sexta-feira, 15 de abril de 2011

Diplomata venezuelano considera satisfatória cooperação com Angola

Luanda, 14 abril 2011(AngolaPress) - O chefe da missão diplomática da Venezuela em Angola, Jesus Alberto Garcia, considerou hoje, em entrevista à Angop, que os resultados da cooperação no domínio energético entre os dois países são satisfatórios.

Jesus Alberto Garcia, que igualmente responde pela diplomacia do seu país na Zâmbia e São Tomé e Princípe, fez esta afirmação quando pronunciava-se sobre a cooperação entre os dois países.

Como resultados concretos desta cooperação no domínio energético, deu a conhecer à Sonangol, associada a uma empresa cubana, fez a compra de dois blocos muito estratégico para a Venezuela, quer nas primeiras estimativas irá produzir aproximadamente 30 mil baris diários.

Acrescentou que a ideia é que até ao final deste ano possam chegar até 60 mil.

De igual modo, referiu que a empresa angolana prevê abrir, nos próximos dias, escritórios na Venezuela, uma vez que já estão a desenvolver todas as acções neste sentido.

O diplomata argumentou que isto vai reforçar muito esta relação entre a Venezuela e Angola, que igualmente são membros importantes da Organização dos País Produtores de Petróleo (OPEP).

Referiu ainda que no quadro da organização os dois países podem colaborar na regulação dos preços, bem como ter uma posição comum perante a demanda internacional de petróleo.

“Sabemos que depois da crise nuclear do Japão os receios em relação a este tipo de energia são maiores e o Fundo Monetário Internacional (FMI) referiu que nos próximos 30 anos a dependência do petróleo será mais aguda para os países consumidores de petróleo”, disse.

Neste sentido, tanto Angola coma a Venezuela que estão na vanguarda da produção terão de estar cada vez mais unidos.

Referiu que esta cooperação, que tem como base o acordo rubricado em 2006, a quando da visita do presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chavez, é uma verdadeira mostra do que pode ser a cooperação entre os países do sul.

Frisou que esta visita não só serviu para o reconhecimento mutuo de um historial comum, mas também para gizar políticas numa altura em que tanto Angola como a Venezuela estão no mapa estratégico energético do planeta.

Disse que Angola caracteriza-se por ser um dos maiores produtores de petróleo em África ao sul do Sahara, tendo igualmente uma projecção no que toca as suas reservas dos mais importantes nesta região, rondando entre os 23 a 60 mil milhões de barris.

Já em relação à Venezuela tem a característica de ser o maior produtor de petróleo na América do Sul, bem como por possuir uma das maiores reservas do planeta, calculadas em 270 mil milhões de barris de petróleo, disse.

Outro aspecto de relevo no quadro deste acordo, disse, é a transferência no campo da tecnologia e, neste domínio, o seu país está apostado em contribuir na criação de refinarias em Angola.

“Sabemos que neste momento estão a construir a refinaria do Lobito, que tem a estimativa de processar cerca de 200 mil barris de petróleo diários”, referiu.

Salientou a diferença com a actual refinaria existente na zona da Cimangol, que tem uma produção estimada entre 35 a 40 mil de barris de petróleo diários.

Jesus Alberto Garcia argumentou que neste domínio, o seu país grande experiência neste domínio, com uma das maiores refinarias do mundo com a capacidade de processar quase um milhão de barris de petróleos diários.

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