéus. Os familiares procuram notícias e querem ver o cacique, mas de acordo com eles, somente a imprensa local teve acesso ao mesmo.

A prisão de Babau, liderança que representa as cerca de 130 famílias que vivem na aldeia da Serra do Padeiro (município de Buerarema, e de Olivença, em Ilhéus) aconteceu em um momento de significativa tensão. Na segunda (08), houve uma reunião com todos os caciques Tupinambá, da qual apenas Babau não participou. O encontro foi com delegados da PF na sede da Funai em Ilhéus. Segundo informações de lideranças presentes nessa reunião, o assunto tratado foi a criação de mecanismos que procurem formas pacíficas durante os procedimentos de reintegração de posse de áreas ocupadas pelos indígenas.

Essa não foi a primeira agressão sofrida pelos Tupinambá. Em 2008, durante uma tentativa de prender Babau, a Polícia Federal ingressou na aldeia e destruiu a escola da comunidade, além de agredir Babau, seu irmão Jurandir Ferreira e o ancião Marcionilio Guerreiro com tiros de borrachas. Dois dias depois, cerca de 130 agentes voltaram à comunidade, agindo com forte e desproporcioanl aparato policial. Na ocasião, eles destruíram móveis, queimaram roças e feriram dezenas de pessoas.

Ano passado, novas arbitrariedades foram cometidas. Cinco indígenas foram constrangidos e sofreram abusos de poder praticado pela PF, entre eles uma mulher. Durante esta ação ilegal, eles foram agredidos com gás de pimenta e dois deles receberam choques elétricos que deixaram queimaduras nos corpos das vítimas, inclusive em partes íntimas.

Não se pode admitir e muito menos aceitar que a Polícia Federal utilize-se de expedientes próprios do período da ditadura militar na sua relação com o povo Tupinambá.

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) repudia essa ação da PF por entender tratar-se de conduta ilegal e despropositada, porque realizada às 2h40 da madrugada, sem apresentação de qualquer mandado de prisão e de forma violenta.

Em respeito ao Estado Democrático de Direito e à cidadania dos Povos Indígenas, em especial dos Tupinambá é fundamental que o Departamento de Polícia Federal e o Ministério da Justiça apresentem a decisão judicial que determinou a prisão preventiva do cacique Babau e que demonstrem a integridade física e moral desta relevante e dedicada liderança indígena do Povo Tupinambá.


OUTROS INFORMES

Informe nº 903: Personalidades premiadas pela OAB – PARÁ emitem nota repudiando apoio da instituição a construção de Belo Monte
OAB-Pará aprovou a construção de Belo Monte sem sequer convidar os Ministérios Públicos Estadual e Federal

Informe nº 902: CNBB manifesta apoio a Dom Erwin Kräutler e às entidades que lutam contra construção de Belo Monte
Durante coletiva e em nota pública divulgada hoje (25), CNBB manifesta apoio a Dom Erwin Kräutler e a entidades que lutam contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.

Informe nº 901: Comunidade do povo Kaingang retoma terra na capital do Rio Grande do Sul
Cerca de 15 família do povo Kaingang retomou, ontem a noite (17) terra denominada Morro Santana, em Porto Alegre (RS). A ocupação tem como objetivo chamar atenção da Funai para identificação da área.

Informe Nº 900: Quatro crianças morrem por surto de diarréia em comunidades Maxakali
Ocorrências começaram no início de janeiro e levaram 94 crianças a internações em hospitais da região

Informe nº 899 - Belo Monte: “Não houve diálogo”
Dom Erwin Kräutler reafirma sua posição sobre Belo Monte e ressalta não esmorecer, mesmo sem diálogo

Informe nº 898 - Saúde: Indígenas exigem mudanças no atendimento no sul da Bahia
Comissão de caciques se mostrou indignada com a situação atual da saúde na região

Informe nº. 897: Entidades indígenas e indigenistas publicam manifesto sobre reestruturação da Funai

De acordo com a nota, a reestruturação foi trabalhada “intra-muros”, fazendo com que os povos se sentissem desrespeitados

Informe 896: Indígenas em Brasília protestam contra decreto da Funai
e O Cimi se solidariza com familiares de Dra. Zilda Arns, vítima do terremoto no Haiti


Informe nº 895: Nova estrutura funcional da Fundação Nacional do Índio: algumas questões para refletir sobre as mudanças
Por que o governo federal modificou a estrutura estatutária da Funai, sem uma prévia discussão?

Informe nº. 894: Jovem Guarani é encontrado morto em escola no Mato Grosso do Sul
e Xukuru preso será transferido para posto da Funai na aldeia em Pernambuco

Brasil/VAMOS MANTER VIVA A UNIVERSIDADE DOS TRABALHADORES!

6 março 2010/Correio da Cidadania http://www.correiocidadania.com.br
Texto originalmente publicado na revista Caros Amigos http://carosamigos.terra.com.br

Escrito por José Arbex Jr.

Caros(as) amigos(as):

A Escola Nacional Florestan Fernandes pede a sua ajuda urgente para se manter em funcionamento (veja como contribuir, no final deste texto).

Situada em Guararema (a 70 km de São Paulo), a escola foi construída, entre os anos 2000 e 2005, graças ao trabalho voluntário de pelo menos mil trabalhadores sem terra e simpatizantes. Nos cinco primeiros anos de sua existência, passaram pela escola 16 mil militantes e quadros dos movimentos sociais do Brasil, da América Latina e da África.

Não se trata, portanto, de uma "escola do MST", mas de um patrimônio de todos os trabalhadores comprometidos com um projeto de transformação social. Entretanto, no momento em que o MST é obrigado a mobilizar as suas energias para resistir aos ataques implacáveis dos donos do capital, a escola torna-se carente de recursos.  Nós não podemos permitir, sequer tolerar, a idéia de que ela interrompa ou diminua o ritmo de suas atividades.

A escola oferece cursos de nível superior, ministrados por mais de 500 professores, nas áreas de Filosofia Política, Teoria do Conhecimento, Sociologia Rural, Economia Política da Agricultura, História Social do Brasil, Conjuntura Internacional, Administração e Gestão Social, Educação do Campo e Estudos Latino-americanos. Além disso, cursos de especialização, em convênio com outras universidades (por exemplo, Direito e Comunicação no campo).

O acervo de sua biblioteca, formado com base em doações, conta hoje com mais de 40 mil volumes impressos, além de conteúdos com suporte em outros tipos de mídia. Para assegurar a possibilidade de participação das mulheres, foram construídas creches (as cirandas), onde os filhos permanecem enquanto as mães estudam.

A escola foi erguida sobre um terreno de 30 mil metros quadrados, com  instalações de tijolos fabricados pelos próprios voluntários. Ao todo, são três salas de aula, que comportam juntas até 200 pessoas, um auditório e dois anfiteatros, além de dormitórios, refeitórios e instalações sanitárias. Os recursos para a construção foram obtidos com a venda do livro Terra (textos de José Saramago, músicas de Chico Buarque e fotos de Sebastião Salgado), contribuições de ONGs européias e doações.

