17 novembro 2010/Rádio Moçambique e Lusa
O Presidente cabo-verdiano, Pedro Pires, defendeu hoje, (quarta-feira) em Maputo, uma "reacção inteligente e pragmática" dos países africanos à crise mundial, por via de uma "cooperação inter-africana reforçada" e o "aprofundamento da relação sul-sul".
No último dos três dias de visita a Moçambique, Pedro Pires discursou no Parlamento moçambicano, onde assinalou a fraternidade e a relação de amizade entre os dois países.
O chefe de Estado cabo-verdiano disse que os países africanos devem reagir "com inteligência e pragmatismo" à crise, que, considerou, resulta da "falha" dos países "que são tão pródigos em dar receitas para a crise dos outros", mas que "se revelam incapazes de encontrar soluções eficazes para resolver as deles".
"Analisando as causas e consequências desta crise, fica evidente que falharam os mecanismos de regulação e as práticas de precaução", disse Pedro Pires, frisando a necessidade de os países, sobretudo africanos, definirem "uma abordagem globalizada e algum sentido de autocrítica" nesta luta.
O chefe de Estado cabo-verdiano referiu que "a própria crise mundial aconselha uma cooperação inter-africana reforçada e o aprofundamento da chamada cooperação sul-sul".
Na segunda-feira, os governos de Moçambique e Cabo Verde decidiram instituir consultas políticas ao mais alto nível para impulsionar as relações económicas e empresariais entre os dois países.
Hoje, Pedro Pires disse que os governos africanos devem adequar-se aos actuais contextos e desafios, através da ONU e da União Africana e demais organismos onde se encontram inseridos.
"As Nações Unidas, em particular, e a governação mundial devem ser ajustadas ao mundo diversificado e multipolar que se afirma cada dia mais", disse.
De resto, afirmou, "o Conselho de Segurança está muito longe de espelhar a realidade geopolítica actual", pelo que, "neste processo de reajustamento, a África não poderá manter-se à margem. Ela terá que conquistar e defender o seu espaço próprio".
A intervenção de Pedro Pires no Parlamento marcou também o final da visita a Moçambique, na qual o Presidente cabo-verdiano se fez acompanhar do ministro-adjunto e das Comunidades Emigradas, Sidónio Monteiro, do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Jorge Borges, e da mulher, Adélcia Pires.
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