9 maio 2012/AngolaPress http://www.portalangop.co.ao
Lisboa (Do correspondente da Angop) - A Assembleia da República
Portuguesa, por ocasião do 10º aniversário da paz em Angola (4 de Abril),
enviou hoje, quarta-feira, “uma saudação fraternal” ao povo angolano.
Numa missiva dirigida à Embaixada de Angola em Portugal, e que a Angop
teve acesso, o Parlamento português faz votos de que o espírito da data
“perdure para sempre na terra e no coração dos angolanos, ajudando-os a
construir e a enraizar uma sociedade próspera, livre e socialmente justa, num
quadro de Estado de direito democrático”.
Refere que “o Memorando do Luena pôs termo a longos anos de guerra civil
e, apesar de contradições e dificuldades iniciais, tem resistido àquela que
havia sido a prova mais difícil – e sempre impossível de vencer – de outros
acordos anteriores: a prova do tempo”.
“A guerra civil angolana, claramente influenciada pela guerra-fria,
provocou milhões de mortos, feridos e estropiados, outros largos milhões de
deslocados e refugiados e uma vastíssima destruição de equipamentos e
infra-estruturas nacionais”, lembra o Parlamento luso, para quem, “o dramático
rasto” deixado pelo conflito armado “era absolutamente devastador”.
Adianta ainda que “o Memorando do Luena e o seu êxito evidenciam o
sentido de responsabilidade alcançado pelas partes signatárias, traduzindo, em
circunstâncias muito duras, críticas e sensíveis, uma criação inteligente e uma
solução original angolana, que fica como exemplo para o mundo e marco de
referência inspirador para o fim de outros conflitos, sobretudo no continente
africano”.
Para a Assembleia da República Portuguesa, “desde 2002, Angola iniciou o
caminho para a reconstrução nacional, para o desenvolvimento e para um processo
de transição para a democracia”, esperando que eleições legislativas de 2008 e
as próximas, previstas para o corrente ano, sejam “um sinal desse
desenvolvimento”.
Destaca que “sem prejuízo das diferenças entre os actores e partidos
políticos, bem como das dificuldades em fazer emergir uma sociedade de pleno
funcionamento livre e democrático no quadro concreto que marca a história
angolana”, Angola nunca mais conheceu a tragédia dos confrontos
político-militares.
Segundo o órgão legislativo luso, Angola tem, actualmente, “a
oportunidade de promover uma sociedade de matriz equitativa, de repúdio perante
as assimetrias, de aposta na justiça social e na sedimentação das bases
adequadas à implementação de uma sociedade livre, justa e equilibrada”.
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