sábado, 5 de setembro de 2009

Em Timor - FALTA ARROZ E SOBRAM AGRESSÕES NUM SILÊNCIO DE OURO

5 setembro 2009/timorlorosaenacao

Por António Veríssimo

Por mais que queiram mostrar uma bela fachada de Timor-Leste os tais ventos da desgraça também fazem das suas no décor instalado pela propaganda do regime, nos cenários arquitectados para o país do faz-de-conta por bastardos da prepotência.

ARROZ

Pequenos retalhos de notícias vão chegando sobre algo que os timorenses consideram primordial: o arroz.

Arroz, que está a começar a faltar, os preços estão a ser inflacionados. Referiram-nos que tiveram aumentos impressionantes, nestes últimos quatro dias - de 12 US dólares passou a custar 18, 19 e até 20 dólares. Na realidade uma subida vertiginosa e incomportável para as famílias mais carenciadas, mais de 80 por cento da população.

As causas são justificadas com o encerramento dos armazéns de arroz afectos ao empreendedorismo de Xanana Gusmão, pois que como é vulgar saber a estratégia do arroz está nas suas mãos. Julgava-se que era para não faltar mas eis que o resultado está contrário às declarações de intenções. Muitos ficarão a ganhar com estes aumentos espectaculares mas não os timorenses. Certamente que também Zenilda Gusmão, da Prima Food, lucrará bastante com esta maré inflacionária, e outros, os Três Amigos… etc.

Sabemos que em passado recente em que se verificou a falta de arroz e a constatação da inflação dos seus preços os timorenses entraram em ebulição e causaram algumas situações desestabilizadores, o que dá que pensar se por razões obscuras, como quase sempre, o regime timorense não quererá provocar uma instabilidade controlada que lhe permita dar inicio à caça às bruxas como tentou em 11 de Fevereiro, agora ainda mais fácil se tomarmos em atenção que Longuinhos Monteiro fará o que o chefe mandar, “obedecendo a ordens superiores” como ele tanto gosta de dizer.

Não é por nada, será provavelmente até “imaginações”, mas no passado verificou-se que aproveitando alguma agitação dos timorenses com razão pelo seu alimento base escassear e encarecer, é possível misturar algumas acções de grupos contratados e ensaiar algum caos que permita declarar um conveniente estado de emergência e até “encontrar” alguns bodes expiatórios, Sabemos que Longuinhos Monteiro é bom nisso, basta apreciar o caso de Angelita Pires. Obviamente que os bodes expiatórios serão opositores a este regime boçal e rebuscado na perfídia, também não esqueçamos a tentativa de envolvimento que ensaiaram com José Teixeira, deputado da Fretilin, na sequência do 11 de Fevereiro de 2008. Aguardemos o desenvolvimento das acções.

AGRESSÕES A REPÓRTER FOTOGRÁFICO

Na acção de repressão ao pequeno grupo de opositores levada a cabo pela polícia de Longuinhos em 30 de Agosto concluímos que faltava citar um pormenor do grave comportamento daqueles agentes obedientes e que actuam à margem da lei.

Facto que vem mencionado na notícia do Tempo Semanal e que não nos tinha sido comunicado pelos nossos observadores em Díli.

Refere o referido jornal de Díli que “houve uma manifestação realizada frente ao Hotel Timor” em que foram detidos “pela polícia três estudantes”, ainda afirma que “dois fotógrafos timorenses foram agredidos e tentaram tirar e destruir a câmera do fotografo da Reuters.”

Sabíamos, por ser visível no vídeo do Youtube, a que pode ter acesso em postagens seguintes, que houve tentativas de “tapar” a objectiva nessa câmera. O que era ignorado é que os polícias de Longuinhos efectivaram mesmo agressões a profissionais de informação, provavelmente até a populares que tomaram a posição de mirones para se protegerem como puderam.

É esta a santa liberdade e democracia que Ramos Horta orgulhosamente propala existir no seu país. Como se ele não bastasse até temos seus iguais que, babados, elogiam a estabilidade timorense. Salazar falava também assim sobre Portugal, não nos faltava privações, prisões, fome e porrada!

Se é esta a “democracia e estabilidade” a que os usurpadores do poder se referem… Estamos entendidos.

O silêncio é de ouro

ELES NÃO QUEREM QUE OS MUNJ* FALEM EM TRIBUNAL

Para terminar em beleza, para espelhar melhor o que se passa em Timor-Leste que, como diz Ana Loro Metan, “não lembra ao diabo”, chegou-nos uma informação do que se passou esta semana no julgamento dos 28 “cúmplices” do 11 de Fevereiro.

Citamos este pormenor curioso e que mostra o estado “democrático” da República “Democrática” de Timor-Leste:

Em sessão de reinício das audiências, no passado dia 2, quarta-feira, foi presente a tribunal Joanico Gonçalves e seus correligionários, do famoso e secreto MUNJ.

Para espanto de todos os presentes os MUNJ alegaram que o tribunal não os podia interrogar, recusando-se a prestar declarações. Para reforçar a afirmação mostraram um documento oficial assinado pelo PM Xanana Gusmão e pelo PR José Ramos Horta que efectivamente declarava o que os MUNJ haviam dito… Desautorizam o Tribunal a interrogá-los!

Não fazemos ideia se no Burkina Fasso estas peripécias aconteciam, provavelmente nem por lá aconteceram. Cabe perguntar a qualquer cidadão do mundo quem se julgam estes dois “aves raras” Xanana e Horta? Desde quando, em democracia, num país intervencionado e levado ao colo pela comunidade internacional, pela ONU, caberá estes absolutismos, estas ilegalidades, estas mentalidades prepotentes, ridículas, provavelmente criminosas e temerosas que querem silenciar e obstruir o curso normal da justiça, como se de Al Capones se tratem?

Mas então onde estão a democracia, a justiça, a honestidade e estabilidade de Ramos Horta e de Xanana Gusmão? O que é que eles temem? É aquilo que temos vindo a denunciar a conta-gotas? Onde está o Estado de Direito? Como é possível patrocinar estes dois violadores dos preceitos constitucionais, violentadores de uma sociedade democrática e dos interesses do povo timorense? Mas quem quer continuar a apoiar estes déspotas senão os seus iguais?

Sem dúvida que apoiá-los ou não os combater é fazer o pior para Timor-Leste, para os timorenses!

* Movimento de Unidade Nacional para a Justiça. De acordo com a mídia timorense, esta organização está vinculada com Ramos Horta e Xanana Gusmão.




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