6 novembro 2010/Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol) http://anncol-brasil.blogspot.com
O Congresso da Colômbia destituiu a senadora Piedad Córdoba, após a Procuradoria considerar que ela teria mantido "ligações" com a guerrilha das Farcs (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), enquanto atuava como mediadora autorizada pelo governo nas negociações para libertação de reféns.
A decisão foi anunciada no fim da tarde desta quinta-feira (4/11) pelo presidente do Congresso, Armando Benedetti. Ele afirmou que decidiu "tornar efetiva a destituição". Piedad, senadora do Partido Liberal, é uma das principais incentivadoras do acordo humanitário entre governo e guerrilha e já participou da libertação unilateral de 12 sequestrados nos últimos anos.
Em setembro deste ano, o governo anunciou que ela seria afastada do cargo por 18 anos e considerou que a senadora passou informações à guerrilha e "extrapolou" suas funções quando participou da mediação. Ela nega as acusações.
Após a decisão, Piedad foi substituída pelo senador liberal Lidio Arturo García - ex-representante pelo departamento Bolívar (Norte) -, que tomou posse já na quinta-feira. "Admiro Piedad porque ela faz coisas a que ninguém se atreve. É lamentável o que ocorreu a ela", disse García, lamentando entrar no legislativo desta forma.
Piedad Córdoba pediu ao governo do presidente colombiano Juan Manuel Santos que reforce seu esquema de segurança, pois teme por sua vida, especialmente após perder o mandato. "Há gente de muito alto nível, que não é deste governo, mas que vem do anterior (do presidente Alvaro Uribe), que tem muito interesse em me matar", disse Córdoba à imprensa.
"O fato de sair do Senado me coloca em uma condição de ainda mais risco, de maior vulnerabilidade", declarou. Córdoba facilitou, a partir de 2008, a libertação de 14 reféns das Farc, alguns com a ajuda do presidente venezuelano, Hugo Chávez.
Segundo a Procuradoria, ela teria "aconselhado o grupo subversivo sobre o envio de vídeos de reféns e sobre a entrega de provas de vida dos reféns a governos estrangeiros". Córdoba, que ainda pode apelar ao Conselho de Estado, já disse que levará seu caso à Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
Há duas semanas, um grupo de ex-reféns das Farc pediu a revisão do caso Córdoba, ao destacar "seu trabalho humanitário e seu firme compromisso em busca da liberdade dos ex-reféns e dos que permanecem sequestrados na selva colombiana".
Entre os ex-reféns que pediram por Córdoba estão os ex-congressistas Luis Eladio Pérez, Jorge Géchem, Consuelo González e Orlando Beltrán, o ex-governador Alan Jara e o ex-deputado estadual Sigifredo López.
"Não vamos deixar sozinhas as famílias e, se este caso chegar ao cárcere, do cárcere, minha voz se levantará soberana e forte para insistir na necessidade da humanização" do conflito armado colombiano, prometeu a agora ex-senadora.
Piedad iniciou seu trabalho no Congresso das Colômbia no ano de 1992, quando foi eleita deputada. Porteriormente, a partir do ano de 1994, tornou-se senadora. Ela encabeça a organização Colombianos e Colombianas pela Paz, que tenta impulsionar um diálogo em busca da paz com a guerrilha. (Fonte: vermelho.org)
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