2 fevereiro 2013/Carta Maior http://cartamaior.com.br (Brasil)
Dois anos após terremoto, Haiti ainda convive com escombros e caos de veículos e pessoas nas ruas. Palácio oficial tem tendas da Defesa Civil brasileira e sede improvisada para gabinete do presidente-cantor Michel Martelly. Capital Porto Príncipe pára para ver Dilma, que vistoria QG brasileiro, bota boné azul da missão de paz da ONU e encontra ator hollywoodiano ongueiro.
André Barrocal
Porto Príncipe – Dilma Rousseff pousa com o avião presidencial Santos Dumont às 9h45 (12h45 em Brasília) no aeroporto internacional que leva o nome de um herói da independência do Haiti, Toussaint Louverture. É recebida pelo presidente Michel Martelly, um ex-cantor que tomou posse em maio de 2011, com honras de chefe de Estado no próprio aeroporto, já que o Palácio Nacional, sede do governo, ainda está sendo reconstruído do terremoto de dois anos atrás.
No aeroporto, o prédio para autoridades está enfeitado com cartazes a dizer, em português e francês, a língua oficial local, “Bem vinda, Dilma, a casa é sua”, ao lado das bandeiras de ambos os países – a do Haiti é vermelha e azul e leva a inscrição “A União faz a força”.
Dali, o cortejo oficial com autoridades brasileiras e haitiana segue até o Palácio com caminho aberto pelas forças de paz da ONU. Sem a providência, levaria bem mais do que 15 minutos para vencer as ruas estreitas, cheias de curvas e apinhadas de veículos (numerosos para um país pobre) e de pessoas a ocupar calçadas vendendo de tudo – roupas, ferragens, móveis, colchões, livros.
As comitivas são vistas passar com interesse pela população, já acostumada ao intenso calor caribenho mesmo no inverno e aos escombros com que ainda dividem ruas e calçadas.
Apesar de a recepção a Dilma ter ocorrido no aeroporto, há também uma mini cerimônia, com nova execução do hino brasileiro, quando ela chega ao complexo do Palácio Nacional – um conjunto de prédios e jardins.
Cerca de dez metros à frente de Dilma e Martelly, três barracões beges da Defesa Civil brasileira montados em pleno Palácio, sugerem como ainda vai levar tempo para o país mais miserável do hemisfério ocidental reerguer-se da tragédia de janeiro de 2010.
A reunião particular de Dilma com Martelly realiza-se em um prédio simples localizado dentro do complexo palaciano, que teve a sorte de escapar do terremoto e, depois, foi adaptado para acolher o gabinete presidencial.
Dilma viaja ao Haiti acompanhada de um tradutor para o francês, mas pouco recorre ao auxiliar, já que fala o idioma e conversa diretamente com Martelly, bastante popular entre os haitianos, mas com dificuldades políticas em um Congresso dominado pelos aliados de um dos antecessores, Jean-Bertrand Aristide.
A conversa analisa a reconstrução do Haiti. As possibilidades de investimentos brasileiros, públicos e privados, no país. A imigração ilegal de haitianos que entraram em grande quantidade no Brasil, situação que levou o governo a criar um visto especial só para eles, com cinco anos de validade e sem necessidade de comprovação de vínculo empregatício.
Do Palácio Nacional, Dilma segue, depois do almoço, até a Brabatt, o quartel-general do batalhão de 2,2 mil brasileiros das forças de paz da ONU, situado perto da embaixada dos Estados Unidos, prédio salmão que passou intacto pelo terremoto, sem um vidro trincado sequer – a brasileira foi destruída.
Na base, Dilma é apresentada às tropas, faz do alto de um palanque um discurso de agradecimento e encorajamento, presta homenagens aos mortos no terremoto. Depois, desce do palanque, bota um boné azul da Minustah na cabeça e percorre as fileiras com cerca de 300 soldados ali perfilados.
Antes de partir de volta ao Brasil, uma viagem de seis horas de avião, Dilma ainda reúne-se na Brabatt com representantes de ONGs que prestam ajuda humanitária ao Haiti. Entre elas, a entidade do ator hollywoodiano Sean Pean, que se encontra com a presidenta e conversa sobre está sendo feito em favor da população local.
Dilma encerra a visita ao Haiti, que foi acompanhada por cerca de 25 jornalistas do Brasil que viajaram para lá a partir de Cuba em avião cedido pela Presidência da República, por volta das 17h30.
*Matéria alterada para correção de informação. Jean-Bertrand Aristide não é antecessor de Michel Martelly, mas um deles (governou de 2001 a 2004).
No aeroporto, o prédio para autoridades está enfeitado com cartazes a dizer, em português e francês, a língua oficial local, “Bem vinda, Dilma, a casa é sua”, ao lado das bandeiras de ambos os países – a do Haiti é vermelha e azul e leva a inscrição “A União faz a força”.
Dali, o cortejo oficial com autoridades brasileiras e haitiana segue até o Palácio com caminho aberto pelas forças de paz da ONU. Sem a providência, levaria bem mais do que 15 minutos para vencer as ruas estreitas, cheias de curvas e apinhadas de veículos (numerosos para um país pobre) e de pessoas a ocupar calçadas vendendo de tudo – roupas, ferragens, móveis, colchões, livros.