Claro que esse processo provocou a ira da burguesia e de seus porta-vozes "ilustrados". Não faltaram aqueles que procuraram, desde o início, desqualificar a qualidade do ensino ali ministrado, nem as "reportagens" sobre o suposto caráter ideológico das aulas (como se o ensino oferecido pelas instituições oficiais fosse ideologicamente "neutro"), ou ainda as inevitáveis acusações caluniosas referentes às "misteriosas origens" dos fundos para a sustentação das atividades. As elites, simplesmente, não suportam a idéia de que os trabalhadores possam assumir para si a tarefa de construir um sistema avançado, democrático, pluralista e não alienado de ensino. Maldito Paulo Freire!

Os donos do capital têm mesmo razões para se sentirem ameaçados. Um dos pilares de sustentação da desigualdade social é, precisamente, o abismo que separa os intelectuais das camadas populares. O "povão" é mantido à distância dos centros produtores do saber. A elite brasileira sempre foi muito eficaz e inteligente a esse respeito. Conseguiu até a proeza de criar no país uma universidade pública (apenas em 1934, isto é, 434 anos após a chegada de Cabral) destinada a excluir os pobres.

Carlos Nelson Coutinho e outros autores já demonstraram que, no Brasil, os intelectuais que assumem a perspectiva da transformação social sempre encontraram dois destinos: ou foram cooptados (mediante o "apadrinhamento", a incorporação domesticada nas universidades e órgãos de serviços públicos, ou sendo regiamente pagos por seus escritos, recebendo bolsas e privilégios etc.); ou os poucos que resistiram foram destruídos (presos, perseguidos, torturados, assassinados).

Apenas a existência de movimentos sociais fortes, nacionalmente organizados e estruturados poderia fornecer aos intelectuais oriundos das classes trabalhadoras ou com elas identificados a oportunidade de resistir, produzir e manter uma vida decente, sem depender dos "favores" das elites. Ora, historicamente, tais movimentos foram exterminados antes mesmo de ter tido tempo de construir laços mais amplos e fortes com outros setores sociais.

A ENFF coloca em cheque, esse mecanismo histórico. A construção da escola só foi possibilitada pela prolongada sobrevivência relativa do MST (completou 25 anos 2009, um feito inédito para um movimento popular de dimensão nacional), bem como o método por ele empregado, de diálogo e interlocução com o conjunto da nação oprimida. Esse método permitiu o desenvolvimento de uma relação genuína de colaboração entre a elaboração teórica e a prática transformadora.

É uma oportunidade histórica muito maior do que a oferecida ao próprio Florestan Fernandes, Milton Santos, Paulo Freire e tantos outros grandes intelectuais que, apesar de todos os ataques dos donos do capital, souberam apoiar-se no pouquíssimo que havia de público na universidade brasileira para elaborar suas obras.

Veja como você pode participar da Associação dos Amigos da Escola Florestan Fernandes

Em dezembro, um grupo de intelectuais, professores, militantes e colaboradores resolveu criar a Associação dos Amigos da Escola Nacional Florestan Fernandes, com três objetivos bem definidos:

1) divulgar as atividades da escola, por todos os meios possíveis, incluindo sites, newsletter e blogs;

2) iniciar uma campanha nacional pela adesão de novos sócios;

3) promover uma série intensa de atividades, em São Paulo e outros estados, para angariar fundos, com privilégios especiais concedidos aos membros da associação.
O seu Conselho de Coordenação é formado por José Arbex Junior, Maria Orlanda Pinassi e Carlos Duarte. Participam do Conselho Fiscal: Caio Boucinhas, Delmar Mattes e Carlos de Figueiredo.

A sede situa-se na Rua da Abolição n° 167 - Bela Vista - São Paulo – SP – Brasil - CEP 01319-030.

Existem duas modalidades de associação: a plena e a solidária. A única diferença entre ambas as modalidades consiste no valor a ser pago. Ambas asseguram os mesmos direitos e privilégios estendidos aos associados.

Para ficar sócio pleno, você deverá pagar a quantia de R$ 20,00 (vinte reais) mensais; para tornar-se sócio solidário, você poderá contribuir com uma quantia maior ou menor do que os R$ 20,00 mensais.

Esses recursos serão diretamente destinados às atividades da escola ou, eventualmente, empregados na organização de atividades para coleta de fundos (por exemplo: seminários, mostras de arte e fotografia, festivais de música e cinema).

Para obter mais informações sobre como participar e contribuir, procure a secretaria executiva através dos telefones: (11) 3105-0918 (11) 3105-0918, 9572-0185; 6517-4780, ou do correio eletrônico: associacaoamigos@enff.org.br

José Arbex Jr. é jornalista, editor da Revista Caros Amigos e professor de jornalismo da PUC-SP.

Bolivia/Mujica y Morales fortalecerán lazos bilaterales en Cochabamba con URUPABOL como punto prioritario de la agenda

Cochabamba, Bolivia, 12 marzo 2010 (ABI) - El presidente de Uruguay José 'Pepe' Mujica y su homólogo boliviano Evo Morales fortalecerán el sábado los lazos bilaterales entre ambos países, en una reunión que se realizará en la ciudad de Cochabamba, que evaluará la puesta en marcha del grupo regional Uruguay-Paraguay-Bolivia (URUPABOL), como punto prioritario de la agenda.

El portavoz Presidencial, Iván Canelas, informó que Mujica llegará la noche del viernes a Cochabamba donde será recibido con Honores Militares en el aeropuerto Internacional 'Jorge Wilstermann' y el sábado, junto a Morales, firmará una declaración conjunta de integración y cooperación.

"El presidente Mujica va a llegar la noche de este viernes a la ciudad de Cochabamba y se va encontrar con el presidente Evo Morales el sábado a las siete de la mañana", dijo.

Canelas agregó que "van a conversar sobre algunos temas que tiene que ver con la relaciones diplomáticas entre Uruguay y Bolivia y abordarán el tema de URUPABOL, que es un tema que ya ha estado manejándose con el anterior gobierno del Uruguay".

Bolivia, Paraguay y Uruguay pretenden contar con un canal de navegación para embarcaciones de hasta diez pies de calado a través de los ríos Paraguay y Paraná, desde Puerto Cáceres (Brasil) hasta Nueva Palmira, en el mar Atlántico (Uruguay).

"El tema de URUPABOL para el uso de los ríos que transitan por estos países y para la posibilidad de sacar productos nos ayudaría a nosotros que no tenemos una salida al Pacífico", consideró Canelas.

Bolivia perdió su salida soberana a las costas del océano Pacífico en una guerra territorial con Chile en 1879.

El presidente uruguayo dijo que en su visita a Bolivia también dará prioridad a la posibilidad de comprar gas boliviano y la lucha contra la aftosa.

Tras esa reunión, se prevé que Mujica y Morales almuercen en la localidad de Punata y por la tarde participarán en un acto cívico la población de Quillacollo.

