12 fevereiro 2012/Carta Maior http://cartamaior.com.br (Brasil)
A alta representante da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay e o diretor geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Juan Somavia, receberam na sede da ONU, em Genebra, Suíça, Camila Vallejo, a carismática dirigente estudantil hoje vice-presidenta da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (Fech), Karol Cariola, secretária geral das Juventudes Comunistas do Chile e Jorge Murúa, dirigente do Sindicato de Trabalhadores Metalúrgicos.
Christian Palma - De Santiago do Chile
Santiago - Líderes sindicais e estudantis chilenos denunciaram em diferentes instâncias da ONU a “criminalização” que viveu no ano passado, por parte das autoridades, o movimento de protesto social encabeçado pelos estudantes e que convocou também os trabalhadores, os ambientalistas, a comunidade homossexual, os povos originários e os milhares de anônimos cansados de um governo de direita que não os representa.
A alta representante da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay e o diretor geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Juan Somavia, receberam na sede da ONU, em Genebra, Suíça, Camila Vallejo, a carismática dirigente estudantil hoje vice-presidenta da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (Fech), Karol Cariola, secretária geral das Juventudes Comunistas do Chile e Jorge Murúa, dirigente do Sindicato de Trabalhadores Metalúrgicos. Ao grupo se uniram também os relatores especiais das Nações Unidas para a Educação e a Pobreza Extrema.
Nesse cenário, os três dirigentes denunciaram a vontade do governo de Sebastián Piñera de “criminalizar” os protestos cidadãos através de um projeto de lei do Ministério do Interior, conhecido também como “Lei Hinzpeter”, em alusão ao titular dessa pasta.
Segundo contaram, esta iniciativa legal penaliza com três anos de prisão toda forma de protesto social similar aos que se desenvolveram em 2011, como ocupações de serviços públicos, cortes de trânsito e outras formas de ocupação pacífica. “As penas não são apenas para os que cometem estes atos, mas aos que os convocam”, sustentou Vallejo.
“A repressão não passa só pelo amedrontamento político e ameaças constantes, mas também pela repressão física e detenções ilegais que hoje aumentam dentro de um marco ilegal”, agregou a líder universitária.
Vallejo disse ainda que “parece que não há conhecimento pleno na ONU do que acontece no Chile. Também mostrou confiança de que os contatos mantidos em Genebra, onde tem sua sede os organismos da ONU especializados em direitos humanos, sirvam para mostrar o que acontece no país sul-americano. Espera, ainda, que os relatores da ONU sobre Educação, Liberdade de Expressão, Tortura e Detenções Extrajudiciais, visitem o Chile, pois a seu ver, “estas são temáticas muito sensíveis no nosso país”.
“Somos um país cada vez mais desigual apesar do crescimento do produto interno bruto”, sentenciou.
Por sua parte, Cariola explicou que o projeto político que Piñera defende é adaptado a nossa realidade política e cultural, que é diferente das de outras partes do mundo”.
“Nós não queremos que todos sejam comunistas nem somos donos do movimento, somos instrumentos do povo chileno”, disse.
Consultada sobre a queda do modelo comunista no passado, assegurou sobre os jovens: “Aprendemos do passado, das experiências vividas em outros lugares para construir um novo futuro”.
Murúa, por sua vez, disse que dentro do movimento social chileno existe o convencimento de que “a repressão e a perseguição estão asseguradas” para este ano.
Como representante dos trabalhadores, mencionou que explicará ao diretor da OIT “as violações das leis trabalhistas e das convenções coletivas no Chile, que transgridem as regulamentações internacionais em matéria de trabalho”.
Com sua visita a Suíça, os dirigentes concluem uma agenda de pouco mais de duas semanas pela Europa, na que participaram de diversos fóruns juvenis e sindicais na Alemanha e Suécia, convidados pela Fundação Rosa Luxemburgo -ligada ao partido alemão Die Linke (A Esquerda)- para expor a experiência do movimento estudantil chileno em 2011.
“No Chile, teus direitos dependem de tua capacidade econômica, onde se não tens dinheiro tens que endividar-te (para ter saúde ou educação)”, sustentou a dirigente antes de partir para a Europa com a idéia de conhecer o desenvolvimento do movimento social nesse continente.
Com respeito ao futuro político do país, com eleições municipais em outubro e presidenciais em dezembro de 2013, a líder estudantil opinou que ainda não estão dadas as condições para unificar a esquerda.
