Cidade do Cabo, 5 de Maio de 2011 (AIM) – Moçambique poderá atingir a segurança alimentar dentro dos próximos cinco anos, graças a nova estratégia para o desenvolvimento da agricultura aprovada pelo governo moçambicano na terça-feira, afirma José Pacheco, ministro da agricultura.
Pacheco integra uma delegação moçambicana chefiada pelo Presidente da República, Armando Guebuza, que participa no Fórum Económico Mundial, um evento de dois dias que iniciou hoje na Cidade do Cabo, na vizinha África do Sul.
Falando à imprensa, hoje, na Cidade do Cabo, Pacheco explicou que a nova estratégia consiste em garantir a transferência de tecnologia para tornar a agricultura num negócio viável.
O segundo factor consiste em assegurar o acesso aos mercados, para garantir a comercialização de todos os excedentes agrícolas.
Para Pacheco, a solução do problema para garantir a segurança alimentar não se limita á produção de alimentos, pois existe um outro mais importante que é garantir o transporte dos excedentes para o mercado. Naturalmente, isso implica a melhoria das redes de estradas para as áreas mais produtivas e com maior potencial agrícola.
“É responsabilidade do Estado providenciar as infra-estruturas necessárias, tais como estradas, pontes, electricidade e comunicações”, disse o ministro.
Segundo Pacheco, “já se nota um progresso visível nestas áreas em Moçambique”, bem como um novo compromisso do sector privado para o desenvolvimento do sector agrícola.
O ministro afirma que já não constitui verdade continuar a pensar que a banca moçambicana não está disposta a financiar a actividade agrícola por ser uma área de alto risco.
Para melhor sustentar os seus argumentos citou como exemplo a emergência de instituições financeiras tais como o Banco Terra, que está preparado para emprestar dinheiro aos agricultores, bem como a existência de outras instituições de micro-finanças que estão a encarar o sector agrícola com um interesse renovado.
A estratégia agrícola, disse Pacheco, também reside na gestão sustentável dos recursos naturais, que “devem ser usados de uma forma racional para trazer benefícios para o país”.
A nova estratégia do governo encara a agricultura como um negócio e espera reforçar a capacidade dos produtores de operar no mercado, quer na aquisição de insumos agrícolas bem como na comercialização dos seus excedentes.
“Devemos deixar de pensar na agricultura de uma forma negativa”, disse Pacheco. Aliás, devemos pensar na agricultura como um negócio porque “temos de pagar o custo da comida que comemos”.
Na manhã de hoje, a delegação moçambicana, chefiada por Guebuza, participou numa sessão intitulada “Alcançando a Nova Visão de África para a Agricultura”, durante a qual sete países africanos trocaram as suas experiências no desenvolvimento agrícola.
“A agricultura é um desafio para todos nós e, por isso, todos devemos participar na guerra da comida”, disse Pacheco, para de seguida acrescentar “ou somos produtores e ganhamos a guerra, ou então devemos fazer aliados para nos ajudarem a vencer a guerra”.
Na ocasião, Pacheco disse que já existe um consenso para encarar a agricultura como um negócio.
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