Manhiça, 14 abril 2011 (AIM) – Moçambique e África do Sul estão a investir cerca de dois milhões de dólares norte-americanos, na montagem de um telescópio no Parque da Ciência e Tecnologia de Maluana, no distrito da Manhiça, na província meridional de Maputo.
Justificando o investimento, o ministro moçambicano da Ciência e Tecnologia, Venâncio Massingue, explicou que a montagem do telescópio vai permitir que Moçambique, a região e o continente africano em geral não andem a reboque na produção de soluções tecnológicas.
Massingue, que visitou o centro na companhia da ministra sul-africana da Ciência e Tecnologia, Naledi Pandor, disse, sem precisar datas, que as obras de edificação desta importante infra-estrutura para a área de investigação científica deverão iniciar num futuro breve, de tal maneira que até Julho terá sido feito algo significativo.
“No campo científico, o telescópio permite o acesso dos investigadores a um maior conhecimento da nossa galáxia. O sistema de antena Square Kilometre Array (SKA) concebido na África do Sul permite visualizar as estrelas facilitando desta forma o estudo das alterações climáticas”, explicou Massingue.
“Temos que fazer com que as soluções tecnológicas partam daqui e não podemos continuar a andar a reboque”, insistiu Massingue avançando que se pretende tomar a tecnologia como base do desenvolvimento económico e o parque centro do empreendedorismo desenvolvido com base no conhecimento científico.
Na ocasião, a ministra sul-africana de ciência e tecnologia, Naledi Pandor, que se encontra em Moçambique a participar na III Reunião do Comité Misto, Moçambique/África do Sul, que termina esta sexta-feira em Maputo, disse que o parque é uma infra-estrutura muito importante que vai projectar o continente africano a nível mundial e impulsionar a cooperação científica entre os países.
O Parque de Maluana, segundo o ministro Massingue, é um projecto de carácter internacional bastante concorrido que vai juntar estudantes, investigadores e cientistas nacionais e estrangeiros.
“Para facilitar o trabalho destes especialistas da área científica vamos criar uma janela de financiamento para permitir que logo que a investigação tiver terminado eles façam a publicação dos resultados”, explicou Massingue.
Segundo Massingue, alguns dos técnicos e investigadores que vão integrar o conjunto de trabalhadores do centro estão a ser formados pela Universidade Eduardo Mondlane (UEM), outros no Brasil e na Índia, nos níveis de mestrado e doutoramento.
O ministro disse que também está previsto para breve, a partida de mais 20 bolseiros para outros países, com base num financiamento do Banco Mundial.
Na área da Ciência e Tecnologia, Moçambique e África do Sul estão a implementar projectos conjuntos de investigação envolvendo instituições dos dois países nas áreas da agricultura, saúde, ciências animais, mudanças climáticas, energia e conhecimento indígena, estando a África do Sul, a apoiar também o estabelecimento de Cátedras de Ciência e Tecnologia.
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