29 outubro 2010/Rádio Moçambique e Agência de Informação de Moçambique
Moçambique e África do Sul reiteraram hoje (29) o seu cometimento de continuar a trabalhar em conjunto para o progresso socio-económico dos dois países e povos.
Esta posição foi tomada no decurso da XIV Cimeira Económica Bilateral que juntou, em Pretória, a capital política da África do Sul, os Presidentes moçambicano, Armando Guebuza, e sul-africano, Jacob Zuma, e as respectivas delegações.
Para o alargamento da base das discussões no âmbito da cooperação, os dois Chefes de Estado decidiram criar a Comissão Bi-Nacional (BNC – sigla em inglês), em substituição da até agora chamada Cimeira Económica Bilateral, cujas reuniões terão lugar anualmente e de forma rotativa em cada um dos dois países.
No actual modelo, as cimeiras decorrem semestralmente e também de forma rotativa. Contudo, desde 2008 que estas não se realizavam devido aos vários acontecimentos, sobretudo de carácter político, que foram ocorrendo durante esse período, com destaque para os processos eleitorais nos dois países vizinhos.
Para além do cariz económico o encontro foi também palco do anúncio da construção para breve de um monumento às vítimas do massacre da Matola, em 1981.
A 30 de Janeiro de 1981 a ofensiva das tropas sul-africanas do "apartheid" contra aquela cidade moçambicana visou a eliminação de quadros operacionais do braço armado do Congresso nacional africano, o ANC, actualmente no poder na África do Sul e matou 17 pessoas.
O Presidente sul-africano, Jacob Zuma, referiu no encontro, que ao longo da década os dois países tem vindo a usar esta Cimeira Económica Bilateral para a consolidação da cooperação económica, o que resultou na expansão da parceria para vários níveis, incluindo os de governação, sector privado e sociedade civil.
Desde o estabelecimento do Fórum, segundo Zuma, os dois países rubricaram vários acordos de cooperação multi-sectorial, num total de 57, o que faz com que Moçambique seja o primeiro país à escala mundial com o qual a África do Sul assinou tantos acordos.
“Isto reflecte o nosso desejo e determinação em trabalhar juntos para que os desafios que os nossos países enfrentam possam ser alcançados”, afirmou o Presidente sul-africano, exortando para a necessidade de implementação integral de todos estes acordos.
Por sua vez, o estadista moçambicano deixou claro que os laços de cooperação entre os dois países foram sendo cimentadas ainda na era do Apartheid em que os povos dos dois países consentiram sacrifícios, chegando a dar suas vidas, para que houvesse paz, estabilidade e segurança na região, assegurando, deste modo, o bem estar das populações.
“Hoje estamos reunidos inspirados pela vontade comum de continuar a consolidar as nossas relações bilaterais de amizade, solidariedade e cooperação”, disse Guebuza, vincando que esta é mais uma oportunidade de estreitar os laços históricos forjados desde os tempos imemoriais”.
O Presidente moçambicano reiterou ser ainda uma oportunidade de os dois países rever os progressos alcançados na implementação de decisões anteriores e identificar caminhos para o estreitamento das “excelentes relações políticas e diplomáticas, para que, na base disso, se possa injectar um novo impeto que possa conduzir ao incremento das relações económicas e comerciais.
O Presidente moçambicano, que já partiu de regresso a Maputo, fazia-se acompanhar pelos Ministros dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, das Finanças, Manuel Chang, da Energia, Salvador Namburete, do Turismo, Fernando Sumbana, e da Indústria e Comércio, Armando Inroga. Anteriormente havia sido anunciado a participação de outros dois ministros, nomeadamente da Agricultura, José Pacheco, e do Trabalho, Helena taipo, facto que não chegou a acontecer. (RM/AIM)
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