Londres, Reino Unido – As recentes descobertas de gás natural em Moçambique são de “nível mundial”, reforçando o potencial do país como grande produtor energético em África e atraindo milhares de milhões de dólares de investimento estrangeiro, segundo a Economist Intelligence Unit.
Os investimentos e a futura produção de gás em grande escala oferecem também a Moçambique a possibilidade de se tornar menos dependente da ajuda externa, aumentando significativamente nos próximos anos as receitas do Estado e a independência do governo para definir as suas próprias políticas, refere a EIU no seu mais recente relatório sobre o país.
“O desenvolvimento de gás e outros recursos de hidrocarbonetos, incluindo petróleo, terá grandes implicações para Moçambique, produzindo novas fontes substanciais de receita para o governo e reduzindo a importância da ajuda externa e, por consequência, a capacidade dos doadores pressionarem a governação”, adiantam os economistas britânicos.
A norte-americana Anadarko Petroleum, que está a explorar no mar da província de Cabo Delgado (norte), anunciou em meados de Janeiro que as reservas de gás natural encontradas na área situam-se entre 15 biliões e 30 biliões de pés cúbicos, “um recurso de nível mundial” e quase três vezes maior do que o inicialmente estimado.
A empresa, que lidera um consórcio de capitais japoneses, indianos e britânicos, pretende também instalar uma unidade de liquefacção de gás natural e um terminal de exportação, em que o investimento previsto, de 18 mil milhões de dólares até 2018, será o maior da história de Moçambique.
Contudo, a maioria deste capital será aplicado fora de Moçambique e terá “poucas ligações” aos pouco desenvolvidos sectores de serviços e industrial do país, de acordo com a EIU.
Paralelamente, outras “descobertas substanciais” foram feitas recentemente na exploração de gás, sobretudo pela italiana ENI, que anunciou em Novembro a identificação de um campo de gás “gigantesco”, com reservas totais estimadas em 22 biliões de pés cúbicos.
Outros grandes grupos internacionais como a Petronas, da Malásia, e a Sasol, da África do Sul, estão também envolvidos no desenvolvimento da indústria de gás natural no país.
Segundo a EIU, o crescimento económico em Moçambique vai manter-se forte, atingindo em média 8% ao ano, “em larga medida suportado pela expansão do sector mineral”.
“As recentes descobertas de vastas quantidades de gás natural no mar significam que o sector dos hidrocarbonetos, que também inclui o carvão, se prepara para tornar-se no principal motor de crescimento”, refere o relatório. (macauhub)
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