"Terminada esa reunión el presidente Morales se va a trasladar, probablemente y dependiendo del tiempo del presidente del Mujica, a Aquile donde va participar en un acto de campaña con los candidatos de Cochabamba y después de Aiquile se va ir a Mizque, Punata, a la zona Sur de Cochabamba y, finalmente va estar en la localidad de Quillacollo", indicó Canelas.

Por otro lado, la Cancillería boliviana informó que unos 150 periodistas entre, nacionales e internacionales, fueron acreditados para informar de la visita oficial del presidente uruguayo.

Portugal/Jaime Gama solicita maior empenho dos governos da CPLP

Lisboa (Dos enviados especiais) – O presidente da Assembleia da República de Portugal, Jaime Gama, solicitou, quarta-feira, maior engajamento dos governos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, na concretização dos programas definidos pela organização.

Discursando na cerimónia de encerramento da II Assembleia Parlamentar da CPLP, Jaime Gama defendeu a definição de programas claros, regulados, acessíveis e com financiamento apropriado.

Segundo disse, é necessário que o Secretariado Executivo da CPLP informe regularmente à Assembleia Parlamentar sobre quais os programas de cooperação, os beneficiários e os resultados que se esperam.

O parlamentar português instou ao Secretariado Executivo da CPLP a desenvolver projectos que promovam uma maior cooperação entre os estados membros.

Em relação a língua portuguesa, o elo de ligação dos países da CPLP, defendeu a tomada de medidas apropriadas para que haja mais e melhor politica em relação a este assunto.

Para si, este trabalho deve começar nos estados membros através do reforço das suas estruturas destinadas a acompanhar a expansão da língua, devendo, para o efeito, atribuir financiamento para a concretização deste desiderato.

Por seu turno, o vice-presidente do parlamento de Timor-Leste, Vicente da Silva Guterres, referiu que se é desejo de todos os países da CPLP ver a língua portuguesa como idioma global, é necessário definir objectivos e agir em consequência, com realismo e ambição,

Na sua óptica, é indispensável valorizar e reforçar o papel da CPLP em todas as vertentes, desde logo pela ratificação, tão cedo quando possível, dos instrumentos ainda por aprovar e velar pela implementação prática.

Prometeu maior empenho de Timor-Leste para dar mais espaço à CPLP na agenda politica, interna e externa, e reforçar o sentimento de cidadania.

A II Assembleia Parlamentar da CPLP, que teve o seu início segunda-feira, analisou os temas: “desafios e horizontes da presidência portuguesa da CPLP", "A CPLP e a situação política e económica internacional", "o Reforço da Cooperação no âmbito da CPLP" e "a CPLP, a Língua Portuguesa, o novo Acordo Ortográfico e o Papel do Instituto Internacional de Língua Portuguesa”.

Angola participou na reunião com uma delegação chefiada pelo presidente da Assembleia Nacional, Paulo Kassoma.

Integraram a comitiva os deputados Cristóvão da Cunha, João Melo, Luís Reis Cuanga, Lúcia Tomas e Lukamba Paulo Gato.

Fazem parte da CPLP, Angola, Moçambique, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Brasil, Portugal e Timor Leste.

Timor-Leste/Obra de hotel perto de Dili revela túmulos clandestinos

Corpos podem ser de vítimas da ocupação indonésia nos anos 1970. Anistia Internacional quer apurar crimes da época, mas governo é contra.

Dili, 11 Março 2010 (Reuters) -- A construção de um hotel de luxo perto de Díli, a capital de Timor Leste, revelou a existência de túmulos cavados com máquinas contendo restos de pessoas que podem ter sido mortas durante a ocupação indonésia no país (1975-99), informaram cientistas nesta quinta-feira (11).

Estima-se que 180 mil timorenses tenham morrido durante a ocupação, sendo cerca de mil só na época do referendo de 1999 que levou à independência do país, segundo a ONU.

Quando um empreendedor imobiliário recebeu aprovação para construir um hotel cinco estrelas na orla de Tibar, a oeste de Díli, o governo convocou um grupo de cientistas forenses australianos para estudar o terreno.

"Esta área tem sido citada por várias pessoas, por grande parte da comunidade em Díli, como tendo sido usada pelos indonésios como um local para descartar corpos", disse Soren Blau, do Instituto de Medicina Forense de Vitória (Austrália) e membro da equipe investigativa. "Nenhuma dessas histórias jamais havia sido verificada."

A equipe encontrou duas covas escavadas com máquinas, com cerca de 2 metros de profundidade. Uma delas continha sete esqueletos; a outra, dois.

A Anistia Internacional pede a criação de um tribunal internacional para investigar crimes cometidos durante a ocupação da ex-colônia portuguesa, mas o presidente José Ramos-Horta é contra.

TIMOR-LESTE É O ESTADO DE CORRUPÇÃO DE XANANA GUSMÃO-AMP

12 março 2010/Timor Lorosae Nação http://www.timorlorosaenacao.blogspot.com

Por Gonçalo Tilman Gusmão

Após tanto brado pela evidente corrupção, conluio e crime generalizado (e que crimes!), Mário Carrascalão lá veio dizer que “reconhece que o governo da AMP é corrupto”. Mais vale tarde que nunca.

Disse o vice-primeiro-ministro que devido a esse reconhecimento foi criada a política do Plano do Governo de Prevenção à Corrupção, “de modo a controlar os corruptos”. Ora deixem-me rir com fartas gargalhadas. Mas que “chachada dos diabos, que ridículo, quem é que eles querem enganar”, disse um compatriota nosso, do outro lado da rede telefónica, quando estávamos a comentar os esforços de Carrascalão para denunciar o estado corrupto da AMP.

Que há corrupção sabemos nós há imenso tempo. Que há KKN e documentos comprovativos sabemos nós há imenso tempo. A começar pelo primeiro-ministro Xanana Gusmão! Melhor será que ele se demita já e que se ponha a caminho do comando do seu amigo Longuinhos Monteiro, para que comecem a lavrar o auto de ocorrência ou o que for necessário naquele caso!

Ainda não há muito tempo Gusmão disse para o avisarem se souberem de casos de corrupção… Ele que olhe para o espelho e que se lembre daquilo que tem andado a fazer. São só trocas baldrocas, vigarices de colarinho branco, pular cercas a eito, ludibriando tudo e todos. Sempre a negar que há corrupção.

Timor-Leste é um enorme Estado de Corrupção… da AMP. Disso não restam dúvidas. São conluios descarados que até por aqui denunciamos. São “favores” que o governo de Xanana paga através da entrega de empreitadas a pessoas com ele coniventes e que depois aparecem envolvidas em processos como no Caso do 11 de Fevereiro. E Ramos Horta está isento destas trocas baldrocas acerca do MUNJ, de elementos que o constituem e que são “empreiteiros”?

