24 fevereiro 2014, Macauhubhttp://www.macauhub.com.mo
(China)
O próximo leilão de
blocos petrolíferos em Angola, recentemente anunciado pela petrolífera estatal
Sonangol, é uma oportunidade sobretudo para empresas de menor dimensão entrarem
ou reforçarem posição no país, afirma a Economist Intelligence Unit.
Em recente relatório
sobre a economia angolana, a EIU sublinha que, enquanto o anterior leilão de
blocos foi para o pré-sal, que exige investimentos de vulto, e a maioria do
petróleo angolano é extraído no mar, o novo leilão tem como facto
“significativo” que a concurso estarão
blocos em terra.
Em terra as “operações
são mais baratas”, assim “abrindo a porta para empresas mais pequenas,
nacionais e internacionais”, afirma a EIU.
A Sonangol anunciou que
vai abrir em breve a licitação para concessões petrolíferas em dez blocos, três
na bacia do Congo e sete na bacia do Cuanza.
Em curso este mês estão
apresentações técnicas sobre o potencial geológico dos blocos, no Reino Unido e
Estados Unidos, abertos a todas as empresas, nacionais e internacionais.
O processo, preparado ao
longo do último ano, resultará no primeiro leilão desde início de 2011, quando
foram atribuídos os blocos para exploração no pré-sal e a EIU saúda os sinais
de “transparência” dados pela petrolífera estatal.
“Este é um passo
positivo para Angola, que deverá atrair interesse crescente dos investidores”,
afirmam os economistas da EIU, salientando que as suas previsões se mantêm,
dado que falta muito tempo até ao início da produção destes blocos, que ainda
serão objecto de prospecção.
A EIU prevê que a produção
petrolífera angolana suba continuamente nos próximos anos, dos actuais 1,8
milhões de barris para 2,01 milhões no próximo ano e 2,158 milhões em 2018,
sustentando um crescimento em torno de 6%.
A China é actualmente o
principal destino do petróleo de Angola, país que no espaço de uma década
disputa com a Arábia Saudita a posição de principal abastecedor do país.
Contudo, o peso da
China na aquisição de petróleo angolano ainda não tem paralelo na produção,
dominada por petrolíferas norte-americanas como a Chevron, a britânica BP ou a
francesa Total.
No final do ano
passado, a petrolífera chinesa Sinopec anunciou que tenciona investir nos
próximos cinco anos 20 mil milhões de dólares em África, incluindo em Angola e
São Tomé e Príncipe.
Em Angola, a Sinopec
investiu até agora seis mil milhões de dólares e “tem reforçado a cooperação
estratégica com a petrolífera nacional de Angola, Sonangol”, de acordo com o
China Daily.
Através de uma parceria
com o grupo português Galp Energia, a Sinopec está também presente no Brasil.
Em Junho do ano
passado, a Sinopec chegou a acordo para a compra de uma participação num bloco
petrolífero no mar de Angola do grupo norte-americano Marathon Oil Corp por
1,52 mil milhões de dólares.
A Sonangol Sinopec
International, uma parceria entre a Sonangol e o grupo chinês Sinopec, adquiriu
a participação de 10% detida no Bloco 31 pelo grupo norte-americano.
A China tem vindo a
aumentar as suas compras petrolíferas a Angola, país que no primeiro semestre
de 2013 foi o principal fornecedor de Pequim, mas são modestos os activos
detidos pelas petrolíferas chinesas no país.
Depois do abandono do
“projecto Sonaref”, que juntava as petrolíferas de ambos os países na
construção de uma refinaria de grandes dimensões, a Sinopec passou a adoptar
estratégias “mais orientadas para o mercado” na expansão dos seus activos no
país, segundo a analista Ana Cristina Alves.
Em Maio de 2006, a
Sonangol Sinopec International obteve três participações em alguns dos mais
disputados novos blocos de águas profundas: 20% do 15/06, 27,5% do 17/06 e 40%
do 18/06.
Em 2004, obteve metade
do bloco 18, participação igual à da operadora, a BP. (macauhub)
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