1º. julho 2014, Macauhub http://www.macauhub.com.mo
(China)
Angola está bem posicionada para vir a receber
financiamento do futuro banco dos BRICS, dadas as suas relações próximas com o
Brasil e com a China, afirma a Economist Intelligence Unit.
A recente visita de Estado do presidente angolano, José
Eduardo dos Santos, ao Brasil, veio sublinhar o nível privilegiado da relação
bilateral, traduzindo-se em termos práticos numa sexta linha de crédito
brasileira, no valor de dois mil milhões de dólares, operacional já este ano e
vocacionada para a área da produção de electricidade.
Segundo o governo angolano, dois grandes projectos estão
desde já inscritos nesta linha de financiamento brasileiro: a construção de uma
segunda central eléctrica na barragem de Cambambe, na província do Cuanza Norte
e do novo aproveitamento hidroeléctrico de Laúca, no rio Cuanza.
Para a Economist Intelligence Unit, o apoio demonstra as
“fortes ligações económicas e políticas entre os dois países”, bem como o
“empenho do Brasil nas suas operações em Angola” e a capacidade deste país, que
pretende investir em infrae-struturas, “assegurar o acesso a financiamento de
várias fontes”.
Durante o encontro de José Eduardo dos Santos com a sua
homóloga, Dilma Roussef, terá sido abordada a questão da próxima cimeira dos
países BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que terá lugar no
Brasil em Julho, refere a EIU.
Um dos tópicos em agenda nesta reunião é o projecto de
lançamento de um banco dos BRICS que sirva de alternativa ao financiamento do
Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional e que poderá vir a constituir-se
como um novo apoio para Angola.
“Angola, que tem fortes laços com a China, Brasil e
Rússia seria um candidato ideal a receber financiamento de uma tal iniciativa”,
quando estiver operacional, refere a EIU.
A nova linha eleva para perto de 8 mil milhões de dólares
o total de apoios a Angola por parte do Banco Nacional do Desenvolvimento
Económico e Social (BNDES), que tem vindo a permitir a construção de
infra-estruturas importantes, além de apoiar a presença de grandes empresas
brasileiras no país.
O grupo brasileiro Odebrecht, presente no país desde o
início da década de 1980, é considerado o maior empregador privado angolano.
Nos últimos meses, Angola assegurou novos apoios da
China, Estados Unidos da América e Brasil, mostrando o interesse que grandes
potências têm no desenvolvimento das suas relações económicas com o emergente
país africano.
Durante a recente visita a Luanda do primeiro-ministro
chinês, Li Keqiang, foi anunciada a abertura de novas linhas de crédito no
valor de 170 milhões de dólares, pelo Banco de Exportações e Importações da
China, para financiar a reconstrução de uma hidroeléctrica e linhas de
transmissão de electricidade na província do Moxico, além de um projecto
agro-industrial na província do Zaire e a construção no Lubango de um instituto
de formação de gestão.
O chefe do governo chinês deixou ainda a promessa de um
donativo de 28 milhões de dólares para financiar projectos de desenvolvimento
não especificados em Angola, que desde 2002, segundo a EIU, já recebeu mais de
10 mil milhões de dólares em financiamento chinês, direccionado sobretudo para
infra-estruturas. (macauhub/AO/BR/CN)
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BRICS, БРИКС: Brasil, Rússia, Índia, China, South Africa, Бразилия, Россия, Индия, Китай, Южная Африка
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