Se Mário Carrascalão começar pelo princípio e pelo topo do governo não tem de ir muito longe. E ele sabe isso. Procura o timing adequado, que considera certo, para fazer as denuncias que tiver a fazer. Podemos compreender os seus cuidados, mas ele também deve compreender que o país está a ficar depauperado por todos aqueles seus pares no governo que não se fartam de arrebanhar o alheio em proveito próprio. Quem?Todos sabem de alguns. Até já foram apontados. Repito: Xanana Gusmão é um deles. Será que está acima das leis? Porque não o demite o Presidente da República? Porque razões a PGR, o Ministério Público, não investigam? Basta recolher umas quantas notícias e documentos publicados até na imprensa. Investiguem e vão aos originais. Comecem a mexer no caldeirão e logo vêem o que vai acontecer.

Noutra parte das declarações à imprensa, o vice-primeiro-ministro, Mário Carrascalão, afirma-se disposto a demitir-se do governo AMP. Afirma que se estiver dentro de um barco que comece a meter água e prestes a ir ao fundo, salta fora. Só agora? Agora, porque está prestes a ir ao fundo? Porque não antes, assim que começou a “meter água”? Quero dizer: assim que se apercebeu que estavam a governar mal e que eram um ninho de corruptos, porque não se demitiu? Melhor ainda: Porque aceitou o cargo de vice-primeiro-ministro, se todos sabíamos que era uma manobra de Gusmão para ganhar tempo e fazer de conta que nada tinha que ver com a corrupção e que até a queria combater?

Os medos, os receios de todos nós é que estão a proporcionar a oportunidade de os saqueadores de Timor continuarem no topo da governação do Estado de Corrupção que é Timor-Leste. É isso que tem de acabar!

Gusmão e o seu governo que se demitam, afinal naquele governo quem são os não corruptos? Chegámos a uma etapa em que já nem sabemos quem são os honestos.

“Xanana Gusmão está rodeado de malandros, de oportunistas”, de bandidos. Grosso modo foi assim que em 2007, antes das eleições, creio, Mário Carrascalão falou à Lusa. Pois estava, e agora ainda muito mais está. Com o agravante de agora já terem depauperado o país em milhões de dólares. Milhões que até desaparecem. Imagine-se. Gusmão que se demita, ou se não o fizer, Horta que o demita. Mas que os alegados e suspeitos crimes praticados venham a ser investigados, julgados e punidos se for caso disso. É o que eles merecem, pelas evidências e pelos milhões que têm “desaparecido”.

São Tomé Príncipe/Morte de Alda do Espirito Santo "é uma grande perda"

Luanda, 11 março 2010 (Angola Press) – O presidente do Conselho da União dos Escritores Angolanos (UEA), Carmo Neto, considerou hoje (quinta-feira), em Luanda, a morte da nacionalista e poetisa Alda Neves do Espírito Santo "uma grande perda para o mundo da literatura africana, tendo em conta a relevância das suas obras".

Em breves declarações à imprensa na sede da UEA, Carmo Neto lamentou igualmente o facto de existir uma fraca circulação dos livros de Alda do Espírito Santo nos países africanos de língua portuguesa.

"Actualmente é difícil encontrar uma obra de Alda do Espírito Santo em qualquer livraria de Angola ou de Portugal", explicou o presidente do conselho da UEA, que falou de obras como "É Nosso o Solo Sagrado da Terra 1978" e "O Jogral das Ilhas 1976".

Considerou a nacionalista um modelo a ser seguido pelas mulheres africanas e não só.

Corroborando da ideia, a presidente da Fundação Dr. Agostinho Neto, Maria Eugénia Neto, numa mensagem, salienta que Alda do Espírito Santo era "muito alegre e sabia fazer com que todos se sentissem irmãos perto dela".

Por seu turno, o professor universitário Manuel Vaz Fernandes, que foi aluno da nacionalista, no seu elogio fúnebre, disse que é com profundo pesar e tristeza que os são-tomenses se curvam perante a memória desta mulher que muito deu pela pátria.

Pois, salienta, a sua vida foi um exemplo que será seguido por todos, porquanto clamou por justiça para a sua terra.

Renderam também homenagem à nacionalista os ministros das Relações Exteriores, da Comunicação Social e da Cultura, Assunção dos Anjos, Carolina Cerqueira e Rosa Cruz e Silva, respectivamente, bem como a governadora de Luanda, Francisca do Espírito Santo.

Moçambique/Máquina administrativa deve responder aos desafios - exorta PM ao conferir posse a 11 secretários permanentes provinciais

A máquina administrativa do Estado deve adequar-se e dar resposta aos desafios que se impõem no processo de implementação do plano quinquenal do Governo e do combate à pobreza no país, segundo defendeu ontem em Maputo o Primeiro- Ministro, Aires Aly, momentos apóis de conferir posse a onze recém-nomeados secretários permanentes provínciais.

12 março de 2010, Notícias

Dos onze secretários permanentes, nomeados em despachos separados, seis assumem estas funções pela primeira vez, nomeadamente, Lina Maria Portugal, indicada para Cabo Delgado, Estêvão Kandyanga (Niassa), António Mapure (Manica), Elisa Somane (Sofala), Francisca Muluana (Gaza) e Moisés Matavele (Cidade de Maputo). Os outros nomeados são António Máquina (Nampula), Claudina Mazalo (Zambézia), Luís Mabero (Inhambane), Mário Omia (província de Maputo) e Albertina Mário Tivane (Tete). Estes já exerceram as mesmas funções nas províncias de Sofala, Tete, Maputo-província, Manica e Zambézia, respectivamente.

Falando na ocasião, Aires Bonifácio Aly indicou que no quinquénio findo a descentralização administrativa e a definição do distrito como base de planificação e desenvolvimento económico, social e cultural contribuíram, em grande medida, para a melhoria da articulação entre o Estado, a sociedade civil e as comunidades locais, o que requereu, igualmente, um desempenho cada vez mais eficaz e eficiente da máquina administrativa do Estado.

No presente quinquénio 2010-2014, segundo precisou, a acção governativa tem como base programas centrados na erradicação da pobreza absoluta, combate à corrupção e ao burocratismo, reforço da soberania e da cooperação internacional, consolidação da unidade nacional, da paz e da democracia.

Recordou que como titulares de um cargo governativo importante os secretários permanentes provinciais devem agir com humildade e respeito para com o povo e esforçar-se para lhe prestar serviços de cada vez melhor qualidade.

“Os desafios que têm a partir deste momento ao estarem em frente dos destinos da máquina administrativa da província são enormes e exigem o envolvimento e a participação de todos os moçambicanos, sem distinção”, disse.

Segundo Aires Aly, a planificação, monitoria e avaliação do desempenho deles próprios deve ser uma marca permanente, de modo que possam identificar os constrangimentos e buscar as soluções mais adequadas para os problemas que forem surgindo.

“Gostaria de exortar a todos no sentido de demonstrarem cada vez mais empenho e dedicação na implementação do Programa Quinquenal, através de acções governativas com impacto na melhoria das condições de vida dos cidadãos”- disse.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Brasil/VAMOS MANTER VIVA A UNIVERSIDADE DOS TRABALHADORES!