No entanto, sustentou que um grande desafio para este ano é ver como se
institucionaliza o movimento social e como é capaz de construir propostas de governo.
“O movimento social não pode ficar à margem. Necessitamos disputar espaços institucionais”, sublinhou ao mesmo tempo em que prenunciou que é difícil que neste ano se repitam os protestos do ano passado. “Já demonstramos a força do movimento estudantil, agora as formas de mobilização vão ser diferentes”, concluiu.
A alta representante da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay e o diretor geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Juan Somavia, receberam na sede da ONU, em Genebra, Suíça, Camila Vallejo, a carismática dirigente estudantil hoje vice-presidenta da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (Fech), Karol Cariola, secretária geral das Juventudes Comunistas do Chile e Jorge Murúa, dirigente do Sindicato de Trabalhadores Metalúrgicos. Ao grupo se uniram também os relatores especiais das Nações Unidas para a Educação e a Pobreza Extrema.
Nesse cenário, os três dirigentes denunciaram a vontade do governo de Sebastián Piñera de “criminalizar” os protestos cidadãos através de um projeto de lei do Ministério do Interior, conhecido também como “Lei Hinzpeter”, em alusão ao titular dessa pasta.
Segundo contaram, esta iniciativa legal penaliza com três anos de prisão toda forma de protesto social similar aos que se desenvolveram em 2011, como ocupações de serviços públicos, cortes de trânsito e outras formas de ocupação pacífica. “As penas não são apenas para os que cometem estes atos, mas aos que os convocam”, sustentou Vallejo.
“A repressão não passa só pelo amedrontamento político e ameaças constantes, mas também pela repressão física e detenções ilegais que hoje aumentam dentro de um marco ilegal”, agregou a líder universitária.
Vallejo disse ainda que “parece que não há conhecimento pleno na ONU do que acontece no Chile. Também mostrou confiança de que os contatos mantidos em Genebra, onde tem sua sede os organismos da ONU especializados em direitos humanos, sirvam para mostrar o que acontece no país sul-americano. Espera, ainda, que os relatores da ONU sobre Educação, Liberdade de Expressão, Tortura e Detenções Extrajudiciais, visitem o Chile, pois a seu ver, “estas são temáticas muito sensíveis no nosso país”.
“Somos um país cada vez mais desigual apesar do crescimento do produto interno bruto”, sentenciou.
Por sua parte, Cariola explicou que o projeto político que Piñera defende é adaptado a nossa realidade política e cultural, que é diferente das de outras partes do mundo”.
“Nós não queremos que todos sejam comunistas nem somos donos do movimento, somos instrumentos do povo chileno”, disse.
Consultada sobre a queda do modelo comunista no passado, assegurou sobre os jovens: “Aprendemos do passado, das experiências vividas em outros lugares para construir um novo futuro”.
Murúa, por sua vez, disse que dentro do movimento social chileno existe o convencimento de que “a repressão e a perseguição estão asseguradas” para este ano.
Como representante dos trabalhadores, mencionou que explicará ao diretor da OIT “as violações das leis trabalhistas e das convenções coletivas no Chile, que transgridem as regulamentações internacionais em matéria de trabalho”.
Com sua visita a Suíça, os dirigentes concluem uma agenda de pouco mais de duas semanas pela Europa, na que participaram de diversos fóruns juvenis e sindicais na Alemanha e Suécia, convidados pela Fundação Rosa Luxemburgo -ligada ao partido alemão Die Linke (A Esquerda)- para expor a experiência do movimento estudantil chileno em 2011.
“No Chile, teus direitos dependem de tua capacidade econômica, onde se não tens dinheiro tens que endividar-te (para ter saúde ou educação)”, sustentou a dirigente antes de partir para a Europa com a idéia de conhecer o desenvolvimento do movimento social nesse continente.
Com respeito ao futuro político do país, com eleições municipais em outubro e presidenciais em dezembro de 2013, a líder estudantil opinou que ainda não estão dadas as condições para unificar a esquerda.
No entanto, sustentou que um grande desafio para este ano é ver como se
institucionaliza o movimento social e como é capaz de construir propostas de governo.
“O movimento social não pode ficar à margem. Necessitamos disputar espaços institucionais”, sublinhou ao mesmo tempo em que prenunciou que é difícil que neste ano se repitam os protestos do ano passado. “Já demonstramos a força do movimento estudantil, agora as formas de mobilização vão ser diferentes”, concluiu.
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