sexta-feira, 20 de abril de 2012

Guiné-Bissau/Nenhuma força armada do mundo conseguiu vencer o seu próprio povo - PAIGC


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Bissau, 19 abril 2012 (Lusa) - O secretário nacional do PAIGC, o maior partido da Guiné-Bissau, liderado por Carlos Gomes Júnior, que foi detido pelos autores do golpe de Estado de 12 de abril, disse hoje que nenhuma força armada do mundo conseguiu vencer o seu próprio povo.

"Não há forças armadas no mundo que tenham conseguido vencer o seu próprio povo", disse Augusto Olivais, sublinhando que a força da razão vai acabar por prevalecer sobre o golpe militar.

Em conferência de imprensa promovida por nove partidos que apoiaram Carlos Gomes Júnior na primeira volta das eleições presidenciais de março passado, o secretário nacional do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) afirmou que os partidos só defendem um caminho para o regresso à normalidade na Guiné-Bissau, a devolução do poder ao partido escolhido pelo povo para governar nas eleições legislativas de 2008.

O dirigente do PAIGC afirmou que qualquer solução fora deste âmbito é ilegítima.

"Toda essa engenharia que se está a fazer hoje não é em representação do povo guineense. Pode ser tudo menos a democracia que temos e que estamos a lutar para aperfeiçoar cada dia que passa", defendeu Olivais, referindo-se ao acordo assinado na quarta-feira entre os militares e alguns partidos que apoiam o golpe de Estado.

Para o secretário nacional do PAIGC, os autores do golpe deviam simplesmente respeitar os apelos da comunidade internacional para a devolução do poder aos órgãos eleitos.

Augusto Olivais disse que o seu partido nunca solicitou qualquer encontro com os autores do golpe embora esteja aberto ao diálogo mas com a condição do retorno à ordem constitucional.

"O PAIGC está aberto ao diálogo, mas nunca pediu qualquer audiência com os militares. Podemos até vir a conversar mas desde que aceitem o retorno à democracia e a Constituição da Republica", observou.

Com a detenção pelos militares de Carlos Gomes Júnior, presidente do PAIGC e de Raimundo Pereira, primeiro vice-presidente do partido, e com Adiatu Djalo Nandigna, terceira vice-presidente, escondida, tem sido na prática Augusto Olivais o principal responsável do partido.

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Guiné-Bissau/Partidos apoiantes do primeiro-ministro anunciam "frente comum anti-golpe"

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Bissau, 19 abril 2012 (Lusa) - Nove partidos que apoiaram o primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, nas eleições presidenciais anunciaram hoje que vão criar "uma frente comum anti-golpe de Estado" para dar luta àqueles que, dizem, querem "matar a democracia" no país.

A posição das forças políticas, encabeçadas pelo PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, no poder até ao golpe de Estado de 12 de abril), foi transmitida hoje aos jornalistas em conferência de imprensa por Fernando Mendonça que leu um documento assinado pelos líderes ou representantes das nove formações.

Num comunicado conjunto saído de uma reunião os partidos apoiantes do primeiro-ministro e vencedor da primeira volta das presidenciais de 18 de março, Carlos Gomes Júnior, voltaram a exigir a sua libertação e do Presidente interino do país, Raimundo Pereira, detidos na sequência do golpe do passado dia 12. Para dar resposta aos que acusam de pretender "matar a democracia" na Guiné-Bissau, as nove formações políticas dizem que se vão juntar numa "frente nacional comum anti-golpe para reposição da ordem constitucional".

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