6 março 2010/Correio da Cidadania http://www.correiocidadania.com.br
Texto originalmente publicado na revista Caros Amigos http://carosamigos.terra.com.br

Escrito por José Arbex Jr.

Caros(as) amigos(as):

A Escola Nacional Florestan Fernandes pede a sua ajuda urgente para se manter em funcionamento (veja como contribuir, no final deste texto).

Situada em Guararema (a 70 km de São Paulo), a escola foi construída, entre os anos 2000 e 2005, graças ao trabalho voluntário de pelo menos mil trabalhadores sem terra e simpatizantes. Nos cinco primeiros anos de sua existência, passaram pela escola 16 mil militantes e quadros dos movimentos sociais do Brasil, da América Latina e da África.

Não se trata, portanto, de uma "escola do MST", mas de um patrimônio de todos os trabalhadores comprometidos com um projeto de transformação social. Entretanto, no momento em que o MST é obrigado a mobilizar as suas energias para resistir aos ataques implacáveis dos donos do capital, a escola torna-se carente de recursos.  Nós não podemos permitir, sequer tolerar, a idéia de que ela interrompa ou diminua o ritmo de suas atividades.

A escola oferece cursos de nível superior, ministrados por mais de 500 professores, nas áreas de Filosofia Política, Teoria do Conhecimento, Sociologia Rural, Economia Política da Agricultura, História Social do Brasil, Conjuntura Internacional, Administração e Gestão Social, Educação do Campo e Estudos Latino-americanos. Além disso, cursos de especialização, em convênio com outras universidades (por exemplo, Direito e Comunicação no campo).

O acervo de sua biblioteca, formado com base em doações, conta hoje com mais de 40 mil volumes impressos, além de conteúdos com suporte em outros tipos de mídia. Para assegurar a possibilidade de participação das mulheres, foram construídas creches (as cirandas), onde os filhos permanecem enquanto as mães estudam.

A escola foi erguida sobre um terreno de 30 mil metros quadrados, com  instalações de tijolos fabricados pelos próprios voluntários. Ao todo, são três salas de aula, que comportam juntas até 200 pessoas, um auditório e dois anfiteatros, além de dormitórios, refeitórios e instalações sanitárias. Os recursos para a construção foram obtidos com a venda do livro Terra (textos de José Saramago, músicas de Chico Buarque e fotos de Sebastião Salgado), contribuições de ONGs européias e doações.

Claro que esse processo provocou a ira da burguesia e de seus porta-vozes "ilustrados". Não faltaram aqueles que procuraram, desde o início, desqualificar a qualidade do ensino ali ministrado, nem as "reportagens" sobre o suposto caráter ideológico das aulas (como se o ensino oferecido pelas instituições oficiais fosse ideologicamente "neutro"), ou ainda as inevitáveis acusações caluniosas referentes às "misteriosas origens" dos fundos para a sustentação das atividades. As elites, simplesmente, não suportam a idéia de que os trabalhadores possam assumir para si a tarefa de construir um sistema avançado, democrático, pluralista e não alienado de ensino. Maldito Paulo Freire!

Os donos do capital têm mesmo razões para se sentirem ameaçados. Um dos pilares de sustentação da desigualdade social é, precisamente, o abismo que separa os intelectuais das camadas populares. O "povão" é mantido à distância dos centros produtores do saber. A elite brasileira sempre foi muito eficaz e inteligente a esse respeito. Conseguiu até a proeza de criar no país uma universidade pública (apenas em 1934, isto é, 434 anos após a chegada de Cabral) destinada a excluir os pobres.

Carlos Nelson Coutinho e outros autores já demonstraram que, no Brasil, os intelectuais que assumem a perspectiva da transformação social sempre encontraram dois destinos: ou foram cooptados (mediante o "apadrinhamento", a incorporação domesticada nas universidades e órgãos de serviços públicos, ou sendo regiamente pagos por seus escritos, recebendo bolsas e privilégios etc.); ou os poucos que resistiram foram destruídos (presos, perseguidos, torturados, assassinados).

Apenas a existência de movimentos sociais fortes, nacionalmente organizados e estruturados poderia fornecer aos intelectuais oriundos das classes trabalhadoras ou com elas identificados a oportunidade de resistir, produzir e manter uma vida decente, sem depender dos "favores" das elites. Ora, historicamente, tais movimentos foram exterminados antes mesmo de ter tido tempo de construir laços mais amplos e fortes com outros setores sociais.

A ENFF coloca em cheque, esse mecanismo histórico. A construção da escola só foi possibilitada pela prolongada sobrevivência relativa do MST (completou 25 anos 2009, um feito inédito para um movimento popular de dimensão nacional), bem como o método por ele empregado, de diálogo e interlocução com o conjunto da nação oprimida. Esse método permitiu o desenvolvimento de uma relação genuína de colaboração entre a elaboração teórica e a prática transformadora.

É uma oportunidade histórica muito maior do que a oferecida ao próprio Florestan Fernandes, Milton Santos, Paulo Freire e tantos outros grandes intelectuais que, apesar de todos os ataques dos donos do capital, souberam apoiar-se no pouquíssimo que havia de público na universidade brasileira para elaborar suas obras.

Veja como você pode participar da Associação dos Amigos da Escola Florestan Fernandes

Em dezembro, um grupo de intelectuais, professores, militantes e colaboradores resolveu criar a Associação dos Amigos da Escola Nacional Florestan Fernandes, com três objetivos bem definidos:

1) divulgar as atividades da escola, por todos os meios possíveis, incluindo sites, newsletter e blogs;

2) iniciar uma campanha nacional pela adesão de novos sócios;

3) promover uma série intensa de atividades, em São Paulo e outros estados, para angariar fundos, com privilégios especiais concedidos aos membros da associação.
O seu Conselho de Coordenação é formado por José Arbex Junior, Maria Orlanda Pinassi e Carlos Duarte. Participam do Conselho Fiscal: Caio Boucinhas, Delmar Mattes e Carlos de Figueiredo.

A sede situa-se na Rua da Abolição n° 167 - Bela Vista - São Paulo – SP – Brasil - CEP 01319-030.

Existem duas modalidades de associação: a plena e a solidária. A única diferença entre ambas as modalidades consiste no valor a ser pago. Ambas asseguram os mesmos direitos e privilégios estendidos aos associados.

Para ficar sócio pleno, você deverá pagar a quantia de R$ 20,00 (vinte reais) mensais; para tornar-se sócio solidário, você poderá contribuir com uma quantia maior ou menor do que os R$ 20,00 mensais.

Esses recursos serão diretamente destinados às atividades da escola ou, eventualmente, empregados na organização de atividades para coleta de fundos (por exemplo: seminários, mostras de arte e fotografia, festivais de música e cinema).

