Moçambique está a caminhar para a adequação do perfil dos seus graduados do ensino superior aos padrões definidos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e pela Associação das Universidades Africanas, por forma a assegurar o reconhecimento das suas habilidades e competências profissionais no mercado externo.
20 outubro 2009/Notícias
Segundo Firmino Mucavele, director do Gabinete para a Reforma Académica e Integração Regional (GRAIR) na Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a nível desta instituição o processo iniciou em Agosto de 2008, com a aprovação de um novo currículo no quadro da implementação do respectivo Plano Estratégico.
Desde então e ligado a este exercício, o GRAIR tem vindo a promover uma série de iniciativas visando disseminar a causa nas diversas unidades de ensino daquela universidade, um exercício que ontem atingiu a faculdade de Medicina, com o lançamento de um curso sobre estratégia de ensino baseado no estudante (PBL). Rafique Mamudo, director daquela Faculdade, explica que a ideia é levar os docentes e estudantes de medicina a interessar-se pelo debate sobre a reforma curricular em curso na UEM, ao mesmo tempo que se colhem as sensibilidades visando enriquecer a discussão.
O professor Firmino Mucavele, que ontem proferiu uma comunicação sobre o processo de Bolonha, explicou ao “Notícias” que em Fevereiro deste ano, todas as faculdades da UEM receberam instruções no sentido de definir os perfis para os seus graduados, como ponto de partida para um processo que deverá culminar com a elaboração de um qualificador profissional que identifique os graduados moçambicanos à luz dos padrões definidos pela UNESCO.
Segundo a nossa fonte, há um padrão em termos de competências profissionais definido pela UNESCO que Moçambique terá de observar se quiser que os seus graduados tenham aceitação internacional.
“A avaliação da UNESCO é feita com base no perfil que nós teremos que estabelecer, na comparação com o perfil e competência de graduados de outras universidades e num estudo centrado numa amostra indicada em graduados de universidades à sua escolha”, explica.
Segundo a fonte, o perfil do graduado deverá indicar claramente o que é que ele é capaz de fazer depois de concluir o 1º, 2º ou 3º ciclo de formação universitária, conforme o currículo em vigor na UEM, a sua competência em termos de saber fazer, maneira de ser e de estar, além da sua atitude em relação ao trabalho e ao mundo à sua volta.
A reforma curricular na UEM vem suscitando debates a nível das diversas unidades de ensino daquela instituição de ensino, com destaque para a Faculdade de Medicina, onde várias correntes de opinião questionam a qualidade dos quadros que serão formados ao abrigo do novo currículo de formação.
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