Luanda, Angola, 18 abril 2011– A diversificação da indústria mineira angolana, devido a projectos de extracção de metais e fosfatos, está a aumentar a produção do sector e a reduzir a dependência relativamente aos diamantes, de acordo com o mais recente relatório Angola Mining Report.
“Para minimizar o impacto de futuras flutuações de preços, Angola está a avançar com medidas de diversificação da sua base mineira para além da dependência primária de diamantes”, refere o relatório do segundo trimestre, publicado pela Business Monitor International. Alguns novos projectos estão ligados ao cobre, caso da mina desactivada do Mavoio, outros ao ferro e manganésio e, no Lubango, a Ferrangol planeia abrir uma nova mina em parceria com privados.
No Chipindo prepara-se a extracção de minério de ferro nos próximos dois anos, enquanto no sul da Huila foram recentemente descobertas reservas de ouro. O início de produção de vários projetos desde 2010 deverá traduzir-se num aumento de produção em 2011.
Segundo a BMI, o crescimento médio de produção entre 2011 e 2015 deverá rondar 6,8 por cento ao ano. No final desse período o sector mineiro angolano deverá valer perto de 7,5 mil milhões de dólares. Os diamantes manter-se-ão como o principal produto, mas Angola apresenta “grande potencial para os metais de base e ouro”.
A quebra no mercado diamantífero em 2009, que levou a uma descida do valor da produção para 1,18 mil milhões de dólares, deixou a claro a dependência da indústria em Angola, apesar da disponibilidade de outras matérias-primas minerais. Este ano, segundo a BMI, o sector mineiro deverá registar “forte crescimento” e os quatro novos projectos recentemente aprovados pelo governo terão um impacto no nível de produção do país.
Além disso, “os custos operacionais relativamente baixos, juntamente com a actual relativa estabilidade política de Angola, continuam a atrair operadores estrangeiros para o mercado, muitas vezes como uma alternativa a países vizinhos”, adianta.
Exemplo disso é a sul-africana Trans Hex Mining, que iniciou a produção piloto na sua mina de Luana em 2010, que deverá atingir 31 mil quilates de diamantes no final deste ano, enquanto está a reduzir as suas operações na África do Sul. O sector continua à espera de um código mineiro, que deverá endurecer os regulamentos sobre como os produtores de diamantes podem distribuir as receitas geradas em projectos no país.
Um responsável da Endiama citado pela BMI adianta que a nova lei deverá obrigar os produtores de diamantes a usar 50 por cento das suas receitas para cobrir custos operacionais e os outros 50 por cento para impostos, remuneração de investidores e também para projectos de desenvolvimento da comunidade local. Actualmente, a lei obriga apenas a que as empresas paguem um imposto sobre lucros à Endiama, a concessionária estatal, de 35 por cento.
O novo código poderá também incluir a obrigatoriedade de realização de estudos de impacto ambiental aprovados pelo governo.
Angola é, actualmente, o quinto maior produtor de diamantes em valor, representando 7 a 9 por cento da produção global. As principais reservas estão nas províncias das Lundas e a maioria dos diamantes encontra-se em depósitos aluviais.
A Endiama acredita que há ainda, espalhados por todo o país, depósitos de grandes dimensões em forma rochosa. (macauhub)
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