Para obter mais informações sobre como participar e contribuir, procure a secretaria executiva através dos telefones: (11) 3105-0918 (11) 3105-0918, 9572-0185; 6517-4780, ou do correio eletrônico: associacaoamigos@enff.org.br


José Arbex Jr.
é jornalista, editor da Revista Caros Amigos e professor de jornalismo da PUC-SP.

LOS ERRORES DE HILLARY CLINTON EN LATINOAMÉRICA

11 marzo 2010/TeleSURtv.net http://www.telesurtv.net

Por: Mark Weisbrot

Hillary ha resultado ser más torpe diplomáticamente que Bush, quien al menos reconoció que había serios problemas y supo qué no tenía que decir. Clinton afirmó en Buenos Aires que la crisis hondureña se condujo de manera exitosa y sin violencia. Esto es como echar sal en la herida de sus anfitriones pues ellos ven lo sucedido en Honduras no solamente como un fracaso sino como una amenaza a la democracia en toda la región.

El tour de Hillary Clinton por Latinoamérica está resultando tan exitoso como la visita de George W. Bush en 2005, cuando terminó marchándose de Argentina un día antes de lo planeado simplemente para largarse cuanto antes del país. La principal diferencia reside en que a ella no la reciben con protestas y disturbios. Puede estar agradecida por ello a la imagen que su jefe, el Presidente Obama, ha conseguido mantener en la región, a pesar de su continuismo en las políticas de su predecesor.

Pero ella ha resultado ser más torpe diplomáticamente que Bush, quien al menos reconoció que había serios problemas y supo qué no tenía que decir. "La crisis hondureña ha sido conducida hacia una exitosa conclusión.", dijo Clinton en Buenos Aires, añadiendo que "se consiguió sin violencia".

Esto es como echar sal en la herida de sus anfitriones pues ellos ven el derrocamiento del Presidente Mel Zelaya el pasado junio, y el subsiguiente esfuerzo por parte de los Estados Unidos por legitimar la dictadura allí impuesta, no solamente como un fracaso sino como una amenaza a la democracia en toda la región.
Lo que ha dicho también es indignante dados los asesinatos políticos, palizas, arrestos masivos y torturas que el gobierno golpista usó para mantener el poder y reprimir al movimiento pro democracia. Lo peor de todo es que se siguen cometiendo esos crímenes.

Hoy (5 de Marzo N.d.T) nueve miembros del Congreso de los EE.UU. –incluyendo a algunos demócratas en posiciones de liderazgo en el Congreso– han escrito a la Secretaria Clinton y a la Casa Blanca acerca de esta violencia. Sus palabras son las siguientes:

"Desde la toma de posesión del Presidente Lobo han sido atacados varios de los principales oponentes al golpe. El 3 de febrero Vanessa Zepeda, enfermera y organizadora sindical que ya había recibido anteriormente amenazas de muerte ligadas a su activismo dentro del movimiento de resistencia, fue estrangulada y su cuerpo fue arrojado desde un vehículo en Tegucigalpa. El 15 de febrero Julio Funes Benítez, miembro del sindicato SITRASANAA y miembro activo del Movimiento Nacional de Resistencia, fue disparado fuera de su casa, lo que le causó la muerte, por pistoleros desconocidos montados en una motocicleta. Y más recientemente Claudia Brizuela, una activista de la oposición, fue asesinada en su casa el 24 de febrero. Desgraciadamente estos son sólo tres de los numerosos ataques contra activistas y contra sus familias…"

La Secretaria Clinton se reunirá el viernes con "Pepe" Lobo de Honduras, que fue elegido presidente después de una campaña marcada por los cierres de medios de comunicación y la represión policial de la disidencia. La Organización de Estados Americanos y la Unión Europea rechazaron enviar observadores a las elecciones.

Los miembros del Congreso también pidieron a Clinton que, en su reunión con Lobo, "mande un fuerte y claro mensaje de que los derechos humanos en Honduras serán un componente crítico para próximas decisiones relativas a la normalización de relaciones, así como a la reanudación de la ayuda financiera."

Ésta es la tercera carta que Clinton recibe del Congreso sobre los derechos humanos en Honduras. El 7 de agosto y el 25 de septiembre, miembros del propio partido demócrata de Hillary Clinton en el Congreso la escribieron para protestar acerca de los abusos sobre los derechos humanos que se estaban cometiendo en Honduras y la imposibilidad de celebrar elecciones libres bajo esas condiciones. No obtuvieron ni siquiera una respuesta automática hasta el 28 de enero, más de cuatro meses después de que se enviara la segunda carta. Éste es un nivel poco común de falta de respeto hacia los representantes electos de tu propio partido político.

Parece que lo único que les preocupaba a estos "Guerreros Fríos" era quitarse de en medio a un presidente socialdemócrata de un país pequeño y pobre.
Clinton continuó en Brasil su estrategia a lo Guerra Fría lanzando algunos insultos gratuitos contra Venezuela. Que es como asistir a una fiesta y decirle al anfitrión lo poco que te gustan sus amigos. Después de las denuncias rituales sobre Venezuela, Clinton dijo: "Desearíamos que Venezuela mirase más al sur de su territorio, a Brasil y a Chile y a otros modelos de países con éxito."

El Ministro de Asuntos Exteriores de Brasil, Celso Amorim, respondió con diplomacia pero no hubo ambigüedad alguna en la repulsa a los insultos de ésta. Dijo que estaba de acuerdo en "una cosa" que Clinton dijo, "que Venezuela debería mirar más hacia el Sur más... y por ello hemos invitado a Venezuela a que se una a MERCOSUR como miembro de pleno derecho." Los aliados de la derecha que tiene la señora Clinton en el parlamento de Paraguay -remanentes de la dictadura de ese país y de 60 años de gobierno de un único partido- están actualmente haciendo que se detenga la inclusión de Venezuela en este bloque de comercio sudamericano. Esto no es lo que ella quería escuchar de Brasil.

Los brasileños también rechazaron los esfuerzos bastante poco diplomáticos de Clinton para presionarlos con la intención de que se unieran a la llamada de Washington para imponer nuevas sanciones sobre Irán. "No es prudente poner a Irán contra la pared", dijo el Presidente brasileño Lula da Silva. "Lo prudente es entablar negociaciones."

"Simplemente no nos inclinaremos ante un consenso que va desarrollándose si no estamos de acuerdo" dijo Amorim en una rueda de prensa con Clinton.
La Secretaria Clinton hizo una concesión a Argentina pidiendo al Reino Unido que se siente a discutir con el gobierno argentino su disputa sobre las Islas Malvinas. Pero parece improbable que Washington haga algo para conseguir que esto ocurra.

Por ahora, el próximo examen crucial será Honduras: ¿continuará Clinton con los esfuerzos de Washington por blanquear la represión del gobierno hondureño? ¿O escuchará al resto del hemisferio, así como a los miembros de su propio partido demócrata en el Congreso, e insistirá en algunas concesiones en lo relativo a los derechos humanos, incluyendo la vuelta de Mel Zelaya a su país (como los brasileños también destacaron)? Esta historia puede que no consiga interesar mucho a los medios de los EE.UU. pero Latinoamérica estará atenta.

