15 fevereito 2014, Carta Maior http://www.cartamaior.com.br
(Brasil)
Flávio Aguiar
Desde algum tempo o pensamento eurocêntrico vem tentando retomar a ofensiva. Aliás, dentro e fora da América Latina.
Desde que a América Latina
‘saiu do lugar’ – implementou programas consistentes de rompimento do ciclo da
pobreza – os pensamentos, todos, de esquerda e de direita, se sentiram
extremamente incomodados.
Perderam o primo pobre que os ajudava a se manter no próprio lugar. E auto-centrado, com premissas e conclusões inamovíveis. A Europa era a pátria-mãe do pensamento revolucionário. E o resto era comosto por seus discípulos. Mas a Europa deixou de ser um modelo, tanto para a esquerda, quanto para a direita.
Desde algum tempo o pensamento eurocêntrico vem tentando retomar a ofensiva.
Aliás, dentro e fora da América Latina.
À direita, o caso é negar a pertinência das alternativas de Estado à política de privilégios dos mercados.
The Economist, Financial Times et alii, inclusive em publicações como The Guardian, tomam a dianteira. No Brasil – diamante da América do Sul – nada funciona. É o caos. Citam apenas – Guardian inclusive – a velha mídia. A mídia alternativa não existe para eles. Só têm parâmetros eurocêntricos para pensar isto. Mídia alternativa aqui é coisa de paróquia, igreja, sindicato (aaargh!), não existe, e, se existe, não é respeitável. São políticas-bolha, evanescentes, desaparecerão com o tempo.
Mas há a esquerda. As políticas de combate à pobreza são irrelevantes. Oferecer melhor e mais alternativas às populações pobres é uma falácia. Constróem seu discurso sobre uma Europa que deixou de existir. Hoje, na Espanha, Portugal, Itália, Irlanda, Ucrânia, Bósnia-Herzegovina, França, Chipre, Esolvênia, Lituânia, etc., etc., destróem-se direitos como chupa-se picolé na praça. Esta é que é a verdade.
Entretanto, os pensadores do eurocentrismo continuam a achar que darão as cartas do milênio em matéria de ‘combate ao capitalismo’ – combate no qual se renderam. Renderam-se na frente política, onde partidos de esquerda são minorias bombardeadas continuamente na mídia e fora dela, e sem acomodaram a esta situação ‘cômoda-incômoda’, renderam-se na frente acadêmica, onde são minorias departamentais sem expressão institucional, e renderam-se na frente midiática: nada existe aqui equivalente à Carta Maior, Rede Brasil Atual, TVT, sites de Nassif, Amorim, etc., nem mesmo Democracy Now ou Al-Monitor. Nada.
Para este pensamento, tirar milhões da pobreza é extremamente incômodo. Pobre, afinal, é um bom argumento de discurso. Ao vivo, e saindo da pobreza em dimensões continentais, é um problema.
Rouba-lhe uma razão de ser, talvez até de pensar.
Que pensarão depois?
Não sabem.
Talvez nem nós. Ainda bem. Teremos de pensar tudo de novo. Na contra-mão deste povo.
Perderam o primo pobre que os ajudava a se manter no próprio lugar. E auto-centrado, com premissas e conclusões inamovíveis. A Europa era a pátria-mãe do pensamento revolucionário. E o resto era comosto por seus discípulos. Mas a Europa deixou de ser um modelo, tanto para a esquerda, quanto para a direita.
Desde algum tempo o pensamento eurocêntrico vem tentando retomar a ofensiva.
Aliás, dentro e fora da América Latina.
À direita, o caso é negar a pertinência das alternativas de Estado à política de privilégios dos mercados.
The Economist, Financial Times et alii, inclusive em publicações como The Guardian, tomam a dianteira. No Brasil – diamante da América do Sul – nada funciona. É o caos. Citam apenas – Guardian inclusive – a velha mídia. A mídia alternativa não existe para eles. Só têm parâmetros eurocêntricos para pensar isto. Mídia alternativa aqui é coisa de paróquia, igreja, sindicato (aaargh!), não existe, e, se existe, não é respeitável. São políticas-bolha, evanescentes, desaparecerão com o tempo.
Mas há a esquerda. As políticas de combate à pobreza são irrelevantes. Oferecer melhor e mais alternativas às populações pobres é uma falácia. Constróem seu discurso sobre uma Europa que deixou de existir. Hoje, na Espanha, Portugal, Itália, Irlanda, Ucrânia, Bósnia-Herzegovina, França, Chipre, Esolvênia, Lituânia, etc., etc., destróem-se direitos como chupa-se picolé na praça. Esta é que é a verdade.
Entretanto, os pensadores do eurocentrismo continuam a achar que darão as cartas do milênio em matéria de ‘combate ao capitalismo’ – combate no qual se renderam. Renderam-se na frente política, onde partidos de esquerda são minorias bombardeadas continuamente na mídia e fora dela, e sem acomodaram a esta situação ‘cômoda-incômoda’, renderam-se na frente acadêmica, onde são minorias departamentais sem expressão institucional, e renderam-se na frente midiática: nada existe aqui equivalente à Carta Maior, Rede Brasil Atual, TVT, sites de Nassif, Amorim, etc., nem mesmo Democracy Now ou Al-Monitor. Nada.
Para este pensamento, tirar milhões da pobreza é extremamente incômodo. Pobre, afinal, é um bom argumento de discurso. Ao vivo, e saindo da pobreza em dimensões continentais, é um problema.
Rouba-lhe uma razão de ser, talvez até de pensar.
Que pensarão depois?
Não sabem.
Talvez nem nós. Ainda bem. Teremos de pensar tudo de novo. Na contra-mão deste povo.
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