O governo deve criar um fundo para financiar projectos sustentáveis desenhados por jovens graduados do ensino superior para que estes possam promover o auto-emprego. Muitos jovens que saem das instituições do ensino superior têm projectos concretos para iniciarem o auto-emprego, mas não têm fundos, o que lhes remete ao desemprego, mesmo com a formação académica. Entendem que a problemática do desemprego para os jovens passa pela adopção de políticas públicas sociais mais consentâneas com a nova conjuntura socioeconómica.
25 novembro 2010/Notícias
Este pedido foi recentemente formulado pelos estudantes da Universidade Pedagógica em Quelimane, durante a cerimónia de graduação de 1291 estudantes dos diferentes cursos ministrados por aquela instituição de ensino superior.
Os estudantes enfatizaram a pertinência de os conhecimentos que possuem aliar-se a esse fundo para criar emprego para si e outros jovens excedentários. Os ministérios do Trabalho e da Juventude e Desportos, como instituições governamentais, seriam as agências executoras desses fundos.
Na sua mensagem, os graduados reconheceram que nem todos os graduados serão absorvidos pelo Estado ou pelo sector privado, mas para que não haja um grande exército de excedentários com formação superior, o Governo tem obrigações no contexto das políticas públicas sociais de equacionar a problemática do desemprego criando incentivos para os jovens graduados criarem para si e para os outros emprego.
As vagas que aparecem nas instituições públicas ou privadas são bastante limitadas e pior do que isso há outras organizações que não querem remunerar os técnicos superiores de acordo com a sua formação; ou seja, um técnico superior é obrigado a empregar-se com nível médio. Esta foi uma outra questão aflorada na mensagem e visou chamar atenção aos gestores das públicas para estarem atentos a essa situação e encontrar uma solução o mais rápido possível para não desestimular os jovens que nutrem expectativa pelo ensino superior.
Aliás, o discurso do magnífico reitor da Universidade Pedagógica, o Prof. Doutor Rogério Uthúi, incidiu especificamente sobre a necessidade dos graduados usarem as suas competências científicas para criarem empregos próprios e para outros jovens que lutam contra adversidades para encontrarem os seus primeiros empregos. De acordo com o reitor daquela instituição do ensino superior, os graduados devem ser mais criativos, imaginativos e astutos para a busca de soluções para vários problemas de que enferma hoje a sociedade moçambicana, sendo um deles a falta de emprego para muitos jovens.
Os graduados são dos cursos de Linguagem e Comunicação, Ensino de História, Matemática, Geografia, Psicologia Escolar, Gestão e Administração Escolar, História Política e Gestão Pública, Estatística e Gestão de Informação, PAGE e outros, nos níveis de bacharelato e licenciatura e graduação de quatro mestres todos docentes da mesma instituição.
A Universidade Pedagógica, que abriu as portas em 2003 com três cursos, nomeadamente Português, Matemática e Historia, com perto de noventa estudantes, cresceu muito do ponto de vista de estudantes, docentes a tempo inteiro, ampliação das instalações e mobiliário. Neste momento, a instituição está a preparar um grande investimento para a construção de um novo Campus universitário com capacidade de salas de aula, laboratórios e outros espaços afins.
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