Mark Weisbrot es codirector del Centro para el Estudio de la Economía y la Política en Washington DC. Obtuvo su PhD en económicas en la Universidad de Michigan. Ha escrito numerosos ensayos sobre políticas económicas (Latinoamérica e internacional) y es coautor con Dean Baker de "Social Security: The Phony Crisis" (University of Chicago Press, 2000) y presidente de Just Foreign Policy.

Traducido del inglés para Rebelión por Andrés Prado
Fuente: http://www.rebelion.org/noticia.php?id=101972
Fuente: http://www.guardian.co.uk/commentisfree/cifamerica/2010/mar/05/hillary-clinton-latin-america

Morreu Alda Espírito Santo, a mãe de São Tomé

9 março 2010/O Máximo http://heitor-omximo.blogspot.com

Combatente da luta pela independência nacional, poetisa, considerada expoente máximo do nacionalismo são-tomense, pós independência. Alda Graça, morreu em Angola para onde foi evacuada desde a última semana por razões de saúde. Morreu na terra dos seus compatriotas de luta pela independência nacional, como Mário Pinto de Andrade. Um dos nomes de Angola que Alda Graça muitas vezes citou nas suas intervenções públicas.

Tombou uma das últimas referências da sociedade são-tomense. A notícia da morte de Alda do Espírito Santo numa clínica em Angola, para onde foi evacuada na última semana, chegou no meio da manhã, e encontrou a maioria dos são-tomenses prevenidos. Aos 83 anos de idade o estado de saúde de Alda Graça, era preocupante.

Foi evacuada na última semana para Angola. Submetida a uma intervenção cirúrgica acabou por não resistir por mais tempo.

Desde a juventude que Alda Graça do Espírito Santo vivia nesta residência humilde na Chácara, arredores da capital São Tome. No ano passado disse ao Téla Nón que só sairia da sua casa de Chácara para o descanso eterno no cemitério do alto São João.

A poetisa que imortalizou o massacre de 1953 no poema TRINDADE, marca presença em todos os momentos de São Tomé e Príncipe, através da letra do hino nacional de que ela é autora. Expoente máximo da literatura são-tomense, uma referência nacional, que no entanto nunca aceitou elogios. «Acho um exagero da vossa parte, porque eu não me considero monumento nenhum. O monumento é o povo, o monumento é o país, monumento é aquilo que nós queremos construir. De forma que a vanglória é qualquer coisa que não faz parte de mim mesma», disse Alda Graça em Abril de 2009, a quando da homenagem prestada a ela por ocasião do 83º aniversário.

Foi membro do governo de transição que conduziu São Tomé e Príncipe a Independência, como Ministra da Educação e Cultura, mais tarde assumiu a pasta da inform1ação e cultura. Fez dois mandatos como Presidente da Assembleia Nacional Popular.

Criou a União dos Escritores e Artistas São-tomenses, onde até Fevereiro último trabalhava na criação de novos valores para literatura são-tomense. «Tenho imensa pena, lamento não ter tido a capacidade de fazer para o meu país, aquilo que eu gostaria de ter feito. De poder por exemplo, encontrar a nossa cidade de São Tomé, erguida a medida dos seus moradores. Precisamos valorizar o que é nosso», afirmou Alda Graça em Abril de 2009.

Em Abril próximo Alda Graça completava 84 anos de idade. Nasceu em São Tomé no ano 1926. Morreu em Luanda, longe da sua cidade de São Tomé, que foi tema do seu último livro. “Mataram o Rio da Minha Cidade”.

Abel Veiga Tela nón

Brasil/ABERTAS INSCRIÇÕES PARA CURSO SOBRE MEMÓRIA POLÍTICA E CULTURAL DA AL

Agência de Informação Frei Tito para a América Latina
10 março 2010/ADITAL http://www.adital.com.br

Adital - O Espaço Cultural Diálogos do Sul e o Memorial da América Latina vão realizar, entre os dia 27 de março e 29 de maio, na capital paulista, o curso "Para onde caminha a América Latina? História e conjuntura", que vai debater e refletir sobre os acontecimentos políticos e sociais da América Latina, através de informações especializadas, à margem das produções dos grandes grupos midiáticos.

Os encontros, realizados sempre aos sábados, serão ministrados pelo jornalista Paulo Cannabrava Filho, autor do livro "No Olho do Furacão - A América Latina nos anos 70 e 80". Jornalistas, sociólogos, historiadores, professores, estudantes universitários e demais interessados em conhecer mais sobre a memória política e cultural do nosso continente podem se inscrever no Centro Brasileiro de Estudos da América Latina (CBEAL).

Para mais informações, acesse www.memorial.sp.gov.br/memorial/index.jsp.
Ao publicar em meio impresso, favor citar a fonte e enviar cópia para: Caixa Postal 131 - CEP 60.001-970 - Fortaleza - Ceará - Brasil

Para receber o Boletim de Notícias da Adital escreva a adital@adital.com.br

Portugal/IILP critica CPLP pela indefinição de uma política comum da língua portuguesa

Lisboa 10 março 2010, Angola Press (Dos enviados especiais) – A directora do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP), a angolana Amélia Mingas, criticou nesta terça-feira, em Lisboa, os países membros da CPLP, por não ter definido ainda uma política comum em relação a língua portuguesa.

“A responsabilidade pela afirmação futura do português ou da sua crise resultará do empenho das formulações politicas dos estados membros, tendentes a superar a situação vigente”, disse Amélia Mingas, quando dissertava o tema “A Língua Portuguesa, o novo Acordo Ortográfico e o papel do Instituto Internacional de Língua Portuguesa”, na II Assembleia Parlamentar da CPLP.

Referiu que uma verdadeira política comum da língua não se alcança com meras formulações de políticas ou estratégias nacionais.

Na sua visão, é importante a criação de condições para viabilizar a excelência de diálogos e de concertações permanentes entre as instâncias comunitárias, cuja missão incorpora os objectivos expressos.

Segundo disse, a soberania da língua deve ser partilhada, e a valorização das instâncias de coordenação, como o IILP, pode ser decisiva para a não nacionalização dos processos de desenvolvimento da língua.

Neste sentido, afirmou que a sua instituição tem apontado programas e lançado iniciativas, desafiado parceiros e sensibilizando os decisores políticos em três vectores visando o sucesso da sua missão.

Na sua óptica, dominar um instrumento de comunicação comum é um direito inalienável dos cidadãos, revertendo aos estados o dever de criar as necessárias condições de acesso a esse bem.

Na ocasião, a deputada do Timor-Leste Josefa Alvarez Soares solicitou a comunidade apoio na promoção do português no seu país sob a pena de desaparecer, tendo em conta a influência da Indonésia e do inglês.

Para a deputada timorense, o facto de ser um país jovem, o português afigura-se como um importante elemento de afirmação cultural e consolidação da unidade nacional.

