5 abril 2012/AngolaPress http://www.portalangop.co.ao
Praia - O professor universitário Mário Pinto de Andrade disse hoje na cidade da Praia, que Angola, dez anos após a conquista da paz, está no bom caminho em todas as áreas desde a estabilidade política, económica, social e a produtiva.
Este pronunciamento foi feito durante uma Palestra sob o tema: “ 10 Anos de Paz, Crescimento e Desenvolvimento de Angola, por ocasião do décimo aniversário da Paz no país, que se comemora a 4 de Abril, promovido pela Embaixada de Angola em Cabo Verde.
Mário Pinto de Andrade, igualmente reitor da Universidade Lusíadas de Angola, disse que a paz conquistada em 2002 permitiu a preservação da Independência, o fortalecimento da democracia, a consolidação da unidade de Cabinda ao Cunene, a reconstrução nacional e a garantia do normal desenvolvimento económico e social do país, bem como a satisfação das necessidades, sempre crescentes do povo angolano.
Num balanço sobre os dez anos de paz em Angola, e as suas perspectivas, o académico deu alguns de muitos exemplos dos benefícios alcançados por esta grande conquista, tais como a reabilitação e crescimento das três principais vias de caminhos-de-ferro, o restauro e a construção de estradas, escolas, hospitais e centros de saúde, o desenvolvimento de diferentes projectos agro-pecuários.
O nascimento de novas indústrias, que começam a surgir um pouco por todo o país, o despertar dos municípios para o desenvolvimento, levando os serviços básicos cada vez mais próximos da população, referiu.
O professor Mário Pinto de Andrade, na sua dissertação, realçou que a conquista da paz definitiva levou Angola a um progresso notável na construção e reconstrução de infra-estruturas, que vão alavancar o desenvolvimento do país e na reorganização da sua economia, que, nos dias de hoje, está no grupo das que mais crescem em todo o mundo.
A título de exemplo, referiu que Angola, no domínio económico, entre 2002 e 2008, a taxa média anual do crescimento da sua economia foi de 15 porcento, nos anos 2009 a 2011, a taxa média anual baixou para 9,5 porcento, e para 2012, prevê-se que ela cresça 9,8 por cento e uma taxa de inflação de 11 percentuais.
As exportações em 2010 com destino à China foram de 42,8 porcento, aos Estados Unidos da América (EUA) 23 porcento, Índia 9,5 e França 4 percentuais, enquanto as importações efectuadas no mesmo ano, com procedência de Portugal foram de 17,4 porcento, China 14 porcento, EUA 9 percentuais, Brasil 6,6, África do Sul 6, França 5,8 porcento e Índia 5,3 percentuais, apontou.
Mário Pinto de Andrade apontou como desafios no domínio económico, a melhoria das infra-estruturas, tais como a água, a energia e as telecomunicações, a diversificação da economia, com vista à diminuir a dependência ao sector petrolífero, o aumento da produção interna, para reduzir a dependência à importação e passar de simples consumidor a produtor.
Acrescentou a necessidade da diminuição da taxa de desemprego, que actualmente se estima em 30 porcento, e da realização do senso populacional, cuja previsão é para 2013.
No domínio social, em particular, do ensino, disse que o sector público dispõe de sete universidades, com 46 unidades orgânicas, sendo Faculdades ou Escolas Superiores, e nove institutos politécnicos autónomos.
No sector privado, o país dispõe de 10 universidades e 12 institutos, acrescentado que até 2011, o número de alunos foi de 171 mil, sendo 45 porcento no ensino público e 55 percentuais no privado.
Segundo o professor Mário Pinto de Andrade, o principal desafio no âmbito do ensino prende-se com a melhoria da sua qualidade.
Mas como principal desafio neste domínio, o académico apontou a erradicação da fome e da pobreza, com programas específicos do seu combate e o desenvolvimento rural, conforme dados do inquérito Integrado sobre o Bem-Estar da População (IBEP) de 2008-2009.
No domínio da política externa, o académico disse que Angola tem ocupado um papel de destaque nas relações internacionais e tem contribuído para a resolução de conflitos em África, na busca de soluções para a consolidação da paz e dos processos respectivos de reconciliação nacional, nomeadamente na República Democrática do Congo (RDC), República do Congo-Brazzaville, Zimbabwe, Guiné-bissau, Burundi, Serra Leoa, Libéria, etc.
Ainda nesta esfera, o professor Mário Pinto de Andrade lembrou que Angola tem reafirmado o seu compromisso de continuar a trabalhar no quadro da União Africana e das Nações Unidas na busca de soluções consensuais para as questões candentes que afectam a humanidade, contribuindo sobremaneira para que o mundo seja cada vez mais seguro, mais livre e mais justo.
Participaram na palestra, a embaixadora de Angola em Cabo Verde, Josefa Coelho da Cruz, membros do corpo diplomático dos países acreditados naquele país, membros do executivo cabo-verdiano, funcionários e diplomatas angolanos, bem como o presidente da Fundação Amílcar Cabral, Pedro Pires, entre outros convidados.
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