sexta-feira, 1 de abril de 2011

Moçambique/FRELIMO na reunião anual dos movimentos libertadores da SADC


Maputo, 31 março 2011 (AIM) – A FRELIMO vai à Namíbia, país que acolhe, em Junho próximo, a reunião anual do órgão que congrega os movimentos libertadores de alguns países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), para discutir e adoptar uma estratégia comum do futuro.

No encontro vão participar, para além da FRELIMO (Moçambique), os representantes da SWAPO (anfitriã), a União Nacional Africana do Zimbabwe – Frente Patriótica (ZANU-FP), o Congresso Nacional Africano (ANC) ( África do Sul), o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e o Chama Cha Mapinduzi (da Tanzânia).

O facto foi revelado por Pendukeni Iivula-Ithana, Secretária-Geral da Organização dos Povos do Sudoeste Africano (SWAPO), partido no poder na Namíbia, no final do encontro demorado havido hoje no Comité Central da Frelimo, em Maputo, para um intercâmbio de experiências em vários domínios.

Filipe Paunde, Secretário-Geral da Frelimo, disse, no final do encontro, que as conversações foram produtivas na medida em que constituiu ocasião para passar em revista uma série de questões relacionadas com os partidos libertadores.

“Durante as nossas conversações, trocamos informações sobre a organização e funcionamento dos nossos partidos, a estratégia eleitoral e passamos em revista a situação regional e do mundo, a situação da crise financeira internacional e, sobretudo, como consolidar as relações entre a SWAPO e a FRELIMO”, explicou Paunde.

Os dois partidos, segundo Paunde, têm um passado comum, dado que lutaram contra a dominação colonial para libertar os povos, e hoje, já independentes, o maior objectivo é lutar contra a pobreza, tida como o maior inimigo depois do colonialismo.

“A aposta tanto da SWAPO como da FRELIMO consiste em criar condições para os nossos povos, através dos nossos governos”, ressaltou Paunde.

Pendukeni, que também esteve no campo de treino na Tanzânia onde conheceu o falecido Presidente Samora Machel, voltou a enaltecer o papel desempenhado por Moçambique no processo que culminou com a independência do seu país.

A fonte disse que os militantes da Frelimo e da SWAPO partilharam o mesmo espaço nos campos de treino em Kongwa, na Tanzânia, onde forjaram laços de amizade porquanto tinham um objectivo comum, que era derrubar o colonialismo.

A Secretária-Geral da SWAPO recebeu ofertas de arte, entre elas uma escultura de pau-preto, um boné com as cores do partido Frelimo e uma carteira porta-moedas.

LER TAMBEM ---------------


SADC pretende evitar crises como a do norte da África

Livingstone (Namíbia), 31 março 2011 (AIM) – A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) deve continuar a consolidar a democracia, boa governação, respeito pelos direitos humanos e constitucionais, para evitar crises como a que está a abalar a região Norte do continente africano, disse Rupiah Banda, Presidente da Troika do órgão da SADC para a Cooperação na área da Política, Defesa e Segurança.

Falando hoje na cidade de Livingstone, na Zâmbia, na abertura da cimeira da Troika do órgão, de menos de 24 horas, Banda frisou, por outro lado, que a região deve legitimar os anseios dos seus concidadãos como forma de evitar aquele tipo de situações.

“Se há algo que devemos aprender a partir do que está a acontecer no Norte da África é que não se deve penhorar a legitimidade dos anseios dos nossos concidadãos”, afirmou Banda, no encontro que conta com a participação do estadista moçambicano, Armando Guebuza, na sua qualidade de membro cessante da Troika do órgão.

De acordo com o estadista anfitrião, cabe a este órgão da SADC promover o estabelecimento destes e outros princípios e mecanismos de governação democrática.

Na ocasião, ele apelou a Troika do órgão para que “dê vida” a mecanismos democráticos regionais aprovados na cimeira de Agosto de 2010, ocorrido na capital da Namíbia, Windhoek, caso do “Conselho Consultivo Eleitoral”, “O Grupo de Referência para a Mediação na SADC”, entre outros.

A este respeito, Banda disse acreditar que toda a Região vai concordar com os elementos que a SADC tem para garantir soluções locais capazes de evitar, por exemplo, disputas eleitorais.

Por outro lado, Banda manifestou a sua satisfação com o facto de a região gozar de uma paz relativa, mas sublinhou que “estamos conscientes de que ainda existem certas tensões políticas na região”.

Com efeito, a cimeira visa tratar de algumas das crises referenciadas por Rupiah Banda, como é caso da do Zimbabwe e de Madagáscar.

No seu breve discurso, Banda destacou o papel dos facilitadores do diálogo nos países em crise, afirmando que os seus relatórios “espelham a realidade dos esforços que têm sido empreendidos a nível regional” para se pôr cobro a tais problemas.

Tomam parte desta cimeira, para além dos membros da Troika, nomeadamente os estadistas da Zâmbia, Moçambique e da África do Sul (Jacob Zuma), outros estadistas na qualidade de convidados como é o caso do Presidente namibiano e presidente em exercício da SADC, Hifekepunye Pohamba, e o Presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe.

Ainda do Zimbabwe tomam parte outros dois líderes da oposição integrantes do Governo de unidade nacional naquele país, nomeadamente o actual Primeiro-Ministro, Morgan Tsvangirai, e George Charamba.

O antigo estadista moçambicano, Joaquim Chissano, participa na qualidade de mediador da crise Malgaxe.

Nenhum comentário: