28 julho 2014, Macauhub http://www.macauhub.com.mo (China)
Moçambique é hoje um dos 3 principais destinos de
investimentos estrangeiros em África e vai receber nos próximos anos projectos
de infra-estruturas avaliados em 32 mil milhões de dólares, segundo o Deutsche
Bank.
Numa nota recente sobre a situação económica em
Moçambique, Claire Schaffnit-Chatterjee, analista sénior do Deutsche Bank,
indica que o crescimento económico no país estará acima dos 8 por cento ao ano
até
2019, beneficiando de um ambiente macroeconómico positivo.
“A mineração de carvão, investimento em
infra-estruturas de transportes e o desenvolvimento do sector do gás natural
deverão impulsionar o crescimento nos próximos anos. Também os serviços
financeiros e construção serão sectores com elevado crescimento”, afirma a
analista.
Moçambique, adianta, tornou-se hoje num importante
destino para o investimento estrangeiro, tendo captado nos últimos dois anos 5
mil milhões de dólares, o equivalente a um terço do seu PIB, destinados ao
desenvolvimento de reservas de gás natural, carvão e também estradas, ferrovia
e instalações portuárias necessárias.
A multinacional brasileira Vale está a investir 6,5
mil milhões de dólares num terminal e 900 quilómetros de linha férrea para
ligar a mina de carvão de Moatize ao porto de águas profundas de Nacala,
prevendo duplicar as suas exportações até ao próximo ano, quando o carvão
deverá tornar-se no principal produto vendido ao estrangeiro, suplantando o
alumínio.
“Moçambique tem potencial para tornar-se no maior
produtor de carvão de África”, com reservas totais de 20 mil milhões de
toneladas, mas também “um dos principais exportadores de gás natural em 2020”,
afirma a analista.
As descobertas de gás natural já se traduziram em
ganhos de 1,3 mil milhões de dólares para o Estado moçambicano, através de
imposto sobre mais-valias.
Segundo o Banco Mundial, a exploração comercial dos
depósitos de carvão e gás vai mais do que duplicar a riqueza do país.
O maior peso da exportação de matérias-primas na
economia faz com que alguns analistas venham questionando se o país não irá
diminuir os seus esforços de diversificação e alargamento da base de produção
da economia.
Moçambique compara favoravelmente com Angola,
representando hoje a indústria 15 por cento do PIB, 5 vezes mais do que no caso
angolano, em que o petróleo é de longe a maior indústria.
O Deutsche Bank considera favorável para Moçambique a
“ambiciosa agenda de políticas” apresentada pelo governo, que inclui a captação
de investimento estrangeiro, bem como o plano estratégico de cinco anos para
melhorar o ambiente de negócios no país.
“Moçambique tem oportunidade para fortalecer ligações
a montante e a jusante a partir do sector das matérias-primas, particularmente
os sectores do gás natural e da indústria – por exemplo desenvolvendo as
indústrias alimentares, de fertilizantes ou electricidade”, refere a analista.
“Se Moçambique for capaz de investir uma parte maior
das suas receitas dos recursos naturais em capital físico e humano, o seu
futuro é prometedor, mesmo se o progresso na melhoria do ambiente de negócios,
infra-estruturas e eficiência do governo for lento”, adianta. (macauhub/MZ)
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