segunda-feira, 5 de março de 2012

Universidade de Coimbra é parceira de "academia anti-terrorista" israelita

5 março 2012, Esquerda.net http://www.esquerda.net (Portugal)
A campanha internacional de boicote e desinvestimento contra o apartheid israelita denunciou a cooperação da Universidade de Coimbra com uma academia de ex-militares israelitas. O abaixo assinado apela ao fim desta parceria que é financiada pela UE.
Ligações entre Universidade de Coimbra e ex-militares da ocupação israelita são o alvo da campanha BDS.
O projeto SAFIRE (Abordagem Científica à Luta contra o Extremismo Radical) é pago pelos contribuintes europeus para dar aos governos, militares e agências de segurança privada o resultado da investigação sobre processos de radicalização com potencial violento. Para o Comité de Solidariedade com a Palestina, que promove o abaixo assinado, "a cooperação com uma academia especializada em “anti-terrorismo”, como a ISCA, consiste em dar a mão ao próprio aparelho repressivo sionista".
Para além do ISCA e da Universidade de Coimbra, estão envolvidas no Projeto Safire outras oito instituições da Holanda, França e Itália. O custo total do projeto estava orçado em 3.68 milhões de euros e o financiamento europeu cobre 2.91 milhões. A sua duração é de 42 meses, tendo começado em junho de 2010 e com fim agendado para novembro de 2013.
O abaixo-assinado começa por recordar a ilegalidade da ocupação israelita e as condições a que se sujeitam os estudantes universitários: "Em Abu Dis, por exemplo, o muro passa pelo meio do campus da universidade e atravessa o campo de futebol. Os estudantes universitários muitas vezes não conseguem chegar às suas universidades, o que acontece frequentemente em Birzeit. Estudantes árabes israelitas não podem apresentar teses relacionadas com a Naqba".
A campanha BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções a Israel) começou em 2005 e é semelhante àquela que ajudou a derrotar o regime de apartheid na África do Sul. Os promotores da iniciativa destacam o recente apoio à campanha por parte da Universidade de Joanesburgo, na África do Sul, "que cortou todas as suas ligações com a Universidade israelita Ben Gourion".
"Se a cooperação com instituições oficiais israelitas no âmbito universitário é já de si condenável e merecedora de boicote, a cooperação com uma academia especializada em “anti-terrorismo”, como a ISCA, consiste em dar a mão ao próprio aparelho repressivo sionista", acusa o documento. Para os subscritores, "esta “academia” situa-se no coração da história mais sanguinária de Israel e procura branquear a sua imagem cooperando com uma academia portuguesa que em 1969 sofreu os rigores da repressão fascista".
Com esta campanha, os promotores esperam que se repita a vitória conseguida no ano passado, quando o Festival de cinema Queer Lisboa desistiu de aceitar o habitual apoio da embaixada de Israel.
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TEXTO DA PETIÇÃO: Pelo fim da cooperação entre a Universidade de Coimbra e o apartheid israelita
Target: Universidade de Coimbra
Pelo fim da colaboração da Universidade de Coimbra com o Estado colonial israelita.Tendo tomado conhecimento de que a Universidade de Coimbra lançou um projecto de investigação conjunto com a organização israelita International Security and Counter-Terrorism Academy (ISCA), os abaixo-assinados consideram essa decisção um atentado contra as tradições da Universidade de Coimbra no que elas têm de profundamente anti-racistas, anti-colonialistas, democráticas e emancipatórias. E apelam, por esse motivo, ao cancelamento imediato e incondicional desse projecto.

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