Sara Almeida, Redacção da Praia – Expresso das Ilhas – 31 março 2011
Médicos da Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP) vão reunir-se em Cabo Verde, a partir de hoje, para o I Curso Internacional de Especialização em Saúde Pública. Com a duração de nove meses, o curso divide-se em oito módulos onde serão abordadas as várias competências inerentes a esta especialidade médica.
Vocacionado para os problemas de saúde da comunidade, "o médico de saúde pública tem de saber de planeamento, de gestão, de avaliação, de monitorização. Tem que ter competências para além das competências médicas que adquire no seu curso de medicina", explica Paulo Ferrinho, Director do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) da Universidade Nova de Lisboa (UNL).
Entre as competências próprias desta especialidade destaca-se a prevenção. António Delgado, Director Geral da Saúde, referiu, durante o discurso da abertura da formação, a necessidade de pensar e agir preventivamente, por exemplo nos casos de epidemia. "No geral só se tenta resolver o problema quando ele já está instalado", afirma.
O curso é organizado pelo Centro de Formação Médica Especializada (CFME) da CPLP e vai decorrer nas instalações do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), na cidade da Praia.
Este curso integra-se, exactamente," na iniciativa dos Estados Membros da CPLP construírem, em Cabo Verde, um CFME, no âmbito do plano estratégico de cooperação em saúde aprovado há dois anos", esclarece Paulo Ferrinho.
O objectivo é, segundo Luís Leite Director do CFME é "criar um espaço lusófono para a formação contínua de médicos".
No total, são esperados 18 médicos para esta formação: quatro médicos de Angola, três da Guiné-Bissau, dois de Moçambique, um São Tomé e Príncipe, dois de Portugal e seis de Cabo Verde. Alguns médicos poderão juntar-se a este grupo para assistir a módulos isolados. As aulas serão leccionadas por docentes dos países referidos e também do Brasil.
No final do curso, os médicos recebem um diploma, mas a aprendizagem não termina aí. "Depois dessa formação vão voltar para os seus países e as respectivas Ordens dos Médicos, ou os Ministérios de Saúde, vão decidir que outros estágios é que eles precisam de completar para serem reconhecidos como especialistas em Saúde Pública," conta Paulo Ferrinho.
Deolinda Cruz, coordenadora do Gabinete de Cooperação da IHMT da UNL adiantou ao Expresso das ilhas que um outro curso de especialização, sobre Infecciologia, e com a duração de seis semanas, está já agendado para Setembro. O curso irá também decorrer no IILP.
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