18 Julho 2014, Jornal Noticias http://www.jornalnoticias.co.mz
(Moçambique)
O porto de Maputo está a recuperar o seu papel
histórico de pólo no comércio da região da África Austral, graças a
investimentos em infra-estruturas portuárias e de transporte, que também
impulsionam o crescimento económico.
O desenvolvimento do Porto de Maputo e das linhas
ferroviárias que fazem a ligação com esta infra-estrutura, usada por empresas
da África do Sul ou Zimbabwe, será “grande impulsionador do crescimento em
2014-18”, afirma
a “Economist Intelligence Unit” no seu último relatório sobre
Moçambique.
No ano passado, a construção registou um crescimento
de actividade na ordem de 11,3 por cento, enquanto os transportes subiram 16,1
por cento, diversificando os “motores” da actividade económica, para além da
extracção de carvão, que com a entrada em funcionamento de novas minas tem
permitido um crescimento substancial nos portos da Beira (centro) e Nacala
(norte).
“O Porto de Maputo está gradualmente a recuperar o seu
papel como grande ponto de trânsito para a região da África Austral”, afirmam
os analistas da EIU, que frisam que no início da década de 1970 a capital de
Moçambique era um grande entreposto comercial regional.
A carga total transitada no Porto de Maputo em 2013 –
17 milhões de toneladas – bateu o anterior recorde, de 1973.
Os trabalhos actualmente em curso, avaliados pela
empresa gestora em 2 mil milhões de dólares, incluem dragagens que vão permitir
melhorar o acesso ao porto, bem como a construção de um novo terminal.
Em 2020, o total de cargas manuseadas no maior porto
moçambicano deverá atingir 40 milhões de toneladas, mais de dobro do alcançado
no ano passado, segundo as autoridades.
O consórcio gestor do porto (MPDC) inclui a Dubai
Ports World (24,7 por cento), Grindrod (24,7 por cento), CFM – Portos e
Caminhos-de-Ferro de Moçambique (49 por cento) e Moçambique Gestores (1,6 por
cento).
Os investimentos anunciados pela empresa CFM e pelo
Governo incluem também o corredor ferroviário que liga a capital à África do
Sul, Suazilândia e Zimbabwe.
A descoberta de importantes reservas de minérios e de
gás natural tornaram Moçambique num dos maiores focos de investimento
estrangeiro no mundo nos últimos anos, com grande interesse da parte de empresas
de países asiáticos.
O investimento em curso da China, Brasil, Índia e
Austrália, afirma a EIU, “vai fortalecer os laços com estes países”, mantendo
Portugal e África do Sul relações próximas com Moçambique. A atracção de
investimento para infra-estruturas, recursos naturais e serviços “serão
prioridades-chave” nos próximos anos para as autoridades moçambicanas, adianta.
A EIU prevê que o crescimento económico médio em
Moçambique ronde, no período 2014-18, os 7,7 por cento ao ano.
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