17 abril 2012/Negócios Online http://www.jornaldenegocios.pt (Portugal)
Octávio Teixeira
No último mês foram várias as contradições significativas registadas no discurso governamental.
Ainda em Março o Governo sublinhava e garantia que não seriam necessárias medidas adicionais de austeridade. Mas logo em Abril elas começaram a ser anunciadas. Primeiro foi o "lapso" sobre a reposição dos subsídios de férias e natal, que já não será ao fim de dois anos mas quando (e se) puder ser. A seguir, a clandestina decisão de impedir as reformas antecipadas e a redução do subsídio de doença. Com a alegação de que a sustentabilidade financeira da Segurança Social estaria em risco a curto ou médio prazo, quando no relatório orçamental se garantiam saldos positivos do subsistema previdencial até ao início da década de 30 e, com o recurso ao fundo de equilíbrio financeiro, a sustentabilidade estaria assegurada pelo menos até 2050.
A 12 de Março, o primeiro-ministro garantia aos suecos que Portugal regressaria aos mercados de dívida em Setembro de 2013, "é isso que vai acontecer". Mas a 4 de Abril dizia aos alemães não saber se Portugal regressaria aos mercados nessa altura, mas que não haverá problemas porque "o FMI e a UE manterão a ajuda a Portugal".
Estes e outros "lapsos" não decorrem de mera desorientação do Governo. Mostram que o Governo já percebeu que com a política destruidora que tem vindo a aplicar nada resolve e tudo agrava.
Parece evidente que o Governo já interiorizou que vai recorrer a um segundo plano de resgate. Seguindo a par e passo o caminho da Grécia. Mas não o assume publicamente, nem daí retira as necessárias ilações. Para o primeiro-ministro, reconhecê-lo "seria admitir que falhámos". Por isso prossegue a caminho do naufrágio. Mas o falhanço é real, não depende do seu reconhecimento formal.
A 12 de Março, o primeiro-ministro garantia aos suecos que Portugal regressaria aos mercados de dívida em Setembro de 2013, "é isso que vai acontecer". Mas a 4 de Abril dizia aos alemães não saber se Portugal regressaria aos mercados nessa altura, mas que não haverá problemas porque "o FMI e a UE manterão a ajuda a Portugal".
Estes e outros "lapsos" não decorrem de mera desorientação do Governo. Mostram que o Governo já percebeu que com a política destruidora que tem vindo a aplicar nada resolve e tudo agrava.
Parece evidente que o Governo já interiorizou que vai recorrer a um segundo plano de resgate. Seguindo a par e passo o caminho da Grécia. Mas não o assume publicamente, nem daí retira as necessárias ilações. Para o primeiro-ministro, reconhecê-lo "seria admitir que falhámos". Por isso prossegue a caminho do naufrágio. Mas o falhanço é real, não depende do seu reconhecimento formal.
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