5 abril 2012/Rádio Moçambique http://www.rm.co.mz
Uma série de políticas sobre alimentação e segurança alimentar adoptadas na América Latina podem servir para reduzir a fome em África, declarou nesta quinta-feira o relator especial da ONU especializado em Direito à Alimentação, Olivier de Schutter.
Em conferência de imprensa realizada em Nairobi, capital da Quênia, De Schutter, afirmou que, desde 2005, vários países latino-americanos, como Guatemala e Brasil, adoptaram políticas que "aumentam a participação de associações civis e organizações de pequenos produtores na elaboração de políticas agrárias e alimentícias".
O relator informou que tais medidas capacitam tribunais e associações nacionais de direitos humanos a acompanharem as acções dos Governos e o cumprimento dos objectivos.
Este modelo, segundo o enviado da ONU, "deve ser reproduzido, pouco a pouco, no continente africano", embora de forma muito tímida pela "falta de prestação de contas dos governos e da falta de rigor dos parlamentos no acompanhamento das acções governamentais".
No entanto, para De Schutter, já há uma maior consciência dos países da região nordeste do continente, conhecida como "Corno de África", em implementar mudanças nesse sentido pelos efeitos da mudança climática. "A região está a entender que os países não podem continuar a basear-se em esquemas agrícolas tradicionais".
Os cultivos indicados pelo relator para a região são os modelos mais resistentes a condições meteorológicas extremas, como a mandioca, produto muito popular na América Latina.
Há algumas semanas, a situação alimentícia no Corno de África se complicou - várias regiões da Somália, segundo a ONU, estão em situação de crise. Apesar de indicar que houve melhoras, o relator destacou que "ainda existem nove milhões de pessoas que necessitam de ajuda alimentícia".
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