A comunidade
dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) procedeu, ontem, em Maputo, ao
lançamento oficial da Campanha “Juntos Contra a Fome!”, que visa desenvolver
acções para promover o investimento na agricultura familiar sustentável com a
finalidade de aliviar o sofrimento de 28 milhões de cidadãos do espaço lusófono
afectados pela fome.
Falando na
cerimónia de lançamento oficial da Campanha da CPLP, o Primeiro-Ministro,
Alberto Vaquina, defendeu que já não faz sentido que ainda existam cidadãos nos
países da comunidade a sofrer de fome crónica, pelo que as nações devem
arregaçar as mangas e encontrarem formas de combater o flagelo.
“Um dos
desafios mais prementes que se coloca à nossa frente prende-se com a
erradicação de uma das formas mais cruéis da pobreza: a fome!”, disse Vaquina
que acrescentou que “não se justifica, porque não faz sentido, que ainda
tenhamos cidadãos nos nossos países e no mundo que não sabem onde e quando ter
a próxima refeição e com que qualidade nutritiva”.
“Este é o
momento de agir! Não podemos ficar indiferentes a uma realidade que a todos nos
diz respeito!”, desafiou Vaquina no arranque da campanha “Juntos Contra a
Fome!”, que atingirá o seu auge a 16 de Outubro próximo, quando se celebrar o
Dia Mundial da Alimentação.
Angariação de
fundos
Esta campanha
tem como objectivo central a angariação de fundos que, a par com outras fontes
de financiamento, vão permitir a viabilização dos compromissos da comunidade
com a erradicação da fome.
A “Juntos
contra a Fome!” será para a criação de fundo para financiar projectos com o
objectivo de melhorar a segurança alimentar e nutricional e as condições de
vida das famílias e comunidades rurais.
O Fundo da
Campanha vai ser constituído por contribuições voluntárias por parte do público
em geral e das demais entidades, através de doações, chamadas telefónicas de
valor acrescentado e outros meios.
Segundo Hélder
Muteia, representante da FAO junto a CPLP, os recursos a serem angariados nesta
campanha servirão para complementar os esforços dos governos e outros parceiros
no apoio aos camponeses a cultivarem as suas terras, dotando-os de tecnologias,
crédito agrícola e mercado favoráveis, gerando não só mais disponibilidade de
alimento, mas também melhores oportunidades de emprego e geração de renda.
Paradoxalmente,
80 por cento das pessoas que passam fome em África são agricultores, que
pratica um agricultura rudimentar que não permite sequer alimentar
condignamente as suas famílias.
“Apoiando essas
pessoas, estaremos a resolver dois problemas ao mesmo tempo, nomeadamente o da
disponibilidade dos alimentos e o da pobreza dos próprios agricultores”, frisou
Muteia.
A campanha
“Juntos Contra a Fome!” e os objectivos nos quais se encontra alicerçada são
desígnios centrais da comunidade, num momento em que se debate o futuro da CPLP
e em que se quer uma CPLP de futuro e com futuro. (Manuel Mucári)
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