16 novembro 2010/RM e Lusa
Vinte e cinco empresas brasileiras estão em Maputo, Moçambique, à procura de potenciais parceiros, país onde, segundo a Câmara do Comércio do Brasil-Moçambique, os investimentos poderão chegar aos "500 mil milhões de dólares".
Poucos dias após a visita do presidente do Brasil, Lula da Silva, a Moçambique, 25 empresas brasileiras, de vários ramos de actuação, estão em Maputo para a II Missão Empresarial Brasil-Moçambique.
O director comercial da Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique (CCIABM), Paulo Henrique, disse à agência Lusa que os empresários brasileiros têm "quatro principais áreas de interesse". Na energia, as atenções centram-se nos sectores das energias renováveis, biocombustíveis e transmissão de energia, enquanto na mineração o interesse reside na exploração mineral e nos serviços técnicos especializados. Quanto à indústria, Paulo Henrique salientou que alguns dos projectos são para a instalação de indústrias no país, nomeadamente de "bens capitais", ou seja, "máquinas e equipamentos que podem ser utilizados para outras indústrias, para serem exportados de Moçambique para o mundo".
Na área dos serviços a aposta do Brasil vai no sentido da consultoria, serviços técnicos de engenharias e bens especializados no sector das tecnologias.
Em relação a 2008, aquando da primeira grande missão brasileira a Moçambique, este ano surgem cinco novas empresas. E apesar dos investimentos ainda estarem a ser analisados, o director comercial adiantou que, "a médio prazo, poderão chegar até 500 biliões de dólares".
"Existem várias empresas que já vislumbram parcerias e uma boa parte já veio a Moçambique, numa primeira missão prospectiva, desenvolver parcerias e memorandos de entendimento, e estão agora para as aprimorar". Aliás, salientou, entre 2008 e 2010 têm havido "muitas missões individuais", sendo que "quase metade das 60 empresas" que a CCIABM levou ao país "conseguiu bons negócios".
"Das 25, 22 ou 23 procuram parceiros locais, nenhuma quer entrar sozinha no mercado moçambicano", continuou Paulo Henrique, cuja instituição, em conjunto com a Câmara do Comércio de Moçambique, faz a mediação entre os dois empresariados.
De acordo com o director comercial, o interesse brasileiro em Moçambique "é crescente", dada a estabilidade e o panorama económico "vigoroso" do país. "O empresariado brasileiro vive um bom momento e está a internacionalizar-se, vendo Moçambique como a porta preferencial de entrada no mercado africano", nomeadamente na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), acrescentou.
Paulo Henrique explicou que, através de Moçambique, as empresas brasileiras podem exportar para os países da SADC, livres de tarifas, além dos benefícios fiscais que o país africano tem nas exportações para a Europa, EUA e Ásia.
A missão empresarial a Moçambique termina na sexta-feira.
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