terça-feira, 15 de setembro de 2009

Moçambique vai proibir exportação de ouro em bruto

14 setembro 2009/Rádio Moçambique (RM)

O Governo moçambicano vai interditar ainda este ano a exportação de ouro em bruto, medida que prevê que reduza a comercialização informal e contrabando do mineral.

Abdul Razak, vice-ministro dos recursos minerais, diz que o país tem registado grandes perdas monetárias com a saída em bruto do mineral precioso e acrescenta que estão em curso acções para conter a situação.

"O país vai deixar de exportar ouro em bruto, e esperamos com isso poder ter mais controlo e maximizar os ganhos referentes à venda do mesmo, pois será um autêntico valor acrescentado à economia moçambicana", diz Abdul Razak.

Para tal entra em funcionamento até finais deste mês uma indústria de refinaria de ouro no distrito de Manica, província com o mesmo nome, num investimento privado sul-africano avaliado em cerca de 17,5 milhões de dólares (12 milhões de euros).

Numa fase piloto a fábrica de processamento de ouro, da empresa Tsozo Refinary, cuja estrutura já está concluída, vai processar 40 quilos de ouro em cada três horas, prevendo dobrar a produção quando entrar em pleno funcionamento, até ao final deste ano.

A empresa já montou vários postos de compra nas áreas de exploração mineira nas províncias de Manica e Tete (centro), e de forma faseada deverá chegar a todas as áreas mineiras potenciais fornecedoras de ouro, assegura Christo Bezarmanis, um dos administradores da fábrica. "Acho que com a fábrica a funcionar iremos baixar a comercialização ilegal do ouro, e as comunidades mineiras terão mercado para colocar o seu produto.

“Assim podemos controlar a saída desenfreada de ouro e em estado bruto", diz Christo Bezarmanis.

Ainda no quadro da necessidade de acabar com a exportação de ouro em bruto será aberto em paralelo, na província de Nampula, um centro de gemologia e lapidação, segundo Abdul Razak, que falava à margem da segunda parte da nona conferencia internacional de Mineração Artesanal e de Pequena Escala, que termina hoje em Chimoio, centro do país.

A reunião, com mais de 100 delegados representantes de 55 países de África, Europa, Ásia e América, serve para que peritos internacionais troquem experiências, procurando as melhores práticas e mais sustentáveis para tornar viável a exploração mineira artesanal.

Nos últimos tempos o Governo tem vindo a adoptar medidas tendentes a mitigar os efeitos negativos da actividade e a apoiar a constituição de associações.

Com base neste trabalho foram identificadas 61 associações, algumas das quais já formalizadas e outras em processo ao nível do país, a maior parte em Manica.

Calcula-se que cerca de 1.500 garimpeiros estejam envolvidos na actividade artesanal de exploração mineira na província de Manica.

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