9
setembro 2013, Macauhub http://www.macauhub.com.mo (China)
A vila fronteiriça de Ressano
Garcia, no sul de Moçambique, poderá tornar-se num dos maiores fornecedores de
electricidade da África Austral, com a entrada em funcionamento de vários
projectos de centrais termoeléctricas alimentadas com gás natural extraído na
província moçambicana de Inhambane.
O gás natural que está a ser
extraído nas localidades de Pande e Temane, em Inhambane, pelo grupo
sul-africano Sasol, e que chega a Ressano Garcia através de um gasoduto com
mais de 800 quilómetros de extensão, seguindo depois para a África do Sul, é o
novo motor energético da região, que conta pelo menos quatro projectos de
centrais termoeléctricas,
duas das quais já em funcionamento.
Em termos de concessões, a pequena
vila de Ressano Garcia tem dois grandes empreendimentos: o Parque de Geração de
Energia (PGE) – a cargo da Gigawatt Moçambique, que tem na sua estrutura
accionista a sul-africana Gigajoule Power (42%), a moçambicana Eagle Holdings
(32%) e a Intelect (26%) – e a Central Térmica de Ressano Garcia, uma parceria
entre a Electricidade de Moçambique (51%) e a Sasol New Energy (49%).
Devido a atrasos no desenvolvimento
do projecto do PGE, que se têm repercutido, por exemplo, no acesso a
financiamento bancário, a administração do parque atribuiu uma licença
temporária de exploração ao grupo escocês Aggreko, com a duração mínima de 24
meses.
Em Julho de 2012, a Aggreko iniciou
a primeira fase de produção de energia, dentro das instalações do PGE, numa
central com capacidade para gerar 100 megawatts, que, de acordo com uma nota
informativa disponível na página electrónica da empresa, estão a ser
comercializados à estatal Electricidade de Moçambique (EdM) e e à sua congénere
sul-africana Eskom.
Já durante o último mês, o grupo
inaugurou uma nova central acrescentando mais 122 MW à sua produção,
desenvolvendo, desta vez, um acordo com a EdM e a NamPower, da Namíbia,
recebendo este país toda a capacidade gerada, através da rede internacional do
Grupo de Energia da África Austral (Southern African Power Pool – SAPP), que
engloba 12 países da região.
Falando à macauhub em Maputo sobre
o estágio de desenvolvimento do PGE, Nazário Meguigy, responsável do grupo,
avançou a possibilidade de, no próximo ano, se iniciarem as actividades de
construção da central termoeléctrica do parque, que deverá arrancar com a
geração de 100 MW, tendo o parque uma concessão de 350 MW.
No momento em que a central térmica
do PGE estiver concluída, ainda de acordo com Meguigy, a exploração da Aggreko
terá de ser suspensa, uma vez que o gás natural disponível não será suficiente
para alimentar ambos os projectos.
Quanto à Central Térmica de Ressano
Garcia (CTRG), que está a ser desenvolvida pelo grupo finlandês Wärtsilä, e que
terá uma capacidade de geração de 150 MW, deverá ser inaugurada em Maio do
próximo ano, segundo assegurou recentemente o ministro da Energia moçambicano,
Salvador Namburete.
Assim que estiver concluída, a
CTRG, que tem um custo estimado em 181 milhões de dólares, será a maior central
térmica de Moçambique e a segunda maior do continente africano. (macauhub)
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