O deputado Brasileiro, José Aparecido de Oliveira, abordou o assunto com bastante preocupação, apelando aos países membros da comunidade a enviar professores de língua portuguesa com objectivo de expandir a língua portuguesa, contando com a possibilidade de um financiamento do seu país.

Para ele, é importante a criação de vários institutos que promovam a língua portuguesa fora do espaço da CPLP, a exemplo do que acontece com o inglês e o francês, para que se torne numa língua de trabalho nas organizações internacionais.
Com mais de 250 milhões de usuários, o português é a sétima língua mais falada no mundo.

A II Assembleia Parlamentar da CPLP encerra hoje (quarta-feira), devendo ainda discutir os assuntos como “A Língua Portuguesa, o novo Acordo Ortográfico e o papel do Instituto Internacional de Língua Portuguesa” e os “Desafios e agenda da Assembleia Parlamentar da CPLP".

Integram a comitiva parlamentar angolana na reunião, os deputados Luís Reis Cuanga, João Melo, Cristóvão da Cunha, Lúcia Tomás e Lukamba Paulo Gato.

Fazem parte da CPLP, Angola, Moçambique, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Brasil, Portugal e Timor Leste.

AS "LIMPEZAS" DO DESGOVERNO GUSMÃO-AMP

11 março 2010/Timor Lorosae Nação http://www.timorlorosaenacao.blogspot.com

Por António Veríssimo

“LIMPEZA” EDTL – PAGUEM E NÃO BUFEM!

Em vésperas de Natal, em Dezembro passado, pudemos ver a prática do exercício ditatorial do primeiro-ministro timorense ao decretar à revelia da Constituição da República de Timor-Leste a obrigatoriedade dos cidadãos nacionais e estrangeiros limparem a capital. Assistimos então a agressões por parte da Polícia Nacional, que ficaram impunes apesar de comprovadas, bem como também assistimos ao próprio primeiro-ministro impedir a livre circulação de cidadãos, obrigando-os a participarem no que havia abusiva e prepotentemente decretado.

Ficou também a obrigatoriedade de às sextas-feiras os funcionários públicos e restantes trabalhadores, da ONU ou privados, não se apresentarem ao serviço para procederem à limpeza semanal da cidade de Díli. Ocorre que a realidade é bem diferente. Alguns funcionários públicos limpam esta ou aquela parte e depois não mais se apresentam nos serviços a que pertencem. Por tal os serviços não funcionam pura e simplesmente. O país pára à sexta-feira.

Também alguns empregados do empresariado privado são “caçados” pela Polícia Nacional, que tudo controla à moda de fiscais das limpezas, e são obrigados a prestarem os serviços decretados, prejudicando desse modo o funcionamento normal das actividades privadas. Curiosamente, não se conhecem empresários que contestem a situação imposta. Eles alegam que se o fizerem podem sofrer algum tipo de represálias e que não estão para se sujeitarem a isso. Contudo protestam com os empregados por estes faltarem e andarem a limpar a cidade em vez de estarem a tempo e horas nos seus locais de trabalho. Até existem os que ameaçam descontar as faltas se “forem apanhados” para as limpezas e registam-se casos de empresários que já faltaram com pagamentos sob esse pretexto.

Mas Díli continua suja. Díli, se chover um pouco mais que a conta fica alagada. Em chuvadas mais prolongadas verificam-se prejuízos consideráveis. Há funcionários públicos que não saem de casa à sexta-feira, até meio da tarde. Outros ausentam-se para o interior do país e esquivam-se à “operação limpeza”. A maioria pouco limpa. Assim não fosse e não existiria tanto lixo.

Compreende-se que os cidadãos, funcionários públicos ou não, reajam com relutância à obrigatoriedade da “operação limpeza”. Só na mente de um ditador, de um governante disparatado e prepotente, é que é aceite tal decreto, tal obrigatoriedade. Não se compreende que o governo de Gusmão ainda não tenha encontrado uma alternativa provisória para a limpeza e saneamento da cidade de Díli enquanto não existir o Poder Autárquico e respectivos municípios que implementarão e regularão esses serviços.

Nem mesmo com tantos milhões mal-parados (na óptica do povo timorense e dos que acompanham os acontecimentos no país) o primeiro-ministro encontra uma solução que assegure a limpeza diária da cidade por “empreitada” que poderia perfeitamente ser entregue aos seus protegidos. Àqueles que fazem que reparam estradas, por exemplo, e que levam a sua parte do bolo no orçamento. Estão nesse caso indivíduos afectos ao MUNJ, como exemplo. Indivíduos que recebem milhares mas só gastam em obras de beneficiação das empreitadas umas quantas centenas… de dólares, ou pouco mais.

EDTL - QUEM PAGA SÃO OS PRIVADOS, E ADIANTADO
Não são só as sextas-feiras que trazem prejuízos à iniciativa privada, aos empresários em Díli, por estes verem os seus empregados ausentes dos postos de trabalho quando são abusivamente tomados por ordem do governante Gusmão. Nos outros dias da semana, praticamente todos os dias, um prejuízo ainda maior ocorre: a falta de energia eléctrica. Quase tudo pára em Díli devido à sistemática falta de luz. Muitos empresários tiveram de despender de milhares de dólares em geradores, mas pagando, sempre pagando, à EDTL, a empresa de electricidade. Pagando, e num sistema pré-pago. Pagam adiantado electricidade que não lhes é fornecida com a devida continuidade ou, pelo menos, durante as horas em que os seus negócios funcionam, de dia. É que de dia não há electricidade em muitas zonas de Díli porque a EDTL está a renovar a rede eléctrica… Por toda a noite há electricidade, pasmemos. Quando os empregados da EDTL fizeram greve por melhores condições laborais os consumidores ficaram contentíssimos, principalmente os empresários. É que nesse dia houve electricidade para poderem laborar.

O que se pergunta é como pode um país evoluir se os empresários não têm energia eléctrica para produzirem o que pertence aos seus misteres. Quem se responsabiliza pelas suas quebras de lucros e pelos seus prejuízos? A isto nem a EDTL responde, nem o governo toma uma posição de protecção aos empresários e demais utentes da EDTL. Evidentemente que se a renovação da rede eléctrica pública fosse feita de noite, durante a madrugada, os prejuízos seriam muito menores, ínfimos, comparativamente.

E assim vai Timor-Leste, entregue a incompetentes, vãos de cerebelo ou a fazer que sim. Prestidigitadores de milhões de dólares que desaparecem sem que as melhorias sejam correspondentes aos valores declarados. Mais uma "limpeza", esta pode ocorrer em qualquer dia e a qualquer hora, sempre que houver oportunidade, descaramento e contas bancárias para abrir e, ou, rechear… O Governo de Gusmão-AMP é de uma “limpeza imaculada”, peritos de mentes sujas. Com tais exemplos, os desonestos aproveitam-se, a EDTL e outros também. Toca a “limpar”.