As comitivas são vistas passar com interesse pela população, já acostumada ao intenso calor caribenho mesmo no inverno e aos escombros com que ainda dividem ruas e calçadas.
Apesar de a recepção a Dilma ter ocorrido no aeroporto, há também uma mini cerimônia, com nova execução do hino brasileiro, quando ela chega ao complexo do Palácio Nacional – um conjunto de prédios e jardins.
Cerca de dez metros à frente de Dilma e Martelly, três barracões beges da Defesa Civil brasileira montados em pleno Palácio, sugerem como ainda vai levar tempo para o país mais miserável do hemisfério ocidental reerguer-se da tragédia de janeiro de 2010.
A reunião particular de Dilma com Martelly realiza-se em um prédio simples localizado dentro do complexo palaciano, que teve a sorte de escapar do terremoto e, depois, foi adaptado para acolher o gabinete presidencial.
Dilma viaja ao Haiti acompanhada de um tradutor para o francês, mas pouco recorre ao auxiliar, já que fala o idioma e conversa diretamente com Martelly, bastante popular entre os haitianos, mas com dificuldades políticas em um Congresso dominado pelos aliados de um dos antecessores, Jean-Bertrand Aristide.
A conversa analisa a reconstrução do Haiti. As possibilidades de investimentos brasileiros, públicos e privados, no país. A imigração ilegal de haitianos que entraram em grande quantidade no Brasil, situação que levou o governo a criar um visto especial só para eles, com cinco anos de validade e sem necessidade de comprovação de vínculo empregatício.
Do Palácio Nacional, Dilma segue, depois do almoço, até a Brabatt, o quartel-general do batalhão de 2,2 mil brasileiros das forças de paz da ONU, situado perto da embaixada dos Estados Unidos, prédio salmão que passou intacto pelo terremoto, sem um vidro trincado sequer – a brasileira foi destruída.
Na base, Dilma é apresentada às tropas, faz do alto de um palanque um discurso de agradecimento e encorajamento, presta homenagens aos mortos no terremoto. Depois, desce do palanque, bota um boné azul da Minustah na cabeça e percorre as fileiras com cerca de 300 soldados ali perfilados.
Antes de partir de volta ao Brasil, uma viagem de seis horas de avião, Dilma ainda reúne-se na Brabatt com representantes de ONGs que prestam ajuda humanitária ao Haiti. Entre elas, a entidade do ator hollywoodiano Sean Pean, que se encontra com a presidenta e conversa sobre está sendo feito em favor da população local.
Dilma encerra a visita ao Haiti, que foi acompanhada por cerca de 25 jornalistas do Brasil que viajaram para lá a partir de Cuba em avião cedido pela Presidência da República, por volta das 17h30.
*Matéria alterada para correção de informação. Jean-Bertrand Aristide não é antecessor de Michel Martelly, mas um deles (governou de 2001 a 2004).
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Haïti-Brésil/Les organisations de femmes s’entretiennent avec la ministre brésilienne des droits humains
2 février 2012/Alter Presse http://www.alterpresse.org (Haiti)
P-au-P, 2 fév 2012 [AlterPresse] --- Des représentantes d’une dizaine d’organisations de femmes ont rencontré, ce 2 février, la ministre des droits humains du Brésil, Maria do Rosário, autour des violation des droits des femmes en Haiti.
Cette rencontre qui a eu lieu au local de la Solidarité des Femmes Haitiennes (SOFA), a réuni, entre autres, des déléguées de « Fanm Yo La » (Les femmes sont présentes) et « Kay fanm » (La maison des femmes), selon les témoignages obtenus par AlterPresse.
Les échanges ont tourné autour des préoccupations des organisations féministes sur les violences faites aux femmes par les agents de la Mission des Nations Unies pour la Stabilisation d’Haïti (Minustah), la responsabilité de la MINUSTAH dans l’épidémie de choléra en Haïti et la situation des ressortissantes et ressortissants haïtiens coincés à la frontière Pérou/Bresil.
Ces organisations souhaitent un élargissement de la coopération entre le Brésil et Haïti, capable de prendre en compte les mouvements sociaux, notamment ceux des femmes, afin d’appuyer l’autonomie économique des femmes ainsi que la lutte contre la violence faite à leur endroit.
Les participantes ont fait état de différents cas de viols perpétrés sur les filles, femmes, et jeunes garçons par les brigades sri-lankais, pakistanais et uruguayens.
« Malgré les résultats accablants de cinq enquêtes dont deux commanditées par les Nations Unies [en rapport au choléra], cette dernière refuse de reconnaître les torts et dommages causés sur la vie des haïtiennes et haïtiens », selon la coordonnatrice de la SOFA, Lise Marie Déjean (ancienne ministre à la condition féminine).
Plus 7.000 personnes sont mortes et 50.000 infectées suite au choléra, rappellent les organisations de défense des droits des femmes, qui réclament que justice soit faite à la population haïtienne.
Les organisations de femmes espèrent du Brésil, par ailleurs, un traitement humain aux 484 migrantes et migrants haïtiens bloqués à la frontière entre le Pérou et le Brésil et le respect de leurs droits de migrants. [emb gp apr 02/02/12 15 : 30]
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