terça-feira, 19 de novembro de 2019

Abya Yala*, Bolivia/Licença para matar: decreto de golpistas autoriza repressão sanguinária ao povo boliviano

16 de novembro de 2019, 18:46 h Atualizado em 16 de novembro de 2019, 22:59

Jeferson Miola*


O colunista Jeferson Miola critica o Decreto do governo golpista da Bolívia que exime as Forças Armadas e as polícias de responsabilidades criminais pela repressão brutal contra o povo boliviano. "É urgente um pronunciamento do Conselho de Segurança da ONU e o rechaço de toda a comunidade internacional ao golpe promovido pelos EUA na Bolívia e que está causando
uma catástrofe humanitária no país"


Protestos na Bolívia após golpe de Estado contra
Evo Morales (Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

O governo ilegítimo e usurpador da Bolívia publicou Decreto através do qual exime as Forças Armadas e as polícias de responsabilidades criminais pela repressão sanguinária perpetrada contra o povo boliviano.

Diz o artigo 3º do Decreto:

O pessoal das Forças Armadas que participe das operações de restauração da ordem e da estabilidade pública, ficará isento de responsabilidade criminal quando, em cumprimento de suas funções constitucionais, atuar em legítima defesa ou estado de necessidade”.

Com o Decreto, militares e policiais civis da Bolívia receberam licença para matar seu próprio povo, quando teriam a responsabilidade constitucional de defendê-lo.

O Decreto que dá carta branca para o banho de sangue na Bolívia só foi publicado na tarde deste sábado, 16/11, porém com assinatura do dia anterior, quando ocorreram mais 9 assassinatos de populares pelas forças policiais que reprimiram manifestações pelo país.

O golpe planejado em Washington e executado em solo boliviano diretamente pela OEA de Almagro com o apoio decisivo de governos capachos e subservientes aos EUA como Bolsonaro, no Brasil; Iván Duque, na Colômbia e de Piñera, no Chile, está evoluindo para uma ditadura sanguinária.

Apesar do aprofundamento da violência e do terror de Estado, cresce a cada dia e se radicaliza ainda mais a resistência popular e democrática ao golpe.

É urgente um pronunciamento do Conselho de Segurança da ONU e o rechaço de toda a comunidade internacional ao golpe promovido pelos EUA na Bolívia e que  está causando uma catástrofe humanitária no país andino.

Jeferson Miola: Integrante do Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial.

*Abya Yala: Terra viva, o nome indígena da América Latina.No espírito de José Martí e dos povos nativos, Abya Yala é tudo o que está relacionado com a Nossa América, essa terra viva que vai do Rio Bravo à Terra do Fogo, passando pelas Caraíbas, sem esquecer as primeiras nações da América do Norte.

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