Luanda, Angola, 23 maio 2011 – O governo de Angola vai dar prioridade à produção de energia hidroeléctrica ao abrigo do programa de investimentos públicos para os próximos 6 anos, a fim de dotar o país de uma maior e mais eficiente capacidade de produção de electricidade, antecipando o consumo futuro, de acordo com a “newsletter” Africa Monitor.
A Africa Monitor, que cita um estudo do governo angolano, adianta que ao Estado caberá a construção de grandes barragens e que este esforço financeiro ascenderá a 20 mil milhões de dólares até 2017, a ser suportado por um fundo alimentado com receitas do petróleo.
O investimento vai dirigir-se ainda a sistemas de transporte e distribuição, adianta a Africa Monitor (http://www.africamonitor.net), que acrescenta estar previsto investimento privado, nomeadamente na construção e exploração de mini-hídricas produtoras de electricidade.
Entre os novos projectos previstos pelo Ministério da Energia e Águas, depois da conclusão da hidroeléctrica de Capanda (Malanje) estão Lahuca, cuja potência instalada é de 2 mil megawatts e Caculo Cabassa.
A elevação da cota da barragem de Cambambe deverá permitir também instalar uma segunda central nesta hidroeléctrica, dotada de 4 grupos de 80 megawatts cada.
Também as barragens do Gove, na província do Huambo, e da Matala vão beneficiar de reparações que permitirão fornecer energia eléctrica à região em que se encontram bem como à província do Bié e a algumas localidades da província de Benguela, segundo revelou recentemente a ministra da Energia e Águas, Emanuela Vieira Lopes.
De acordo com a Empresa Nacional de Electricidade (ENE) de Angola, outro aproveitamento hidroeléctrico em arranque é o das Mabubas, na província do Bengo, que recomeça a funcionar em Julho próximo, indo ainda a capacidade de produção da barragem da Matala, próximo do Lubango, ser aumentada de 26 para 40 megawatts.
Além da construção dos aproveitamentos hidroeléctricos, está em curso a construção de uma central térmica no Zaire, que deverá ter uma potência instalada de 400 megawatts.
Este ano, o governo prevê aumentar a produção de energia eléctrica para 7 mil megawatts, o que deverá satisfazer a maior parte das necessidades do país, mas os investimentos vão prosseguir.
De acordo com a Africa Monitor, a produção de electricidade é ainda considerada escassa, precária e produzida a custos muito altos, nomeadamente com recurso a geradores a gasóleo ou a gás, que asseguram o abastecimento público de energia às principais cidades.
No caso de Luanda, milhares de geradores compensam actualmente a insuficiência dos fornecimentos de energia das barragens de Cambambe e Capanda, inclusivamente para alimentar a iluminação pública.
A rede hidrográfica do território, em especial a bacia do Cuanza, permite produzir energia hídrica, barata e em abundância capaz de atender a grandes exigências domésticas de consumo.
O estudo sublinha que a maior abundância de electricidade, a preços mais competitivos, pode desencadear investimentos em sectores descritos como grandes consumidores de energia, casos das minas, indústria e agro-indústria. (macauhub)
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