sábado, 21 de abril de 2012

Moçambique, um caso de sucesso - estudo

19 abril 2012/Rádio Moçambique http://www.rm.co.mz

«Entre as economias que cresceram mais rapidamente em 2011, estão os países ricos em recursos, como o Gana, Moçambique e a Nigéria, tendo todos atingido taxas de crescimento superiores a 7%».

A economia africana deverá crescer 5,2% este ano, segundo as novas previsões do Banco Mundial (BM), apresentadas esta quarta-feira. Em 2013, o continente deverá registar nova expansão, de 5,6%, com a recuperação da economia global.

Excluída a África do Sul, o crescimento deverá atingir 6,4% em 2012, antes de se fixar nos 6,6% em 2013, refere o relatório Africa’s Pulse.

No ano passado, o crescimento médio dos países africanos terá ficado nos 4,9%, apenas ligeiramente abaixo da média de 5% que o continente registava antes da crise. Sem a África do Sul, que representa cerca de um terço do Produto Interno Bruto (PIB) da região, o crescimento terá ficado nos 5,9%, um dos mais rápidos das regiões em vias de desenvolvimento. 

Moçambique entre os maiores crescimentos
O estudo da instituição financeira, citado pela Lusa, destaca Moçambique como um dos casos de sucesso da economia africana no ano passado: cresceu 8%.

«Entre as economias que cresceram mais rapidamente em 2011, estão os países ricos em recursos, como o Gana, Moçambique e a Nigéria, tendo todos atingido taxas de crescimento superiores a 7%», diz também o documento. 

No entanto, os países exportadores de metais e de minerais, como a Zâmbia e Moçambique, foram dos que mais sofreram com o abrandamento da produção global industrial durante os últimos meses de 2011. 

Crise europeia vai prejudicar África daqui para a frente
Apesar da crise económica do final de 2011, nos países desenvolvidos, tradicionais fontes de capital e investimento em África, o fluxo de capitais para o continente aumentou em oito mil milhões de dólares (6,09 mil milhões de euros), para os 48,2 mil milhões, tendo o investimento directo estrangeiro (IDE) contribuído para 83% deste aumento, diz o BM. 

«O IDE recente na região foi incentivado pelo aumento da concorrência global por recursos naturais, aumento dos preços das matérias-primas, crescimento económico robusto e uma classe média em rápido crescimento. A região é cada vez mais vista como um destino de investimento», acrescenta.

Para 2012 e para os anos seguintes o BM prevê que a redução da procura europeia prejudique as exportações africanas, mas que o continente consiga compensar esta diminuição com a diversificação dos destinos exportadores. 

O estudo Africa’s Pulse refere ainda que as medidas de consolidação orçamental tiveram como consequência a redução dos orçamentos de ajuda ao desenvolvimento a África, que caiu 2,7% em 2011, a primeira quebra desde 1997. 

«Esta alteração deve preocupar particularmente os países que recebem uma grande parcela da sua ajuda de países onde os orçamentos estão a diminuir ou que dependem muito de ajuda ao desenvolvimento», considera o BM, lembrando que, em mais de 40% dos países na região, a ajuda ao desenvolvimento tem um peso superior a dez por cento do PIB, incluindo São Tomé e Príncipe (25%), Cabo Verde e Moçambique (21%) e a Guiné-Bissau (16%).


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