24 março 2012 Notícias http://www.jornalnoticias.co.mz
O continente Africano deve investir na indústria transformadora de modo a começar a exportar produtos processados localmente e, consequentemente, conseguir mais rendimentos e criar mais postos de trabalho.
Intervindo no debate sobre o tema “Materializar o potencial de África como um pólo de crescimento global”, Mussa M. Usman, do Ministério da Planificação e Desenvolvimento (MPD), disse que os países africanos ganham mais exportando produtos já processados do que em forma de matéria-prima.
Para tal, apontou a necessidade de se apostar seriamente no investimento da indústria e nos recursos humanos capazes de contribuir para a evolução progressiva da indústria transformadora para que esteja nos mesmos níveis que dos continentes já evoluídos.
Apontou, como exemplo, o caso da madeira no país, cobre na Zâmbia, de ferro e platina do Zimbabwe que poderiam contribuir mais para o Produto Interno Bruto se fossem exportados já processados.
De acordo com Mussa M. Usman, os países africanos podem associar os seus recursos para fazer evoluir a sua indústria e criar mais postos de trabalho localmente e consequente aumento dos rendimentos.
“Moçambique tem potencial para produção de energia que pode ser muito bem usado no desenvolvimento de uma indústria transformadora de minerais na região Austral por exemplo”, disse a fonte, acrescentando que o nosso continente tem tudo para continuar a servir de pólo de crescimento global.
Posição similar foi apresentada por Arlete Sousa, do Ministério das Finanças de Angola, para quem a criação da indústria transformadora deve ser alargada a todas as áreas cuja matéria-prima pode ser produzida localmente.
Arlete de Sousa acrescentou que o processo de desenvolvimento de África deve ser acompanhado de políticas bem estruturadas para não transformar o continente em pólo de crescimento de outras regiões.
“O continente está a assistir, desde 2008, a imigração de quadros europeus para a África fugindo das crises que afectam os seus países. São quadros de elevado nível de conhecimentos, daí serem preferência em detrimento dos africanos. Esta é uma das razões para a necessidade de criação de políticas que defendam os nacionais”, acrescentou.
Para ela, também será preciso acompanhar se os relatórios, dos últimos anos, que indicam que o continente está a registar um elevado nível de crescimento se reflecte no desenvolvimento económico. (Alcídes Tamele)
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