4 setembro 2013,
AngolaPress http://www.portalangop.co.ao (Angola)
(Do correspondente em Lisboa ) -- O ministro angolano das Relações Exteriores, Georges Rebelo Chikoti, defendeu hoje, quarta-feira, em Lisboa, a necessidade da exploração de todas as possibilidades que conduzam à paz na Síria, porque qualquer intervenção militar naquele país só poderá causar mais danos, mortes e destruição.
No final de um encontro com o
secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),
Murade Isaac Murargy, no quadro da sua visita oficial a Portugal, que termina
hoje, o chefe da diplomacia angolana destacou a importância da paz no mundo,
que “hoje depende mais das grandes potências”.
Durante o encontro,
Georges Chikoti
e Isaac Murargy abordaram, entre outros, temas como a situação pré-eleitoral na
Guiné Bissau, “para onde a CPLP vai nomear um representante permanente”, e a
possível integração da Guiné Equatorial no organismo lusófono.
Sobre a Guiné Bissau, o ministro
angolano das Relações Exteriores defendeu a importância da reforma no sector da
defesa e segurança, num momento que este país caminha para o pleito eleitoral
de 24 de Novembro, "por ser necessário haver condições para que o governo
que saia das eleições possa governar”.
Contudo, Georges Chikoti garantiu
que tem havido concertação entre CPLP, a Comunidade Económica dos Estados da
África Ocidental (CEDEAO) e outros parceiros, "para se conseguir um
aumento da presença militar, com vista a facilitar a reforma no sector de
defesa e segurança e, ao mesmo tempo, dar-se segurança ao processo de transição
Guiné Bissau”.
Quanto à Guiné Equatorial, o
secretário executivo da CPLP remeteu para os Estados-membros a “decisão final”
em torno da adesão na CPLP daquela antiga colónia espanhola”, embora reconheça
que o processo esteja "no bom caminho” e que "a Guiné Equatorial
esteja a cumprir o plano de acção estabelecido com a CPLP”.
“Há Estados-membros que têm ainda
as suas reservas relativamente à vida política da Guiné Equatorial, no
respeitante aos direitos humanos – a questão da pena de morte – que faz com que
Portugal ainda mantenha reservas, mas esperamos que a Guiné Equatorial dê
passos significativos para que esta questão não impeça a entrada do país na
CPLP”, reforçou Isaac Murargy.
Já sobre a língua portuguesa, outra
das condicionantes do referido processo, disse estar a ser ultrapassada,
porque, acrescentou, “a Guiné Equatorial está a incrementar, no seu sistema de
ensino, a língua portuguesa, assim como “está a realizar muitos programas” para
o efeito.
Murargy disse ter também abordado
com Georges Chikoti “a questão da própria CPLP”,
pois, “passados 18 anos da sua
fundação, devemos repensar o que ela quer no futuro, tendo em conta os novos
desafios que se colocam a nível mundial”.
“Este é um debate que para que possamos
ter uma nova visão da CPLP nesta era da globalização, nomeadamente, o que
pretende ser: uma comunidade dos povos ou uma organização internacional”,
rematou Murargy, que foi convidado a visitar oficialmente Angola no decorrer da
segunda quinzena de Outubro.
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