quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

China State Grid e REN partem para parcerias em Moçambique, Angola e Brasil


6 fevereiro 2012/Macauhub http://www.macauhub.com.mo (China)

Lisboa, Portugal – A entrada da chinesa State Grid Corp no grupo português Redes Energéticas Nacionais (REN), como maior accionista, abre caminho a parcerias luso-chinesas no desenvolvimento de infra-estruturas energéticas em Moçambique, Angola e Brasil.

A criação de duas parcerias em Angola e Moçambique, detidas em partes iguais pela REN e China Grid, é um dos compromissos que o grupo chinês apresentou na sua oferta pela empresa portuguesa, segundo a secretária de Estado do Tesouro portuguesa, Maria Luís Albuquerque.

O grupo chinês fechou na quinta-feira a compra de 25% da REN por 387,15 milhões de euros, pouco mais de um mês depois de a China Three Gorges ter ganho a privatização do grupo EDP – Energias de Portugal, prevendo um investimento de 8,7 mil milhões de euros.

A China Grid entra na REN numa altura em que esta negoceia a aquisição de metade dos 15% do Estado Português na Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), em Moçambique, transacção que carece do acordo do Estado moçambicano, que controla a empresa.

A entrada na HCB habilita a REN a participar no estratégico Projecto Cesul, no qual, até 2016, serão investidos 2,4 mil milhões de dólares, na construção de um sistema de transporte de electricidade entre a província de Tete, o sul de Moçambique e também para nações vizinhas.

Segundo a secretária de Estado do Tesouro portuguesa, a quem coube anunciar os resultados da venda de 40% da participação do Estado, o envolvimento entre as duas empresas irá alargar-se ainda ao Brasil, país que tem lugar de destaque nos planos da internacionalização da REN.

Já presente no Brasil, a China Grid assumiu o compromisso de contratar a assessoria técnica da REN naquele país além de, até final de 2012, identificar três projectos para investimento conjunto em redes de transmissão no Brasil.

Em aberto está ainda a extensão da parceria luso-chinesa também ao mercado da China.

O Estado português vendeu 15% da REN à Oman Oil, tendo privatizado um total de 40% do capital social da empresa, e obtido um encaixe de 592 milhões de euros com a operação.

Para o presidente do Banco Espírito Santo Investimento, que juntamente com o Deutsche Bank assessorou a China Grid e a Three Gorges, a REN foi “um segundo grande êxito do programa de privatizações português”, que tem tido “um excelente ritmo de execução”. (macauhub)

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